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Não é por nada. Mas por vezes tenho a sensação de que a classe artística nacional, a que pertenço, não merece mais do que tem a nível de execução de políticas públicas para o sector. Depois de mais um anúncio para mais um diagnóstico através de mais um Plano Estratégico, parece que andamos todos a comer o que nos dão, sem pestanejar, e a calar quando devíamos reivindicar. Mas pronto, lá diz o povo, quem dá o que tem a mais não é obrigado.

Vamos lá, então, continuar a criar as nossas coisas no nosso quintal, todos felizes e contentes. Afinal de contas, a nossa produção discográfica, artística e literária será, feitas as contas, uma das mais espantosas do planeta, considerando o seu valor per capita. Afinal de contas, somos todos um bocadinho artistas. Afinal de contas, o que mais existe por esse país fora são escolas de música, museus, teatros e cinemas. Afinal de contas, só temos razões para festejar. Hip Hip Hurra, que vem aí mais um Dia Nacional da Cultura!