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«A multiplicação de identidades Ć© infinita: para alĆ©m das identidades sexuais, Ć©tnicas, históricas, religiosas, etc., podem-se imaginar as comunidades que multiplicam as marcas de pertencimento e, portanto, de exclusĆ£o. "O isolamento identitĆ”rio, traz Ć  luz a recusa do outro". PorĆ©m, o que serĆ” pior: o isolamento identitĆ”rio comunitarista ou a multiplicação ao infinito e Ć  absurdidade das identidades que decompƵem o ser humano? NĆ£o Ć©, no fundo, a mesma coisa?»

Patrice Pavis in "O teatro no cruzamento de culturas"






"Passamos de analfabetos funcionais a intelectuais funcionais, contudo, a nĆ­vel socioeconómico, desenvolvemos muito, uns mais de que outros, tanto mediante os parĆ¢metros do BM e FMI, como de acordo com os parĆ¢metros dos que estĆ£o no poleiro. A boa governação, a tal ferramenta da continuidade colonial, usando o termo de Varela, nos diz que somos os maiores em Ɓfrica e arredores, fortalecendo a teoria salazarista de pretos especiais… e o cabo-verdiano continua com a tal vaidade de julgar que sabe muito e que Ć© o maior, tal e qual Cabral deu conta… e na ausĆŖncia do suicĆ­dio de classe apontada acima, uma espĆ©cie de homicĆ­dio de classe aparece como uma opção bastante viĆ”vel. Mas pronto, realismos Ć  parte, o que fica Ć© que derrotamos o colonialismo, tornamo-nos independentes e viva nós!"

Redy Wilson Lima - ler o artigo completo, aqui





«Quanto Ć  mensagem, nĆ£o sei... NĆ£o hĆ” mensagem. A melhor coisa Ć© deixar a intuição e a imaginação agirem. Ɖ verdade que eu quero dizer com forƧa qualquer coisa difĆ­cil de formular, qualquer coisa de escondido; mas sĆ£o os espectadores que tĆŖm de o descobrir, senĆ£o tudo seria tosco e grosseiro; sĆ£o vocĆŖs que tĆŖm de o descobrir, eu nĆ£o posso proceder demasiado directamente. Frente a certos valores, Ć© preciso, acima de tudo, sensibilidade.»

Pina Bausch





"O jovem “empreendedor” acha que por a sua empresa de aluguer de bicicletas a turistas se chamar “lx bike tour experience” ou que por propor uma marca de cafĆ© com leite sob o nome “gallonize your life” irĆ” reinventar a roda. A difusĆ£o desta ideia Ć© essencialmente propagandĆ­stica ao sugerir uma reorganização do trabalho em modelos cada vez mais isolados, autónomos e desprotegidos enquanto Ćŗltima tĆ”bua de salvação no naufrĆ”gio que Ć© a crise. Uma mĆ­nima percentagem destes novos empresĆ”rios irĆ” triunfar constituindo mini-nĆŗcleos de exploração brutal e todos os outros irĆ£o terminar enquanto reforƧo da mĆ£o-de-obra barata ou, na melhor das hipóteses, organizando-se dentro de um aparato ideológico de assistĆŖncia ao “empreendedorismo”."

Luhuna Carvalho (aqui); ilustração de Hossein Zare









Ao ler este testemunho sobre o estado de degradação do antigo Liceu Gil Eanes, depois Escola Preparatória Jorge Barbosa, do meu bom amigo Joaquim Saial, no seu blogue Praia de Bote, pouco mais hĆ” a acrescentar. Foi lĆ” que tive o meu primeiro emprego quando estive a dar aulas (de CiĆŖncias da Natureza) durante dois anos e olhar para o estado de degradação dĆ” uma raiva muito grande. EstĆ£o Ć  espera que caia tudo? Temos ali um novo Ɖden-Park? AtĆ© quando Mindelo vai continuar assistindo Ć  podridĆ£o que o invade, quieto e calado? AtĆ© quando? 

"Não lho disse, mas ainda lho direi, que ninguém parece estar interessado nisso, que a indiferença reina, que a memória dos grande cabo-verdianos que por ali passaram não parece ser suficiente para alguém arranjar uns tostões para uns míseros sacos de cimento e para uns baldes de tinta... Ao ver a sua velha casa degradada (em rua próxima do liceu), ao ver o velho liceu a entrar em ruína, as lÔgrimas afloraram-lhe aos olhos, como ele me contou. Enfim, ao deparar-me com estas imagens que partilho com os frequentadores da Praia de Bote, também as minhas pÔlpebras se molharam. Era inevitÔvel...

Termino, dizendo que se houver um movimento local que se abalance à tarefa da recuperação deste edifício mais que simbólico, finalmente uma vaga de fundo credível construída por gente séria, terei um cheque disponível para oferecer, com montante correspondente à saudade e à dívida contraída para com ele."

Joaquim Saial

JĆ” nĆ£o passo pela PraƧa Nova, porque ver o Ɖden-Park naquele estado dĆ”-me nĆ”useas. Ao que parece o dono do imóvel estaria preso num outro paĆ­s. Agora, isto. Vamos continuar, alegremente a assistir a este triste espetĆ”culo?

Espero, ansiosamente, que o meu querido amigo Manuel Brito Semedo, pessoa sempre sensível para estas questões de património, consiga, enquanto vice-reitor da Universidade de Cabo Verde, dar o impulso que falta para a reabilitação deste importante e histórico edifício!





''O gato não oferece serviços. Ele se oferece. Claro que ele quer carinho e abrigo. O amor não é de graça. Como todas as criaturas puras, os gatos são pragmÔticos.''

William Burroughs - escritor





“A ficção para ser purificadora precisa ser atroz. O personagem Ć© vil, para que nĆ£o sejamos. Ele realiza a misĆ©ria inconfessa de cada um de nós.(....). E no teatro, que Ć© mais plĆ”stico, direto, e de um impacto tĆ£o mais puro, esse fenĆ“meno de transferĆŖncia torna-se mais vĆ”lido. Para salvar a platĆ©ia Ć© preciso encher o palco de assassinos, adĆŗlteros, de insanos e, em suma de uma salada de monstros. SĆ£o os nossos monstros, dos quais eventualmente nos libertamos, para depois recriĆ”-los.” 

 Nelson Rodrigues - dramaturgo





"Um mundo novo nĆ£o se constrói procurando esquecer o antigo. Um mundo novo alicerƧa-se num espĆ­rito novo, em novos valores. O nosso mundo poderia ter comeƧado daquela maneira, mas hoje Ć© somente uma caricatura. O nosso mundo Ć© um mundo de coisas. Ɖ todo ele constituĆ­do por comodidades e luxos, ou entĆ£o pelo desejo de os alcanƧar. O que mais tememos, ao alcanƧar o dĆ©bĆ¢cle iminente, Ć© sermos obrigados a abandonar as nossas futilidades, as nossas engenhocas, todos os pequenos objectos cómodos que nos tornaram tĆ£o desconsolados. NĆ£o hĆ” nada de admirĆ”vel e de cavalheiresco, de heróico ou de magnĆ¢nimo, nas nossas atitudes. NĆ£o somos almas tranquilas; somos presunƧosos, tĆ­midos, demasiado escrupulosos, enfastiados e instĆ”veis."

Henry Miller - escritor

Imagem David La Chapelle





"África não existe - existem Ôfricas e desconheço a maioria. As minhas Ôfricas, aquelas de que posso falar, têm em comum serem territórios propícios à surpresa e aos encontros. Lugares que desprezam as fronteiras entre a realidade e o maravilhoso. Finalmente: espaços em construção. Assim se explicam os livros que escrevo. Vêm de lÔ.

JosƩ Eduardo Agualusa - escritor angolano

"Parece um nome. Mas é mais do que isso. Trata-se de um conceito carregado de fantasmas e produtor de equívocos, quando pronunciado no singular. O que hÔ são Áfricas. Plurais e diversas, em negação da imagem mistificada, do estereótipo e da visão folclórica."

Mia Couto - escritor moƧambicano





"A poluição sonora causada pela publicidade móvel em São Vicente atingiu hoje um novo ridículo histórico. Uma das empresas da especialidade passou a tarde a circular pelas ruas do Mindelo, anunciando-se a si própria. Pena que nesta ilha, que dÔ ao país tantos e tão bons exemplos de urbanidade, não haja a coragem necessÔria para, de uma vez por todas, se acabar com esta situação ridícula que põe em causa um dos mais elementares direitos da vida em sociedade: o direito ao sossego!"

Nuno Andrade Ferreira - Jornalista





"Eu sei que vou. Insisto na caminhada. O que nĆ£o dĆ” Ć© pra ficar parado. Se amanhĆ£ o que eu sonhei nĆ£o for bem aquilo, eu tiro um arco-Ć­ris da cartola. E refaƧo. Colo. Pinto e bordo. Porque a forƧa de dentro Ć© maior. Maior que todo mal que existe no mundo. Maior que todos os ventos contrĆ”rios. Ɖ maior porque Ć© do bem. E nisso, sim, acredito atĆ© o fim. O destino da felicidade, me foi traƧado no berƧo."

Caio Fernando Abreu - escritor

Imagem: "Head Le Sacre", de Pina Baush





"Entre os crioulos, a fronteira entre o elogio sincero, verdadeiro e merecido, e a bajulação Ć© bastante tĆ©nue. Num rasgo de inveja e egoĆ­smo inveterado, coibimo-nos de elogiar descomplexadamente o outro porque pensamos que ao elogiĆ”-lo estamos a diminuir a nossa pessoa perante o sujeito elogiado. O elogio constitui um gesto de elevação e de coragem cĆ­vica embora corramos sempre o risco do elogiado se mergulhar no vislumbre e na tĆ­pica "basofaria" crioula destilando complexos de superioridade vĆ”rios." 

Suzano Costa - Cientista PolĆ­tico







"Ɖ que o anĆ”tema do culto da violĆŖncia nĆ£o pode recair apenas sobre certas pessoas e em bairros localizados, de forma hipocritamente conveniente, dos nossos centros urbanos, quando ela estĆ” bem presente nos lares, onde vai corroendo a harmonia das famĆ­lias, e igualmente no trĆ¢nsito rodoviĆ”rio, nas relaƧƵes de trabalho, nas redes sociais, na comunicação social e no discurso polĆ­tico, onde se manifesta atravĆ©s de uma verborreia aviltante quase sempre consentida e muitas vezes incentivada."

Orlando Rodrigues - Jornalista (artigo completo, aqui)







"Acabei de chegar do ensaio no TUCA, estreiaremos amanhã. Um dos teatros mais lindos que jÔ conheci. 700 lugares esperando alguém(s) que queira trocar o que temos para oferecer. Agradeço todos os dias por ter escolhido essa profissão especial! Que honra poder subir no palco e provocar o público com as inquietações dessa minha alma que a cada escolha multiplica qualquer possível definição a meu respeito. Desço do palco e me pergunto, quem realmente sou senão aquilo que interpreto do mundo? E como estÔ aquém, o que concluo do que sou capaz como ator de traduzir. Mas tudo bem, tenho ainda cem anos pela frente. Apenas o hoje me interessa e é assim que vou estreiar amanhã. Jogando ao mundo tudo que tenho. Quase tudo."

FÔbio Assunção, na sua pÔgina do Facebook, na véspera da estreia de mais uma peça de teatro





O Amor Ć©...

O amor Ć© o inĆ­cio. O amor Ć© o meio. O amor Ć© o fim. O amor faz-te pensar, faz-te sofrer, faz-te agarrar o tempo, faz-te esquecer o tempo. O amor obriga-te a escolher, a separar, a rejeitar. O amor castiga-te. O amor compensa-te. O amor Ć© um prĆ©mio e um castigo. O amor fere-te, o amor salva-te, o amor Ć© um farol e um naufrĆ”gio. O amor Ć© alegria. O amor Ć© tristeza. Ɖ ciĆŗme, orgasmo, ĆŖxtase. O nós, o outro, a ciĆŖncia da vida.

O amor Ʃ um pƔssaro. Uma armadilha. Uma fraqueza e uma forƧa.

O amor é uma inquietação, uma esperança, uma certeza, uma dúvida. O amor dÔ-te asas, o amor derruba-te, o amor assusta-te, o amor promete-te, o amor vinga-te, o amor faz-te feliz.

O amor Ʃ um caos, o amor Ʃ uma ordem. O amor Ʃ um mƔgico. E um palhaƧo. E uma crianƧa. O amor Ʃ um prisioneiro. E um guarda.

Uma sentenƧa. O amor Ʃ um guerrilheiro. O amor comanda-te. O amor ordena-te. O amor rouba-te. O amor mata-te.

O amor lembra-te. O amor esquece-te. O amor respira-te. O amor sufoca-te. O amor é um sucesso. E um fracasso. Uma obsessão. Uma doença. O rasto de um cometa. Um buraco negro. Uma estrela. Um dia azul. Um dia de paz.

O amor Ć© um pobre. Um pedinte. O amor Ć© um rico. Um hipócrita, um santo. Um herói e um dĆ©bil. O amor Ć© um nome. Ɖ um corpo. Uma luz. Uma cruz. Uma dor. Uma cor. Ɖ a pele de um sorriso.

Joaquim Pessoa, in 'Ano Comum'





"Quem manda, afinal, sĆ£o sempre outros. Esses outros assinam com o nome genĆ©rico de «o mercado». Nunca as televisƵes deram tanto espaƧo ao que dizem os donos dos bancos. A fronteira entre o carĆ”ter nacional ou internacional destas instituiƧƵes bancĆ”rias esbateu-se mais do que as categorias de «esquerda» e «direita». E vamos percebendo que algo de divindade devem ter esses grandes banqueiros porque estĆ£o acima das crises e porque debatem algo que se afastou do domĆ­nio dos comuns mortais: o futuro. JĆ” que mandam mais do que os governos, devia haver eleiƧƵes para os donos dos bancos. Haja democracia!"

Mia Couto - escritor moƧambicano




"O Elogio da Loucura. Preocupa-me bastante o estado da saĆŗde mental em Cabo Verde. Os cabo-verdianos sĆ£o especialistas em incentivar, elogiar e aplaudir publicamente actos de demĆŖncia. Se alguĆ©m estiver stressado, com problemas psicológicos e disposto a enlouquecer, que venha a Cabo Verde [perĆ­odo de incubação de 15 dias]. A cada esquina hĆ” um "novo" doido. A taxa de reabilitação social por cĆ” Ć© nula, senĆ£o uma miragem, porque mesmo que estes queiram, o povo nĆ£o ajuda. Ɖ o elogio da loucura no seu esplendor..."

Suxano Costa - fundador do TertĆŗlia Crioula





"A economia de São Vicente é muito baseada no tinha. A ilha tinha o maior complexo de frio do país onde armazenava peixes e outros congelados mas este pegou fogo e nunca mais foi reconstruído. Tinha fÔbricas de sapato e vestuÔrio que fecharam e hoje os operÔrios estão no desemprego. Tinha a intenção de receber grande número de embarcações no seu Porto Grande que jÔ foi muito frequentado mas que hoje recebe poucos navios anualmente. Tinha o desejo de incrementar o turismo com vÔrios vÓos no Aeroporto de São Pedro mas na verdade recebe escassos voos internacionais por semana."

Odair Varela - Jornalista (crónica completa, aqui)






"Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo."

JosƩ Saramago





EU ME COMPORTAR? 

Desde pequeno vi o Tarzan andar pelado. Cinderela chegava meia noite. Pinocchio mentia. Aladim era ladrĆ£o. Batman dirigia a 320 km/h. Branca de Neve morava com 7 homens. Popeye fumava grama e era todo tatuado. E o PacMan corria numa sala escura com mĆŗsica eletrĆ“nica comendo pĆ­lulas que o deixavam acelerado. 

TARDE DEMAIS! A culpa Ć© da INFƂNCIA!

(via Facebook)