Café Memorial

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Sei, por fontes seguras, que algo do género se está a preparar em Cabo Verde, para o final de Abril de 2009, mas seja como for acho espantoso que não se fale no nosso país deste Colóquio Internacional - «Tarrafal, uma prisão, dois continentes» - que vai decorrer amanhã, em plena Assembleia da República, em Portugal. A abertura será presidida pela segunda figura do Estado português, Jaime Gaima, Presidente do Parlamento luso.

Algumas perguntas ficam no ar:

  • Vai lá estar algum representante do Estado de Cabo Verde?
  • E não deveria estar?
  • O que é feito do projecto de Museu, tantas vezes anunciado?
  • A nossa comunicação social não acha este tema importante?
  • Porque é que continuamos a assobiar para o lado?

Até parece que não temos nada a ver com isto. Enfim!

Para quem se interessar, parece que amanhã é Dia da Memória dos Resistentes e das Vítimas da Ditadura. Seria bom falarmos um pouco mais sobre esta «herança», não é?

Para quem quiser saber mais sobre o colóquio, ver aqui




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6 comentários:

Fonseca Soares disse...

Joâo, o tema foi sim, alvo de atenção na nossa comunicação social, aqui há uns dias atráz. Tarrafal, uma prisão de dois continentes: colóquio internacional homenageia vítimas - escrevia a 21 de Outubro o asemanaonline:
"'Tarrafal, uma prisão de dois continentes', onde estiveram presos portugueses, angolanos, guineenses e cabo-verdianos, é o tema de uma conferência internacional que vai ter lugar na Assembleia da República em Lisboa, promovida pelo movimento cívico “Não Apaguem a Memória”, no próximo dia 29. Mas evocações não ficam por aqui."
E mais, também aqui no país, está previsto e programado um Simpósio sob esse tema: "a Fundação Amílcar Cabral e o Ministério da Cultura de Cabo Verde realizam, com o patrocínio do Presidente Pedro Pires, um simpósio internacional que decorrerá, no próprio Campo, de 29 de Abril a 1 de Maio de 2009.
Cabo Verde vai estar presente, sim, nesse Colóquio Internacional de amanhã: "Luís Fonseca, diplomata cabo-verdiano, ex-secretário Executivo da CPLP, que também esteve no Tarrafal, depois da sua reabertura em 1961, para receber presos políticos de Angola, vai falar sobre o “Tarrafal dos Patriotas Africanos”, um dos painéis dessa manhã em que durará o colóquio.

Unknown disse...

Ficam os esclarecimentos do nosso jornalista «de serviço» Fonseca Soares, enmbora continue a pensar que:

- este tema mereceria um maior destaque na nossa CS;
- a representação de CV no colóquio, poderia ser também um pouco mais significativa (sem rerirar nada da importancia da presença do Luis Fonseca)
- que tudo isso se reflecte na sociedade cabo-verdiana, vulgo opinião pública, vulgo sociedade civil, de forma praticamente invisivel.

Abraço

Fonseca Soares disse...

Embora estando de acordo contigo, apraz-me trazer um aspecto que mexe com o tema - hoje - na nossa sociedade e comunicação social: Tarrafal foi tema políticamente utilizada, espremida, vulgarizada, anos sim, anos sim! De modo que está um pouco banalizada e desviada, infelizmente. Mas faz parte da nossa História recente, e como tal deve ser sempre lembrada, estudada, vulgarizada, mas não politizada da forma ostensiva que o foi nos tempos dos excessos.

Unknown disse...

Pois, entendo. Mas já é tempo de se ultrapassarem certos traumas. Penso eu de que...

Anónimo disse...

Querem saber porque razão os cabo-verdianos não ligam a estes eventos? A maioria dos caboverdianos, à época, viviam pior que os presos do Tarrafal. Até havia quem cometesse delitos comuns para ir parar à prisão, é que sempre se comia. Ainda hoje as casas de lata não são mais do que “frigideiras”.

Anónimo disse...

Pode ser pouca em quantidade, mas em qualidade... não esqueçamos que Luís Fonseca esteve preso no tarrafal cerca de 6 a 7 anos... é uma presença, mas uma presença de peso!