Café Cinematográfico

10 Comments


David Gilmour foi crítico de cinema durante 15 anos num famoso programa de televisão. Percebendo que o seu filho de 16 anos não tinha aproveitamento na escola e que iria desistir de a frequentar, propôs-lhe uma proposta arriscada. Gilmour disse ao filho que podia desistir da escola, não trabalhar, e podia dormir até tarde, com uma condição: a obrigação de ver três filmes por semana juntamente com o pai. Foi a via que Gilmour desvendou para educar o filho - trocar os livros da escola pelos filmes.

Durante mais de três anos, pai e filho viram mais de 100 filmes juntos. É o próprio David Gilmour que defende: «sabia que o meu filho ia desistir da escola e eu antecipei-me. Um filme não pode educar no mesmo sentido que a escola, mas foi a única maneira que encontrei de lhe pôr factos na cabeça e de o fazer reflectir sobre o rumo da sua vida».

O pai elaborou um plano de visionamento de filmes sobre cada tema curricular (geografia, história, ciência, desporto, literatura, etc). No final de cada filme, pai e filho discutiam sobre a estética e a mensagem de cada filme. Eis alguns exemplos de filmes que ambos viram juntos: "Os 400 Golpes", "A Lista de Schindler", "Apocalypse Now", "O Exorcista" («com este filme Jesse aprendeu a superar os seus medos»), "Casablanca", "Serenata à Chuva", "O Padrinho" («com o filme de Coppola, Jesse compreendeu os perigos do sedutor submundo da corrupção»), etc.

Por último, David faz uma afirmação que dá que pensar nestes tempos conturbados da educação: «existe uma estranha epidemia no mundo ocidental. Jovens inteligentes, da classe média, estão a desistir da escola e a chumbar. A escola não atrai os jovens, e estes precisam de novos sistemas de ensino que os motivem, temos de pensar de forma ousada».

Este programa intensivo de filmes provocou em Jesse um renovado interesse pelo ensino formal, tendo entrado na universidade. Agora, aos 22 anos, Jesse Gilmour pretende ingressar numa escola de cinema em Praga e ser realizador.

E por alguma razão, este texto não veio publicado no dia 01 de Abril. Aconteceu mesmo.

Fonte: aqui




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10 comentários:

Alex disse...

Verdade ou mentira pouco importa. Eu acredito!
E fazendo jus à fotografia do post (Fantástica! Imaginemos por segundos o que está o puto a imaginar.), direi mesmo que a história do David Gilmor & Son é um verdadeiro CINEMA PARAÍSO.
Que Filme. E que grande composição do Noiret, ainda melhor do que no Carteiro de Pablo Neruda.

Tanta coisa boa, e partilhável, para unir o mundo.
Seja o que os homens quiserem.
Abç's

Unknown disse...

Nem mais. Para quem vive aqui no Mindelo: o video clube Marabu tem belos filmes - todos originais - muitos de circuitos alternativos à maquina cinematográfica americana, que vale a pena levar e se possivel ver, em vez da 5ª ou 6ª novela do dia.

Anónimo disse...

Com certeza um exemplo a seguir.
Contudo João, eu ia exactamente perguntar como é que em CV era possível fazer isso se ´quase todos os vídeo clube têm pirataria e não há um cinema. Viva o Marabu!!!

Abraço!

Catarina Cardoso disse...

oLÁ jOÃO,

gostei muito mas mesmo muito desta tua "posta", porque eu também acho que actualmente não há nenhum motivo muito elevado para os miúdos irem a escola, bem, cá até há- uma refeição quente!

De qualquer modo e tirando a refeição quente o que é facto é que escola continua a exigir dos alunos aquilo que exigia há um século- memorização de factos completamente alheios à motivação, interesse e vivências dos alunos e enquanto assim for não há paciência que resista e se calhar os que desistem são os verdadeiros corajosos. Um grande bem haja ao David Gilmour e à sua simples arrojada metodologia e já agora a ti pela publicação...

um abraço

catarina Cardoso

Miguel Barbosa disse...

Educação não é Cinema.
Por mais que os filmes possam abrir horizontes, não podem substituir a eduação formal.
È perigosos associar a recuperação do jovem Gilmour( não confundir o pai com o virtuso do Pink Floyd) somente ao facto de ter assistido tantos filmes com o pai; outros factores, devem ter contribuido e ficaram fora da análise.
Que a Escola evoluiu pouco em relação ao resto, não há duvida, cabendo aos pedagogos, encontrar a soluçaõ para esse problema que não passa por substituir a educação em casa pela escolar ( outro problema dos jovens inteligentes de classe média e famila).
Resumindo: não vais aprender a definição de derivada no cinema, mas uma vez compreendida, vais experimentar um sensação semelhante áquela que se sente ao sair de uma sessão de "Saturday night fever".
ABç

Unknown disse...

Sisi, hoje o que nos vale é o Marabu, aqui no Mindelo. Mas hoje em dia quase tudo está editado em DVD e nem é muito dificil conseguir filmes ditos «alternativos». Basta querer.

Catarina, não podia estar mais de acordo com o teu comentário no que à educação diz respeito.

Miguel, acho que é preciso ler nas entrelinhas desta metodologia. Que nos diz duas coisas claras: primeira, que hoje em dia, com o sistema de ensino como está, aprende-se mais a ver (certos) flmes, do que sentado numa sala de aula a ouvir um professor desmotivado (ou amedontrado) a debitar mecanicamente matérias desligadas da realidade; segundo, que a educação pode não ser cinema, mas ver cinema (quase) sempre foi educativo. Abr.

Anónimo disse...

...tambem eu tou de acordo(90%) que aprende-se mais com os "filmes" do que na "escola", mas o mais importante é saber ver os filmes e tirar o melhor partido, porque senão é como ler as "letras gordas " dum livro as tantas ignoraâcia ta panhobe... perguntem ao Tarantino onde se formou qual a escola dele? - filmes chineses(Hong Gong) e filmes Blaxploitation da decada de 60/70, que à partida não tinha nada de "palpitante" mas ele la soube tirar partido...
Eu, por exemplo com Karaté Kid ,aprendi a dar uma meia volta com um pé levantado,o que me permite comer uma maçã com pé coxinho na descontra...lol eh eh eh
E ao contrario de Miguel acho que Cinema pode Educar...acho que mesmo nas escolas o visionamento de um filme por semana, seguido de um debate,ou algo do genero, pode educar.
Claro que não vamos substituir a Escola,Formação etc, mas sim torna-lo em mais um "instrumento" para melhora-la, acho que não ha coisa no mundo que dé mais abertura de espirito que cinema(e tudo o que lhe compõe musica,fotografia,grafismo,informatica,matematica,fisca,arquitectura,etc,etc..........)

Unknown disse...

Hiena, gostei! Bendito seja o Karaté Kid... hehehe

Anónimo disse...

Joao,
Concordo que este "post" e bastante interessante.
A educacao precisa adaptar-se ao mundo moderno, infelizmente em muitos paises os professores sao mal pagos, as escolas mal fornecidas e consequentemente os alunos mal preparados.

Eu sou viciada em filmes e ja comecei a "impor" um pouco esse vicio ao meu filho de apenas 4 aninhos. Notei que gosta de musica e vi com ele o "Sound of Music" que ele adorou e esta sempre a cantarolar. Agora esta na fase dos marcianos e este fim de semana estou a pensar mostrar-lhe ET mas nao sei como vai reagir.

Ate logo,

Sara

Unknown disse...

Sara, ao ET? Vai reagir bem, de certeza! Abr.