.: Explicação (Post 500)

Explicação (Post 500)

19 Comments

Aqui está a minha vida.
Esta areia tão clara com desenhos de andar
dedicados ao vento.

Aqui está minha voz,
esta concha vazia, sombra de som
curtindo seu próprio lamento
Aqui está minha dor,
este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.

Aqui está minha herança,
este mar solitário
que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.

Cecília Meireles

Nota: este é o post número 500 do Café Margoso. A efeméride só poderia ser assinalada assim. Com a poesia da palavra e da imagem. Obrigado a todos.

Sobre o Autor

Unknown

Encenador. Gestor Cultural e Fazedor de Sonhos. Vive em Mindelo, Cabo Verde.

19 comentários:

Cesar Schofield Cardoso disse...: John, my friend, happy 500th post!

Para mim, a bloguidade crioula tem um ante-johnwhite e um post-johnwhite (e tem johnwhite-posts).

Long life to Margoso Coffe
César; 17 junho, 2008
Unknown disse...: Grande César, a modéstia, que não a falsa, faz-me discordar, mas a gerência agradece o piropo. Abraço biandesco! JB; 17 junho, 2008
Anónimo disse...: Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!; 17 junho, 2008
Unknown disse...: Vou tentar, Catarina. Se a clientela continuar com este speed, vou ter que aguentar o ritmo da coisa. Coisas que a cafeína tece...; 17 junho, 2008
Fonseca Soares disse...: 'Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!' Catarina dixit. Como tenho estado um bocado afastado... só me dou o direito de 'plagear'
Fonseca; 17 junho, 2008
Unknown disse...: Sem querer parecer mal agradecido: e o poema (um hino)... e a imagem (um deslumbro). Ninguém comenta?; 17 junho, 2008
Anónimo disse...: Mesmo se sou às vezes uma chata e teimosa, gosto do teu café preto ou com um pingo de leite. Obrigada João.

Abraços verdes.; 18 junho, 2008
Anónimo disse...: Joaõ.
O poema é mesmo muito lindo.
Serviu como uma luva ao meu estado de espirito do momento.

Parabens pelos 500 post

Vou passar a ler mais Cecilia Meireles; 18 junho, 2008
Unknown disse...: Moreia e Kuskas, obrigado pela fidelidade. Kuskas, a poesia da Cecilia Meireles é divina. Há muitos mais, do nivel deste post.; 18 junho, 2008
Anónimo disse...: Go on, João.

A última parte deste poema lembra-me um outro poema (uma mulher sentada entre o amante e o marido - de um lado tinha a face ruborizada; do outro, branca como a cal) de um dos meus livros e poetas preferidos (O Louco, de Khalil Gibrain).

Ah, as mulheres!... São por natureza assim, deve ser por isso que nos fazem andar com a cabeça em roda viva.

Abraço fraterno
Virgílio; 18 junho, 2008
Unknown disse...: Thanks Virgilio. Vou procurar saber mais desse poeta. Abr.; 18 junho, 2008
Anónimo disse...: Bravo João!!!!!

Um abraço expectante pelos próximos 500!; 18 junho, 2008
Unknown disse...: Obrigado, Catarina. Com clientes como tu, motivação neste café é coisa que não vai faltar!; 18 junho, 2008
Anónimo disse...: PARABÉNS!!! e obrigado nós, por nos deliciares com os seus posts sempre muito interessantes, com muita informação, bom humor, poesia e cultura.; 19 junho, 2008
Unknown disse...: Obrigado, Sisi, pela fidelidade e participação activa!; 19 junho, 2008
MYA disse...: E tudo isto suspenso por um fio? Porkê?; 16 setembro, 2008
Unknown disse...: Eu sei que isto vai te parecer assim meio lugar comum, mas cá vai: porque a própria vida está, ela também, suspensa por um fio.; 16 setembro, 2008
MYA disse...: Mas nao faz parte da tua personalidade o "viver por um fio". A tua personalidade é mais "corda bamba"... os pés estao ASSENTES e nao SUSPENSOS.
Daí a "vida por um fio" nao ter sido aceite pelos meus neuronios; 16 setembro, 2008
Unknown disse...: E os teus neurónios, desta vez, estão certos...; 16 setembro, 2008