A importância de saber chegar a casa

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Parece tão óbvio, que até estranho que precise de ser dito e escrito:

"Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.

Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção.

Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia. Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras.

Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma. Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor."

Texto recebido via mail

Comentário Cafeano: coitados daqueles que precisam de se esforçar para conseguir estar dez minutos com os próprios filhos...



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11 comentários:

Anónimo disse...

Mais coitados, de certeza, os que nem sequer têm filhos!

a) RB, anónimo por obrigação

... disse...

Não esquecer que as crianças de hoje vão ser os homens do amanhã e a sua maneira de ser como adulto depende das influencias negativas ou positivas que receber da infancia

Unknown disse...

RB, esses nem sabem o que perdem. Mas os que tem e fazem como se não tivessem são os maiores perdedores desta história.

Felina, nem mais.

Anónimo disse...

Posso dar a mão à palmatória sem que me caiam em cima? Tb recebi esta notícia po email e tremi quando li... não que não soubesse, mas porque talvez me tenha esquecido! Quantas vezes chego a casa e ligo o computador e a televisão e vou vendo os emails enquanto vou falando com o meu filhote? O meu marido faz exactamente a mesma coisa... não é por mal, somos apaixonados por ele e nada mais importante há na nossa vida, só que tentamos fazer tudo ao mesmo tempo... recebi este email de manhã, à hora do almoço lá o fui buscar e pum... a bomba, a tia do jardim perguntou se estamos muito ao computador em casa, porque ele muitas vezes não se quer associar aos outros meninos porque "está a trabalhar no computador" (palavras dele)! Bendita partilha e grande abanão... desde há 3 dias que fazemos tudo diferente e é verdade... ele até que nem tem tanta paciência para nós... 5 minutos sem móvel, tv ou net... só música e dança - tem sido maravilhoso... tem 3 aninhos, ainda vou a tempo, não vou?

Unknown disse...

Belo e comovente relato, Sara. Obrigado pela partilha. Abraço grande, cheio de amizade!

Anónimo disse...

é pá que comentário delicioso o da sara!!!!!

Tão honesto!

Revejo-me um bocadinho no que escreveste sara e vê tu que sou psicóloga educacional e passei muito tempo a aconselhar outros pais a fazerem este tipo de coisas. mas lá diz o ditado....em casa de ferreiro....

A verdade é que ninguém é perfeito enquanto mãe ou pai. Acho que temos é que ir reflectindo um bocadinho sobre a nossa atitude com os filhos e a fazer pequenos desvios de rota em função disso! Eu farto-me de pensar sobre isso...e tantas vezes preciso de ajuda...

Anónimo disse...

João
Ontem "panquei" a ultima hora de trabalho e fui buscar minha filhota à escolinha. Fomos correr na pracinha e bricar no baloiço. Ela estava tão feliz, mas eu pela primeira vez fiquei com ciumes da babá dela, pois de 10 em 10 minutos perguntava por ela....

Graças a Deus ela não gosta muito de TV, só se for para ver os desenhos animados, e vou tentar não vicia-la na caixinha mágica.

Ontem em vez de ser eu a conta-la uma historia para dormir, fiz com que fosse ela a contar a mim :)

Vou tentar repetir o dia de ontem mais vezes

Obrigada por partilhares esse texto do post João

Abraços

Anónimo disse...

Obrigada pelo carinho, João e Catarina - sinto-me mal por terem chamado de "honesto" o meu comentário, pq não dei a minha verdadeira identidade, mas achei que não seria relevante para o caso e não queria expor o/a meu/minha rebento/a ;-)

Sim, acho que enquanto pais/mães estamos "condenados" a errar, não é? Mas acho que enquanto pararmos para fazer balanços e reflectir sobre os nossos erros e estratégias, já é um avanço, não?

Eu, sinceramente, sinto-me "abençoada" por terem chamado a minha atenção e por ter parado para mudar.

Beijinhos aos dois

Unknown disse...

Eu já ganhei, e muito, em ter colocado este texto aqui. Quero agradecer em primeiro lugar a quem mo enviou. Estou muito emocionado!

Anónimo disse...

Dexam manda um palavriadu pa tudu familia i sé Mininu!!

Nha mininu

Na-na-na
Nha mininu
N´ta lababu bu paninhu
La na tina di vizinha
La na kasa tiazinha

Na-na-na
Nha mininu
N´ta sekabu bu paninhu
La na korda di kintal
Na ladu di nha bental

Na-na-na
Nha mininu
N´ta n´brudjabu bu paninhu
Bu paninhu labadu
Bu paninhu tudu fresku

Na-na-na
Nha mininu
Embrudjadu na bu paninhu
N´ta fazebu sonu
Na ladu bu paizinhu

Oh...oh...oh-oh...oh...oh
Oh...oh...oh-oh...oh...oh
oh...oh...oh-nha mininu

Kel abracinhu pa tudu mininu di familia margosu!!
ManuMoreno

Eileen Almeida Barbosa disse...

O meu pai sempre fez isso. Vinha a casa, íamos esperá-lo à porta, abraçáva-nos, perguntava-nos pelo nosso dia, fazia propostas deliciosas, do género de irmos à piscina, dar um passeio, fazer um lanche. É assim que se ganha a alculha de melhor pai do mundo.