Explicação (Post 500)

19 Comments




          Aqui está a minha vida.
          Esta areia tão clara com desenhos de andar
          dedicados ao vento.

          Aqui está minha voz,
          esta concha vazia, sombra de som
          curtindo seu próprio lamento
          Aqui está minha dor,
          este coral quebrado,
          sobrevivendo ao seu patético momento.

          Aqui está minha herança,
          este mar solitário
          que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.

          Cecília Meireles


Nota: este é o post número 500 do Café Margoso. A efeméride só poderia ser assinalada assim. Com a poesia da palavra e da imagem. Obrigado a todos.




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19 comentários:

Cesar Schofield Cardoso disse...

John, my friend, happy 500th post!

Para mim, a bloguidade crioula tem um ante-johnwhite e um post-johnwhite (e tem johnwhite-posts).

Long life to Margoso Coffe
César

Unknown disse...

Grande César, a modéstia, que não a falsa, faz-me discordar, mas a gerência agradece o piropo. Abraço biandesco! JB

Anónimo disse...

Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!

Unknown disse...

Vou tentar, Catarina. Se a clientela continuar com este speed, vou ter que aguentar o ritmo da coisa. Coisas que a cafeína tece...

Fonseca Soares disse...

'Muitos parabéns, mesmo! E que venham mais 500!' Catarina dixit. Como tenho estado um bocado afastado... só me dou o direito de 'plagear'
Fonseca

Unknown disse...

Sem querer parecer mal agradecido: e o poema (um hino)... e a imagem (um deslumbro). Ninguém comenta?

Anónimo disse...

Mesmo se sou às vezes uma chata e teimosa, gosto do teu café preto ou com um pingo de leite. Obrigada João.

Abraços verdes.

Anónimo disse...

Joaõ.
O poema é mesmo muito lindo.
Serviu como uma luva ao meu estado de espirito do momento.

Parabens pelos 500 post

Vou passar a ler mais Cecilia Meireles

Unknown disse...

Moreia e Kuskas, obrigado pela fidelidade. Kuskas, a poesia da Cecilia Meireles é divina. Há muitos mais, do nivel deste post.

Anónimo disse...

Go on, João.

A última parte deste poema lembra-me um outro poema (uma mulher sentada entre o amante e o marido - de um lado tinha a face ruborizada; do outro, branca como a cal) de um dos meus livros e poetas preferidos (O Louco, de Khalil Gibrain).

Ah, as mulheres!... São por natureza assim, deve ser por isso que nos fazem andar com a cabeça em roda viva.

Abraço fraterno
Virgílio

Unknown disse...

Thanks Virgilio. Vou procurar saber mais desse poeta. Abr.

Anónimo disse...

Bravo João!!!!!



Um abraço expectante pelos próximos 500!

Unknown disse...

Obrigado, Catarina. Com clientes como tu, motivação neste café é coisa que não vai faltar!

Anónimo disse...

PARABÉNS!!! e obrigado nós, por nos deliciares com os seus posts sempre muito interessantes, com muita informação, bom humor, poesia e cultura.

Unknown disse...

Obrigado, Sisi, pela fidelidade e participação activa!

MYA disse...

E tudo isto suspenso por um fio? Porkê?

Unknown disse...

Eu sei que isto vai te parecer assim meio lugar comum, mas cá vai: porque a própria vida está, ela também, suspensa por um fio.

MYA disse...

Mas nao faz parte da tua personalidade o "viver por um fio". A tua personalidade é mais "corda bamba"... os pés estao ASSENTES e nao SUSPENSOS.
Daí a "vida por um fio" nao ter sido aceite pelos meus neuronios

Unknown disse...

E os teus neurónios, desta vez, estão certos...