Ganhou!

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A «nossa» Mayra Andrade foi anunciada como vencedora do Prémio BBC Rádio 3 World Music, na categoria Artista Revelação do Ano.

A cantora cabo-verdiana estava nomeada pelo álbum Navega, ao lado do grupo israelo-americano Balkan Beat Box, do grupo maliano Bassekou Kouyate & Ngoni ba e do cantor e guitarrista Vieux Farka Toure, também do Mali. Mayra era, à partida, uma das favoritas pois, não obstante ser mais conhecida no mundo francófono e lusófono, desde do ano passado que vem ganhando espaço no meio musical anglófono.

A artista, que recebeu o prémio esta noite, quinta-feira, numa cerimónia em Londres, manifestou aos familiares em Cabo Verde a sua alegria e reconhecimento por este prémio. Antes do receber o troféu a jovem diva cabo-verdiana interpretou dois temas do seu disco.

Aplausos!

Fonte: http://www.asemana.cv/




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8 comentários:

Alex disse...

Qual o espanto? Mas, sem basofaria. Mesmo a sério. Qual o espanto? Quando a qualidade existe, e o jogo é limpo, só pode vir reconhecimento. Que outra área da cultura, senão a música, pode alcançar feitos destes? Que outra área da cultura pode competir a este nível, taco-a-taco, sem cunhas nem favores?
SÓ ESPERO QUE OS MACACOS DE SEMPRE NÃO VENHAM PARASITAR MAIS ESTE ÊXITO.
Decididamente, só os Músicos Cabo-verdianos podem dizer de si, que alcançaram, pela sua luta, teimosia, e vontade, a verdadeiramente independência! O resto é paisagem ... e decalcomanias, porra!
ZC

Unknown disse...

Faço meu o teu desejo. Acredito também que a música, além de ter a importância que tem no país, tem características intrínsecas que lhe permitem alcançar estes feitos. Nomeadamente uma muito maior facilitação, pela sua natureza, de exportação, comercialização, promoção, etc.

Mas há outros exemplos. Dou um que conheço bem: o festival Mindelact é hoje considerado um dos mais importantes eventos teatrais de África. E se considerarmos o facto de ser anual e de ter as características que tem, acredito mesmo ser exemplo único no nosso continente.

Na literatura, por exemplo, só por muita inércia de uma (inexistente) diplomacia cultural é que uma figura da grandeza de um João Vário, por exemplo, não ganhou em vida o Prémio Camões. Digo eu.

Alex disse...

Meu Caro
Não vou disputar louros ao Mindelact. Mas convenhamos, que a música cabo-verdiana de qualidade, não tem paralelo na nossa cultura. Venha quem vier, de onde vier.

Quanto ao Vário, teria muito a dizer, mas calo-me. Hoje tenho quase a certeza, que muitos dos que pateticamente pediam o Camões para ele, bem lá no fundo não desejavam que isso acontecesse com sinceridade. Sejamos sérios. Quem é que ía dar o Camões ao Vário? E porquê? Quero com isto dizer, e eu sou leitor e apreciador de Vário não de hoje, que em vez desse folclore que foi montado em torno dele, deveriam antes ter escrito artigos para os jornais, promovido colóquios e incentivado teses sobre a obra dele, e LAST BUT NOT LEAST, tinham-lhe publicado, traduzido, e divulgado a obra por esse mundo fora, fosse qual fosse o custo. Não pela porra do prémio, mas por questões de mérito. No meio disto tudo o prémio é secundário. Se todos tivessem feito o trabalho de casa, o Prémio Camões teria sido uma consequência natural dos méritos da sua obra, da indispensável visibilidade que ele teria (e nunca teve), e do reconhecimento que naturalmente lhe outorgariam. Infelizmente, para ele, mas sobretudo para nós, quem é que conhecia Vário, Tio Tiofe, etc? Nem em CVerde ele era lido há não muitos anos atrás. Sempre viveu ostracizado. Não sei se já reparaste que o folclore em torno do seu nome abrandou. E a obra lá continua por divulgar. As prioridades agora são outras. É ver quem será o eleito. Tendo falhado M. Lopes, Vário, e quiçá Teixiera de Sousa, resta-nos o Germano (bem posicionado), o Corsino (a insinuar-se), e o Arménio (muito dificilmente; um outro Vário, tendo em conta a divulgação e a visibilidade da sua obra poética fora de CVerde. E se ele vier a ganhá-lo não será como prosador certamente, apesar da mior divulgação da prosa face à poesia. E no entanto, o que é que esta a ser feito para a divulgação da sua poesia? Tal como com Vário, nada!).
Fico por aqui. Há mais hipocrisia nesta militâncias de última hora, do que sinceridade. E, claro está, muita incompetência geral para se montar uma verdadeira estratégia que nos conduza ao Camões. É o que eu digo. Se a música fosse contemplável, mais do que um Prémio Camões já cá cantariam há muito tempo.
Abç's
ZCunha

Unknown disse...

ZCunha, não pretendi «disputar louros» com a nossa música, acredita. Apenas para dizer que nem tudo é música, e nem tudo é boa música. Mas adiante.

A questão que colocas em relaçao ao Vário é muito pertinente e vai ao encontro daquilo que eu penso ser uma das maiores lacunas da política do Estado cabo-verdiano, praticamente desde a independência nacional: a falta de uma verdadeira diplomacia cultural. Postos de «comando» principais, as embaixadas. Cada uma das nossas embaixadas deveria ter um conselheiro cultural que servisse de embaixador, de divulgador, de incentivador, de lobie, etc. Concordo com a tua análise em relação ao Vário, à hipocrisia «pos morten» e aos candidatos a candidatos ao Camoes. Mas mantenho esta minha convicção: uma componente fundamental da nossa politica externa tinha que passar pela cultura. E não passa. Nem de perto.

Alex disse...

Eu disse MÚSICA DE QUALIDADE. O resto é poluição sonora, lixo e pimbalhada, como há em todos os países do mundo.
Meu caro, se soubesses as dificuldades com que as Embaixadas vivem não sei se choravas ou se rias. É uma verdadeira "via dolorosa". O pouco que se faz, e é muito pouco, é quase tudo na base da carolice. Ora, hoje a carolice não chega. Esperemos que este seja obrigatoriamente um dos temas a tratar na célebre discussão a haver por aí este ano sobre as Industrias Culturais (que teve umas trocas simpáticas de mail's entre mim e o Virgílio, um dos bloguistas mais atentos, lúcidos e exigentes na nossa bolgosfera. Será por isso que o Terra Longe é tão pouco visitado, ou melhor comentado? Será que a fasquia dele está um pouco alta? Pena!).
Pergunto-me para quê tanta Embaixada, se depois nenhuma vale a outra? Não seria melhor termos acordos e protocolos diplomáticos com países amigos, ou simples consulados ou escritórios de representação, e concentrassemos os recursos nas Embaixadas que valem a pena manter? Como é que Embaixadas como as em Portugal, França, Itália, Espanha, EUA, p.ex., não têm um simples Adido Cultural, nem uma programação cultural anual? Será assim tão difícil montar em Cabo Verde um sistema de itinerância em que alguns projectos pudessem ser partilhados pelas diferentes Embaixadas? Há várias formas de explorar sinergias entre Cabo Verde e as Embaixadas, entre estas e as Comunidades nesses países, tc, etc.
Como dizia o Tapiès "Um dia..."

Fim de papo.
ZC

Unknown disse...

ZCunha, duas coisas rápidas (ou nem tanto):

- o problema não é o pessoal que está hoje nas embaixadas, que provavelmente faz o melhor que pode e sabe. O problema é a política externa do nosso país, no geral, que ainda não compreendeu que é tão importante (ou deveria ser) negociar mais um financiamento de reforço ao Orçamento de Estado, como é a promoção dos nossos artistas no exterior. Nunca ouvi, desde que por aqui ando, nenhum Primeiro Ministro, nem nenhum Ministro dos Negócios Estrangeiros, falar de Diplomacia Cultural. Mas não é tão óbvio? Porra, gostamos tanto de copiar modelos externos e não conseguimos ver que as grandes campanhas de promoção feitas por serviços ligados aos MNE de vários países europeus (incluindo Portugal e Espanha), tem por base a promoção da sua cultura e das suas principais figuras?

2. Concordo em relação ao que dizes do blogue do Virgilio. É um sintoma, como disseste num outro comment. O pessoal não está para se chatear com muita conversa, aprofundar as coisas, não há tempo, o bem mais precioso de CV e que se está a perder, nesta ânsia desenfreada de não ser-se ultrapassado pelo vizinho do lado. Pessoalmente, como podes imaginar, guardo os meus tempos blogueiros para actualizar o Margoso, responder a todos os comment's e dar uma volta pelos blogues de eleição, onde se encontra, naturalmente, o Terra Longe.

Deves perceber, também, porque é que optei, como modelo «editorial» do Margoso o que é a sua imagem de marca: juntar, num mesmo espaço, humor inteligente (procuro que o seja. E o que é «humor inteligente»? Aquele que provoca ou incentiva a reflexão); fragmentos de espelhos, com pedaços do que somos e de onde estamos (a nivel micro e macro); e lançamento de questões mais profundas, sejam motivadas por um livro, um disco, um filme, ou lançadas directamente num desaforo em forma de crónica. A dinâmica, penso eu, fomenta a participação.

Mas concordo contigo. O Terra Longe merece mais atenção. Mas acredito que tenha mais visitas do que possa parecer à primeira vista.

Alex disse...

Meu caro, o melhor elogio que já fiz ao teu Blog, foi considerá-lo como um verdadeiro ESPAÇO PÚBLICO cabo-verdiano. Nem os jornais desempenham tal papel.
Eu já não tenho mãos a medir enquanto comentador (comenta-a-dor). Gosto de coisas inteligentes, sensíveis, com sentido de oportunidade, provocadoras e desafiantes. Toda esta gente que está a Bloguear merece a minha consideração, e o meu aplauso a esse esforço é mostrar-lhes que há quem não seja indiferente. É por isso que gosto de pass(e)ar por cada um e, sempre que posso, deixar um alô como estimulo. Há hoje uma boa dinâmica, mas...
Tem os seus custos.
Ab
ZC

Unknown disse...

Deixa-me dizer-te uma coisa: sem a tua participação activa, inteligente, tantas vezes provocadora, o mundo blogueiro Mad in CV não seria o mesmo. Considere, quem quiser, estes comments uma troca de galhardetes. Que assim seja. O Margoso já não é o mesmo com o cliente ZC a tertuliar na mesa central do estabelecimento...