Declaração Cafeana

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"Si ella muere habrá muerto la esperanza." [Pedro Almodóvar]


Hoje, dia internacional dos direitos humanos, é publicitado um caso que se passa neste momento em Espanha e que representa, em simultâneo, um acto de coragem, um exemplo de dignidade e uma lição de humanismo: Aminatu Haidar cumpriu hoje o dia 24 de greve de fome. Vai passá-lo deitada, num cubículo. Não cede e por isso ninguém cede em seu redor. Quer voltar ao Sara. Mas eles não deixam. E porquê?

Escreveu Daniel Oliveira, no Arrastão: "O Sara luta pelo mesmo que Timor lutou. A história é aliás quase igual. Mas os negócios falam mais alto. Aminetu Haidar, prémio Sakarov entre tantos outros, pode morrer a qualquer momento. Em solo europeu. Perante o silêncio cobarde de todos. Apenas porque não deixam regressar ao seu país, à sua casa, aos seus filhos. Apenas porque os mesmos que a elogiam e a premeiam são incapazes de aprender alguma coisa com o seu exemplo: o da dignidade e da coragem.

Quando Marrocos fez saber que ela só poderá regressar se pedir desculpas ao rei Mohammed VI, o seu filho mais novo, de 13 anos, disse: “A minha mãe nunca vai voltar a casa porque nunca vai pedir perdão ao rei.” Não por frieza, mas pela coragem de uma combatente, Aminetu mediu todas as palavras: “podem viver sem mãe, mas não sem dignidade”. Por mim, ao ver esta mulher firme e de paz morrer na Europa que se diz da liberdade sinto uma vergonha sem fim. E um desprezo enorme pelos cobardes que nos governam. Tivessem os nossos líderes um pingo do que tem Aminetu e estaríamos muito melhor servidos."

Não é preciso dizer mais nada. (Ah, e um agradecimento ao Zé Cunha, por me ter chamado atenção para este caso).





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9 comentários:

Helena Fontes disse...

A dignidade das Mulheres ultrapassa a compreensão dos homens, principalmente dos politicos!


HF

Unknown disse...

A morte como arma contra a tirania;
a morte como prémio à dignidade!

Amílcar Tavares disse...

É uma vergonha o que se passa no Sara. Foi um bom negócio para a Espanha e está a ser para a UE que não chateia o "amigo" marroquino, por nada.

Anónimo disse...

Ola João

Deixo aqui como comentário um texto escrito pela minha amiga argentina Veronica no seu blog:http://palabrasconviento.blogspot.com/.

Américo Silva

Foto : Lucía y Flor en el barrio de La Boca Buenos Aires


Disculpen mi ignorancia, habrá cosas que no entiendo quizás entre todos me den una pista hay algo que se me pierde en el camino de mis torpes razonamientos.

No es que no crea en las revoluciones, entiendo, en parte, la postura de Aminatu Haidar, entiendo perfectamente que la adquisición de la nacionalidad española significa resolver algo de forma individual para un problema colectivo hasta aquí bien. Entiendo lo que puede significar ser mujer y desafiar a Marruecos hasta aquí también.

No creo que una bandera, unas fronteras, unas ideas políticas, sean un puñado de causas suficientemente valiosas para dejar huérfanas a mis hijas, para algunos activistas y compañeros de ruta, amigos personales estos pensamientos míos son inexplicables.

La vida cotidiana de las personas de este planeta está llena de historias que reivindican la dignidad, desde las familias de los mineros en Bolivia pasando por los Mapcuhes de Chile y Argentina hasta los maestros rurales en Guinea Bissau

No podría dejarles como lección de vida a mis hijas, la muerte por una causa, porque nada justifica la muerte.

Sí Marruecos no me mata , entonces me mato yo.¿Por qué me dice Aminatu Haidar que eso es dignidad ?

La medida de la dignidad de una persona, a caso, se mide por su capacidad para morir por una causa?

Batchart disse...

Tudo o que se vive naquela região (Saara ocidental) hoje são sequelas da colonização. A instabilidade que a africa está mergulhada é em grande escala causada pela escravatura, pela colonização e pela divisão (à régua e esquadro) do continente. Espanha promotora de toda esta situação comete agora o seu 2º erro. O primeiro erro data-se de 1800 e tal a 1975, e o segundo é silêncio covarde perante essa situação. Porque? Fosfato e petróleo!

Amílcar Tavares disse...

O Batchart focou num ponto importante: a repartição do "bolo africano" entre as "potências" colonizadoras na Conferência de Berlim.

Só podia dar para o torto.

Talvez ainda haja tempo para se corrigir alguns erros que essa "raça superior" cometeu. Mas sou capaz de estar a propor muito.

Mas há esperança.

Os Camarões e a Nigéria resolveram há pouco uma questiúncula territorial. Aquela coisa, aquele apêndice angolano inventado pelos portugueses -- Cabinda -- é um bom exemplo dos muitos casos que ainda estão por resolver.

Movidas pela ganância, essas potências não se coibiram de confinar no mesmo espaço geográfico, tribos secularmente rivais -- um dentre vários exemplos: Hutu & Tutsi -- e, obviamente, o barril de pólvora só tinha que explodir.

... disse...

É uma verdadeira mãe coragem

Departamento de Português disse...

Discordo com uma frase do seu artigo: "Perante o silêncio cobarde de todos". Não, todos não. Aí está a denúncia de Amnistia Internacional ou, a nível de partidos políticos espanhóis, Izquierda Unida (que é o terceiro por número de votos).

José María Durán
(Plasencia, Espanha)

Unknown disse...

José, em primeiro lugar, obrigado pela visita e pelo comentário. Mas a frase não é minha: é uma citação do Daniel Oliveira, do blogue arrastão, de onde retirei o texto e que costuma estar bem informado nestes assuntos.

Abraço fraterno