Café Contraditório

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Por altura das comemorações do segundo aniversário do Café Margoso um cliente sugeriu um interessante desafio para mim e para os leitores: adicionar uma rúbrica ao blogue: o melhor contraditório. Por exemplo, por cada uma (ou mensalmente) das declarações cafeanas ou crónicas desaforadas, publicar um contraditório e editar, valorizando "a qualidade intelectual e a discordância ideológica. Pode parecer uma violência editares algo com o qual não concordas (o que já fazes nos comentários, diga-se em abono da verdade), mas todos os que pensam como tu terão oportunidade de contraditar em comentários não se resumindo apenas a comentários fáceis e elogiosos às tuas crónicas."

Ora bem, este é um bom dia para começar o Café Contraditório, nova rúbrica desta casa, já que no dia de ontem vários se entreteram a aqui vir para me colar várias etiquetas na testa, desde machista a arrogante, um tipo cheio de manias de estrelato ou sem qualquer humildade, entre outros mimos do género. Um dos motivos de polémica foi a interpretação que fiz de um comentário do Marco Além - que até já tem um blogue inaugurado com uma Carta Aberta ao Café Margoso! (seja bem vindo, blogueiro, todos somos poucos) - no Bianda. Uns apoiaram, outros acharam exagerado, outros ainda partiram para a ignorância.

Por mim, tranquilo. A minha luta continua, outras haverá e estou satisfeito com os resultados da petição, que não vai ficar por aqui. Mas não deixa de ser pertinente estrear esta rúbrica com um excerto da tal carta aberta, já que me foi dirigida directamente, realçando antes de tudo não ser verdade que eu tenha censurado seja o que for dos comentários do Marco Além aqui no Café Margoso, ao contrário do que ele acusa. Apenas não são publicados aqui comentários insultuosos e não me parece que esse seja o estilo da pessoa em questão.

Sobre o Éden-Park, escreveu Marco Além:

"O edifício em causa, não tem o valor de Património Arquitectónico como você advoga. Não encaixa em nenhuma corrente arquitectónica de relevo. Nem modernismo nem pós-modernismo português. Para ser considerado património arquitectónico, teria que pertencer a uma corrente arquitectónica (por ex. gótico, modernista, pós-modernista etc.) ou representar uma evolução em termos de técnicas construtivas ou de estilo, para além de outros critérios internacionalmente aceites para certas e determinadas situações (ou tão simplesmente por decreto-lei de um par de ignorantes…). Não vamos confundir o que é velho ou antigo (…) com património arquitectónico. Acredito sim que o edifício tenha valor patrimonial de âmbito cultural, social e recreativa. Convém esclarecer e informar as pessoas e não as induzir em erro omitindo factos.

Quanto à importância que atribui às suas 650 assinaturas, todos sabemos que esses nomes que aí aparecem, não têm qualquer força jurídica ou moral, para além de que poderão ser de veracidade duvidosa, uma vez que a mesma pessoa pode assinar com 3, 4, 5 ou mais nomes fictícios (Não quero com isto dizer que alguém o tenha feito)."

Ler a carta na íntegra, aqui

E pronto. Aqui está um contraditório. A minha resposta, vem no post seguinte. Está lançado o debate.





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10 comentários:

Anónimo disse...

hahahahaha
Cedeste à pressão, claro não te ficava bem JB. Em relação às etiquetas, eu disse-te que eras machista e expliquei-te porque, assumindo a minha quota parte. A arrogancia (logo falta de humildade) estava exatamante no facto de nao assumires o teu pré-conceito...Calma bébé, não é por isso que o cafémargoso deixará de ser um dos blogues de referencia: por ter sido dos primeiros, pela sua etstetica e também pela forma algo ligeira como levanta as questões...
Bjs
O Exorcista

Unknown disse...

Olha, olha...o homem em mudança virou exorcista. Essa é boa... E até deixa beijinhos e tudo. Andas a tentar tirar o diabo que existe dentro das pessoas? Olha que isso é tarefa impossível. Faz parte da natureza humana, meu caro. Abr.

Unknown disse...

Caro João Branco!
Da minha parte já tinha dado por encerrado esta troca de mimos que continuo a achar desnecessário. Mas, já que o meu nome vem novamente à baila, vejo-me obrigado a contrapor.
O Sr. João Branco sabe tão bem quanto eu que uma polémica é sempre bom para uma causa. Melhor ainda se torna se arranjarmos um “inimigo de estimação”. É uma estratégia antiga embora sempre actual como podemos aqui constatar.
Por mim, tudo bem. Não me importo de ser o tal “inimigo de estimação” e servir de mau exemplo, desde que isso sirva para elevar algo em que todos ou maior parte de nós possamos sair beneficiados cívica, cultural e espiritualmente. Usem e abusem.

Falar com a razão e decidir com o coração!
Seria útil e desejável, para o esclarecimento geral, em vez de preparar contra-ataques, convidar, auscultar e incentivar a sociedade civil, até para reforçar e legitimar a causa, bem como os vários profissionais e especialistas como sejam os arquitectos, os urbanistas, os economistas, os sociólogos, os poetas e porque não os patetas (…) a manifestarem-se no contraditório. A opinião desses especialistas (evitar anonimatos) viria enriquecer o debate, até porque todos sabemos que a manutenção de espaços (públicos ou privados) implicam custos e que alguém tem que os pagar. Temos que pensar nos postos de trabalho que se vão criar e nos que se poderiam vir a criar a curto, médio ou longo prazo. Temos que saber se queremos uma cidade moderna, competitiva e organizada virada para o futuro, respeitando é certo o que for qualificado como de interesse nacional, ou se pelo contrário preferimos continuar no saudosismo e na precariedade onde os jovens e a sociedade vivem sem perspectivas de ver melhorar a sua qualidade de vida.
Compreendo que por vezes olhamos vezes demais para a ampulheta. Isso apoquenta-nos levando-nos a tomar decisões e atitudes que nem sempre são as mais adequadas. Dou-lhe o exemplo da petição online. Serviu para alertar as pessoas, contudo não tem valor nenhum em termos práticos. Já agora, lanço-lhe o desafio. Monte uma banca e recolha assinaturas em papel com Nome e número de Bilhete de Identidade. Se queremos fazer as coisas bem feitas devemos manter a serenidade e clarividência nas acções. Não fazer pender a agulha da balança para um dos lados sem o necessário esclarecimento.
Aproveito, já agora, para esclarecer que não sou de catalogar como também não me revejo de todo em certos ataques pessoais principalmente aqueles com pendor xenófobo que aqui vi “postados”. Isso revela falta de argumento e pobreza de espírito. Para mim a defesa de valores patrimoniais ou culturais são mais do que um dever, uma obrigação universal e não uma empresa só dos autóctones dessas regiões. Alias, a inclusão de não nacionais só demonstra o quão bem integrados estão na nossa sociedade e isso deve ser um motivo de orgulho para todos nós.
(continua)...

Unknown disse...

...(continuação)
Quanto ao meu blogue, já existe há pelo menos dois anos. Apenas e só por falta de tempo, por estar a investir na minha pessoa e não sobrar muito tempo para actualizações, optei por o manter off-line. É verdade que o reactivei devido a esta situação.
Quanto à não censura, veja lá bem se no dia em que colocou o “post” não recebeu um comentário meu. Alias, até acho que enviei o mesmo comentário duas vezes. Peco por frontalidade assumida , e não sou de me esconder em anonimatos. Ofensivo não costumo ser (…) nem em actos nem em palavras, principalmente com ilustre desconhecidos.
Post Scriptum I
Na minha rua, uma centenária árvore não resistiu ao desgaste dos tempos caiu. Felizmente não provocou danos que não fossem emocionais. Todos ficamos tristes e ainda hoje é tema de conversa passados que são alguns anos. O espaço deixado por essa árvore hoje foi transformado em jardim infantil. De certo modo, foi uma forma de homenagear a defunta criatura. São flores que lá crescem, essas flores um dia darão frutos. De certeza absoluta que os esse frutos irão falar aos seu filhos daquela centenária árvore que deixou espaço para um novo jardim e luz para muitas famílias, apesar das saudades.
Chamo-me Marco Além. Se eu poderia ficar sem escrever estas linhas? Claro que poderia. Mas não seria a mesma coisa

Unknown disse...

Marco, não veja inimigos onde não os há. Estamos a conversar, a debater ideias. Porque raio isso tem que ser sempre sinónimo de polémica? Foi o amigo que escreveu uma "carta aberta" dirigida directamente à minha pessoa. Uma carta aberta pressupoe uma resposta, senão ainda passaria por malcriado Então, escreve aquilo e acha que a questão seria encerrada assim, sem mais nem menos? Vamos conversar! Vamos debater! Des-com-ple-xa-da-men-te.

Esta a minha postura.

Quanto ao resto:

1. Mantenho o que escrevi num comentário num outro post: um convite para tomarmos um café, face to face, já que vou para a Praia este fim-de-semana.

2. Gostei do comentário. Aguardo a continuação.

Abraço

Unknown disse...

Marco

Garanto que não recebi nenhum comentário seu. Não tenho nenhum problemas em o afirmar: nunca censuraria uma pessoa que dá a cara e nem é nada ofensiva nos seus comentários, por muito que possa discordar dele. Vai contra todos os meus princípios. Não recebi comentário, e portanto não o poderia ter publicado. Era o que me faltava, aliás, já que considero que o Marco está a contribuir positivamente, para este debate.

Abraço

jandir soares disse...

JB dse quel marco alem q na ques 650 assinatura, pelo menos meu é verdadeiro...
jandir jorge soares....

Anónimo disse...

hahahaa
adoro os xiliques do JB...adoro-os simplesmente. MAs essa da petição nao ter assinaturas rubricadas nem BI foi optima.
Força MArco, sempre pode-se encontrar opiniões equilibradas, que nao sejam taxadas de "politicamente correctas".
Abraços e beijinhos (p o JB não, que ele nao quer)
O Exorcista!

Unknown disse...

Infelizmente vamos ter que adiar esse café uma vez que estou fora do país. Estarei em S.Vicente em Fevereiro. Havendo disponibilidade na sua agenda terei o maior prazer.

Unknown disse...

O Exorcista deve andar a ter sonhos eróticos com a minha pessoa, só pode!

Bons orgasmos, meu caro.

Marco, fica combinado. Estreio uma peça no dia 19 de Fevereiro. Se estiveres por cá, és desde já meu convidado de honra.

Abraço