Perguntas Cafeanas

13 Comments




Que futuro para (est)a África?



À melhor resposta, ofereço um café




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13 comentários:

Anónimo disse...

João
Esta pergunta vem inquietando-me há alguns anos. Sou daquelas optimistas que acham que para tudo há remédio, mas cada vez mais tendo a ficar pessimista sobre o futuro da (nossa) Africa.

Unknown disse...

Eu, embora seja optimista por natureza, mais ainda no que diz respeito a África, continuo a achar que o «mal» é global e não restrito a um único continente. O problema de África é já estar tão habituada ao sofrimento, pobreza e miséria, que já poucos se importam muito com isso...

Cesar Schofield Cardoso disse...

Futuro da África é o futuro (utópico) da cidadania, mundial. A catástrofe africana é a corrupção, dos dirigentes africanos, das sociedades civis desarticuladas e da ENORME hipocrisia internacional. Por isso que me arrepia tanto a corrupção cá do burgo; embora seja uma dimensão ínfima do continente, é a raiz do mal...Aliás, a raiz já dá frutos: assassinatos, tráfico da coisa pública, injustiça social...

Já dizia um intelectual, o pior dos males do mundo é a ignorância. Tratemos de falar, informar e denunciar a baixa espiritualidade das nossas sociedades.

Unknown disse...

Muito bem, César. Falta também passares por aqui mais vezes e deixares o teu testemunho. Fazes falta! Abr.

Catarina Cardoso disse...

Pois é,

eu como a Kuskas também sou muito pessimista em relação a África porque acima de tudo um dos seus grandes problemas, da minha óptica, é a ganância dos homens que não deixa este continente evoluir para lado nenhum. Basta olhar para o caso angolano recentemente denunciado pelo Bob Geldof...

Um abraço

Catarina Cardoso

P.s: Voltaste em força João- Boa!

Unknown disse...

Hiii, nem me fales da bronca do Irlandês. Estive agora em Luanda e como é natural não havia dia em que não saisse na imprensa local textos, crónicas e outros quejandos a dizer poucas e boas ao homem do Liv Aid. Como se costuma dizer, «o homem pegou pesado».

Carlos Parreira disse...

Antes mais anuncio o meu regresso ao convívio do margoso.

África … que futuro? Muitos já teceram duras, desoladoras e horrendas críticas sobre África (em alguns casos corresponde à realidade), mas a nossa África tem andado por mãos que só querem tirar dela toda a riqueza (….) que não vêem nela uma oportunidade, mas sim mais um negócio como tantos outros. Infelizmente assim o é.
África dorme, mas África precisa de acordar deste sonho profundo de libertar do feitiço que ensombra-lhe o futuro, precisamos de o fazer, e é chegada a hora, não podemos esperar que um dia isto aconteça por si só, temos que ser nós, homens e mulheres de hoje, a fazer com que África acorda, porque nada acontece por mero acaso.
Neste momento África não tem futuro, sobrevive com o choro das crianças com fome, do som das armas, das minas anti-pessoal, da seca, das doenças e da miséria. África não desenvolve porque não há vontade política para tal, as grandes potências mundiais tem todo o interesse que África continua a ser um país pobre, com guerras e fomes.
Como tudo na vida existe um lado forte e outro fraco, um que explora e outro que é explorado, que contrabalança a tendência das coisas, que serve de justificação para certas coisas, e o mesmo se passa com África, ela é justificação para negócios pouco claros e duvidosos, apesar de toda a ajuda internacional que recebe. Por exemplo os objectivos do milénio traçados para o desenvolvimento de África não vão ser atingidos, pergunto porque?

Abraç tds

Catarina Cardoso disse...

ele ate pode ter pegado pesado mas sera que fez mal?
Catarina Cardoso

Unknown disse...

Odair, muito do que dizes é central para entender o triste estado do continente africano hoje.

Catarina, há quem diga sim, há quem tenha adorado. Eu não sei nem o contexto das afirmações nem do que as motivaram, embora tenha estado na capital de Angola...

Catarina Cardoso disse...

bem, o contexto foi uma conferência organizada pelo BES em Lisboa sobre Desenvolviemnto sustentável e de acordo com a comunicação social desde logo os representantes do BES se demarcaram da posição do Bob!
Claro, não seria de esperar outra coisa!
abraço
catarina cardoso

Anónimo disse...

O cenário no nosso continente parece tétrico, mas tenho muita esperança que um dia as coisas vão mudar e farei a minha parte. Sou um “afro-optimista” e sê-lo-ei até ao fim.
A corrupção é uma das questões que mais se tem apodado à África. De facto, esta ignominiosa situação nos perturba a todos, que estão interessados não só numa África melhor, mas num mundo melhor também. Lembro-me que no ano passado um amigo meu, de um determinado país africano, disse publicamente que no seu país a corrupção era tanta que praticamente a dada altura foi “legalizada” ou “oficializada”. Ele elucidou-nos os meandros da tamanha “poca vergonha” e ficamos todos atónitos com o que ele ia dizendo. É que já sabíamos que a corrupção era corriqueiro por aqueles lados, mas não imaginávamos que fosse assim de uma forma tão descarada.
A corrupção não acontece só em África, na verdade dá mais nas vistas porque há um fosso maior entre um punhado de ricos “lapidu na poder” e outros que vivem na extrema pobreza. Na Europa a corrupção é fortíssima e vergonhosa também, a cada dia que passa, aqui em Portugal, ouve-se casos e mais casos de corrupção, mas como, em princípio, a discrepância não é tão abissal a “coisa” vai passando assolapadamente. Por outro lado, os media não mostram a pobreza que há aqui também, e as pessoas, por vezes, não questionam tanto. No ano passado assisti no interessantíssimo DOC Lisboa 2007 um documentário intitulado “Lisboa Dentro” de Muriel Jaquerod e Eduardo Saraiva Pereira, e todos saíram da sala chocados com tamanha miséria existente nessa lindíssima cidade, que gosto muito, mas que muitos teimam em não mostrar esse lado deplorável da cidade das setes colinas. Antes desse filme exibiram “Arquitectura de Peso” de Edgar Pêra, que mostrava, numa atitude provocativa, quatro grandes obras que “projectaram” Portugal na Europa: o Centro Cultural de Belém, o Parque das Nações, onde decorreu a Expo’98, os estádios de Futebol (Euro 2004) e a Casa da Música (Porto). Este era para ser cotejado com “Lisboa Dentro”, e que cada um posteriormente tirasse as suas conclusões.
É necessário, sem dúvida, denunciar e mostrar as atrocidades que grassam o nosso continente, mas África de CERTEZA não se resume a isso.
Quanto a Bob Geldof, já agora ele aproveitava e chamava a alguns indivíduos do “velho continente” de criminosos por estarem até ao pescoço envolvidos no tráfico de diamante de sangue. É que não são só alguns líderes africanos que fazem parte de um grupo de corruptos que há muito tempo vêem sugando a riqueza do sub-solo africano, em que o tráfico de diamantes de sangue, envolvendo africanos e europeus, é um exemplo paradigmático. Por fim, sendo Geldof a dada altura conselheiro de Tony Blair para os assuntos africanos, estranhei o porquê dele não chamar Blair de criminoso aquando da invasão e guerra no Iraque à revelia da ONU e de todos que marcharam contra essa guerra, cuja justificação era de que o mundo estava ante a ameaça de armas de destruição massiva produzidas pelo regime de Saddam Hussein, volvidos 5 anos ainda nada, e eles (Bush, Blair, Aznar e Barroso) confessaram que foram atraiçoados por falsas informações. Nesta guerra, que já dizimou milhares de pessoas, o que os E.U.A e os seus coadjuvantes gastaram até agora daria para resolver de vez a miséria em África.
Bob Geldof, sem dúvida, sonegou a outra parte da moeda.
E China que anda por aí a introduzir armas em África, que dizer? Enfim, se é para falarmos de criminosos, há e são muitos!
Boa pergunta João, “Que futuro para (est) a África?”
Respondo com um chavão do “movimento sem terra” no Brasil: “ O mundo não ‘é’ mas ‘é feito’”.
As transformações e as melhorias do nosso mundo e continente dependem de nós todos, podemos mudar as coisas. E acredite que o teu estabelecimento, Café Margoso, já é um pólo aglutinador de discussão de ideias positivas e construtivas não só para Cabo Verde, África e o mundo inteiro. A “comunidade blogueira mundial” pode criar e moldar consciências.
Abominando a corrupção, investindo na saúde, na educação, no emprego, na cultura (todas as áreas) – para fomentar um pensamento crítico e levantar questões prementes, entre muitas outros campos, poderemos chegar a bom porto. Não investindo nessas áreas - embora as causas não sejam só estas - origina o que está a acontecer na África do Sul, ou seja, quando as coisas não vão bem, com o aumento da crise económica e falta de emprego etc., as tensões sociais acentuam-se, a solução infeliz tem sido a de procurar “o bode expiatório”, nesse caso os estrangeiros ou imigrantes.
A questão, como aponta o João é global e não somente a africana. O problema do mundo é a miséria espiritual, sem dúvida César.
O sonho de Cabral, L. King, Gandhi e muitos outros não pode desvanecer.
Abraços,
Ruben.

Unknown disse...

Que belo comment, Ruben! Dava um post, com o destaque devido... e entre outras coisas referes-te à recente polémica Bob Geldof, dizendo um pouco o que se comentava em Luanda a semana passada: quem tem telhados de vidro não atira pedras à casa do vizinho. E essa de o Geldof ter sido conselheiro do Blair era desconhecida para mim...

Anónimo disse...

Obrigado João, e esteja à-vontade quanto a um post. Logo no primeiro dia que vi e ouvi na TV o Geldof, na conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável organizado pelo Banco Espírito Santo (BES) e o jornal “Expresso”, a dizer que Angola é um país “gerido por criminosos”, a primeira pergunta que fiz foi: sendo ele um cidadão da Grã-bretanha porquê ele não chamou a Tony Blair de criminoso aquando da guerra no Iraque. E questionei-me logo de seguida também sobre o tráfico de diamantes de sangue entre África e Europa. Dias depois, no programa “Eixo do mal” da Sic Noticias a jornalista Clara Ferreira Alves avançou com essa notícia de que ele fora conselheiro de Tony Blair para os assuntos africanos, e fiquei boquiaberto. Não esqueçamos que o famoso sociólogo britânico Anthony Giddens foi também conselheiro de Blair. Enfim… são tantas incongruências que as coisas muitas vezes não são o que aparentam ser. Quem tem telhados de vidro…
Abraço,
Ruben.