Café do Conhecimento Diário

16 Comments



Mais de metade das mulheres dos países em desenvolvimento continua a considerar "aceitável" a violência doméstica machista, em "certas circunstâncias".

(Fonte: 20 minutos)


Série Laço Branco: dia 25 de Novembro, Dia Internacional da Eliminação da Violência contra as Mulheres.




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16 comentários:

Anónimo disse...

Ola,
por toda a parte nesses dias -imprensa escrita, visual e outros - tenho assistido a vários debates sobre a violencia domestica e em especial contra as mulheres. devo dizer que ontem numa televisao europeia acompanhei um debate sobre o assunto deveras inusitado: para além das testemunhas de uma mulher e de um homem vitimas de violencia domestica - tinha no studio o publico e dois comentaristas - esses de serviço, "intelectuais" que aparecem em todos os programas da televisao a comentar os mais diversos temas. pois um deles, visivelmente alterado, insurgiu contra a condutora, as vitimas e o publico, achando que o argumento era ridiculo, que nao era de utilidade publica, que estavam a acontecer naquela tarde, acontecimentos muito mais interessante para uma tarde que deveria ser sereno e tranquilo....
imaginam se uma pessoa dessas, instruida, que definem como um "intelectual" perante um argumento como este, tem uma actitude do genero, pessoas que normalmente sao defenidas como fazedoras de opiniao, como agirá um comum dos mortais? - a violencia contra as mulheres, é um problema dessas mulheres vitimas, ou é um tema que deve implicar a sociedade em geral?
Votos de bom dia,
gl

Anónimo disse...

Será que a outra metade é a que pratica a violência doméstica?

a) RB

Sarabudja disse...

Há muita Maria de óculos de sol e dores na alma.

Anónimo disse...

A violência doméstica em Cabo Verde parece, à semelhança do problema do alcoolismo que assola as ilhas, que se está a converter num aspectos social culturalmente aceite, o que só se pode justificar pelo aumento da pobreza, queda de importantes valores sociais como a família, o respeito pelo próximo e do instituto do casamento, entre outros.

Penso que não deve ser nem de perto nem de longe o caminho a seguir, para o bem de uma sociedade saudável.

Abraço

Pimintinha

Unknown disse...

É uma tristeza que as pessoas, tantos milhões de anos após o seu aparecimento, aínda não tenham aprendido a conviver!
Zito

Unknown disse...

Gi, sem dúvida, deve implicar a sociedade em geral. O projecto multinacional do Laço Branco tem como objectivo, precisamente, trazer os homnens para o centro desta questão, responsabilizando-os, alertando-os e usando-os como arma para combater este flagelo social.

RB, nem te respondo...

Sarabudja, sem dúvida. Infelizmente.

Pimintinha, mais do que pobreza material eu diria que o problema é mesmo a pobreza mental...

Zito, e outros milhões virão...

Sarabudja disse...

Há quase uma não consciencialização da vivência deste problema pelas vítimas.
Já ouvi relatos de mulheres que tinham conhecimento que amigas passavam por esta experiência e se indignavam com a inacção, com a facilidade de esquecimento e de argumento que releva o agressor. Essas mesmas mulheres que se revoltam com a passividade das amigas, muitas vezes são também vítimas de verdadeiros massacres, mas vivem as suas vivas quase como que em cima da árvore .
Compadecem-se com as dores de outras e não se consciencializam das suas próprias dores.
Quem nunca ouviu dizer: "ai se fosse comigo..."?

Helena Fontes disse...

Tenho para mim que a outra parte da metade das mulheres não aceita nem tolera a violência baseada no género. O problema é que o sistema é a 100% machista. Ora vejamos: quando a mulher é espancada em casa, quem sai de casa normalmente, o agressor ou a vitima? Quando ela sai de noite para onde deve dirigir-se para ser acolhida? Quando apresenta queixa na polícia, porque raio o agente de serviço ri-se e diz que entre homem e mulher não se mete a colher? Mas mesmo na hipótese de ser recebida e registada a queixa-crime porque razão fica a mesma adormecida nas gavetas das esquadras policiais até prescrever? Porque raio não se alterou a legislação penal para que o crime de violência doméstica seja considerado um crime de natureza pública, além de ser obrigatório como medida cautelar a remoção imediata do agressor de dentro da casa familiar?

Além disso, deve ser responsabilizado o cônjuge agressor pelos gastos médicos de psicologia que a vítima é obrigada a consultar, por vezes durante toda a sua vida.

Agora que pensam modificar a lei, espero que os deputados da nação homens tenham coragem de aprovar por unanimidade estas propostas. A ver vamos! Ou será que terão medo de serem os primeiros a experimentar essas medidas... Normalmente diz-se que quem tem telhados de vidro não deve atirar a primeira pedra...

Falando de deputados falo também de outros dirigentes políticos nacionais. A experiência, ai a experiência...

Vamos ver se no próximo dia 25 nde Novembro teremos a lei penal nesta matéria devidamente alterada e civilizada.

Beijos

:)

HF

Catarina disse...

A grande questão de fundo é o desiquilíbrio de género: a VBG é a ponta mais dura e visível deste iceberg...

Os homens, na sociedade patriarcal, são criados para serem os provedores em todos os sentidos... são eles que mandam e desmandam - as mulheres, para seguir as suas directrizes... e a masculinidade passa por aqui - não há outro modelo... caso haja qq rompimento, a punição física e emocional, material e social é a via única...

é assim entre homem e mulher e entre pais e filhos: se repararem é o mesmo modelo de punição... como se tod@s fossemos propriedade de alguém

Tudo tem que ser repensado e reconstruído... é um problema, uma praga mundial e não apenas cabo-verdiana, é um flagelo que afecta tod@s e que homens e mulheres, meninos e meninas, temos que combater!

Unknown disse...

Todos os vossos depoimentos e achegas são bem vindos. Este é daqueles assuntos que nunca desaparcerá do Café Margoso. E digo, infelizmente.

Lily disse...

De facto é triste pensar que são tantas as mulheres mal tratadas...e tantas as mulheres resignadas.
É urgente inverter a ordem dos factos, retirar a carga negativa que se coloca sobre a mulher violentada, como se ela fosse culpada por receber esses maus tratos e apoiar, apoiar, apoiar... Tenho esperança de que haja uma mudança, nas leis, nas mentalidades, e uma protecção e valorização maior das mulheres.
Como mulher, fico agradecida por trazer para o seu blog este tema, que naturalmente gostaria que não existisse...mas sendo uma realidade, ainda bem que o traz para a "praça pública".

Eileen Almeida Barbosa disse...

Ainda acredito que as mulheres podem acrescentar a sua migalha, quando educam os filhos de forma consciente e não seguindo os padrões machistas existentes. São as póprias mulheres, muitas vezes, a fazer distinções entre os filhos, meninas e meninos.
A educação que recebemos dos nossos pais, em que aprendemos que comportamentos maus são corrigidos com pancada também terão o seu papel nesta história.

Unknown disse...

Atençao - Ouvi hoje um psicólogo afirmar na rádio que muitos casos de violencia doméstica radicam as suas causas no chamado "sindrome de Estocolmo"...Será?!
Zito

Helena Fontes disse...

Sindrome de estocolmo até pode ser, pois que se trata de um estado psicológico.

Aliás, as novas teorias nos EUA entendem que a violência contra as mulheres é como se de um vício, ou dependência se tratasse, como o alcool e a droga, pelo que quem o pratica deve ser tratado e acompanhado pelas estruturas de saúde nacionais.

Sabe-se também que quem o faz uma vez fa-lo-á sempre.

A VBG é pois uma doença que deve ser encarada no âmbito da saúde pública, quer para a vítima quer para o agressor.

Em Cabo Verde, infelizmente, a saúde mental é o parente pobre do programa da saúde nacional...

Curto e grosso, o objectivo último dessa perspectiva americana de obordagem do problema, é que não haja ou, então, se diminua gradualmente a multiplicação deste fenómeno, e, por outro lado, termos cada vez mais seres humanos bem amados, saudáveis fisica e mentalmente, e por fim que sejam felizes!

A violência contra as mulheres é uma psicopatia!

Já repararam nos homems de bem socialmente, bons pais de família, cumpridores dos seus deveres sociais, que temos e que pululam aí nos burgos crioulos, mas que chegam em casa e dão porrada na mulher?!!!

Pois é são mais que as mães!

Tenho dito, e num próximo artigo a publicar direi mais.

Abraços

HF

Unknown disse...

Grosso-modo +e o que eu tinha entendido da conversa. Agradeço a confirmação, que abre perspectivas diversas para o estudo e erradicação do mal...Oxalá!
Zito

Unknown disse...

Boa Helena, e olha que não vai demorar. Aliás, vou escrever na próxima semana, utilizando alguns dos dados que nos deixas aqui. Para não deixar cair este assunto. Sempre presente (e volto a dizer, infelizmente!)