Perguntas Cafeanas

14 Comments



Afinal, Karl Marx tinha razão?


À melhor resposta, ofereço um café




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14 comentários:

Edy disse...

Jõao,
pelo menos até agora está claro que Marx tinha razão em 2 aspectos:
1- o capitalismo tem tendência a se auto-destruir
2- os trabalhadores já são os detentores dos meios de produção se tivermos em conta que,nos países desenvolvidos,o principal meio de produção é conhecimento...afinal vivemos na era da sociedade do conhecimento.

Unknown disse...

Muito interessante, Edy. Mais pontos de vista sobre esta tremenda crise?

Anónimo disse...

Eu tenho as minhas dúvidas! Na realidade, muito dificilmente se consegue transpor o "nucleo do pensamento marxista" para a realidade presente. Mas uma coisa é certa, a mudança, é a ideia central ao pensamento marxista: "Até ao momento os filosofos apenas interpretaram o mundo; o fundamental agora é transformá-lo", dizia o velho barbudo! E uma coisa é certa este modelo capitalista está a terminar, está em agonia. Se daí emergirá o Socialismo, nos termos pensados por Marx, acho que não...
Perguntava ao Edy se ele esta tão convencido asssim de que os trabalhadores são os reais detentores dos meios de produção (= conhecimento)?
Ana

Unknown disse...

Também está bem visto... Mais? o
Onde estão os nossos cientistas politicos?

Anónimo disse...

Hehehe. Uma boa dúvida existencial!

LIGEIRINHO disse...

“Quero destacar o imprescindível resgate dos nossos laços substantivos com a África, em particular com a África de língua portuguesa, que para nós representa mais, muito mais do que uma prioridade geopolítica. Diz respeito à nossa alma, à nossa identidade como nação multiétnica e multicultural, ao próprio destino da civilização brasileira”
Quem disse isso foi o Presidente Lula, ontem no Rio de Janeiro, após assinar o decreto que estabelece o cronograma de vigência das mudanças previstas no acordo ortográfico das Comunidades dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O acordo passa a valer em janeiro de 2009. Lula defendeu as mudanças ortográficas. Para o presidente, o acordo aproxima o Brasil das suas raízes históricas.
Eu só queria saber quem escreveu este discurso. Sim, porque um texto tão “acadêmico” assim não pode ter sido da lavra do nosso presidente que quando abre a boca de improviso, só usa metáforas incompreensíveis. Aliás, será que ele sabe o que são estas mudanças ortográficas? Eu chego até a duvidar que Lula tenha entendido uma só palavra que leu no discurso.
Ligeirinho, Com a máxima venia de C.Marx

Unknown disse...

Ligeirinho, agradeço a partilha do discurso e da dúvida sobre a sua origem, mas o que tem isto a ver com a pergunta que foi feita? hahaha Talvez Marx nos possa dizer...

Edy disse...

Ana,
quando digo que os trabalhadores são os detentores dos meios de produção estou referindo a um certo grupo de trabalhadores,àqueles que trabalham em sectores de conhecimento e que requerem trabalhadores altamente qualificados (alta tecnologia,informática e software,energias renováveis,banca de investimentos,etç).São os trabalhadores-talentos,àqueles de quem as empresas precisam mais do que eles precisam da empresa;e é por causa desses trabalhadores-talentos é que se tem vindo a mudar de paradigma e prática na gestão de recursos humanos (pelo menos nos países desenvolvidos): de gestão de qualificações para gestão da competência...È claro,Ana,que esses trabalhadores detentores dos meios de produção,dificilmente terão condições de aparecer na nossa função pública e até na maioria das nossas empresas.

Unknown disse...

Por onde andam os nossos cientistas políticos e economistas?

Anónimo disse...

A esta pergunta chama-se dialéctica “especulativa”.

Recordo aqui Ludwig von Mises (um dos mais notáveis economistas do século passado, este economista austríaco em 1920 demonstrou antecipadamente a tragédia económica do socialismo. As três conclusões lapidares, publicadas no artigo “Economic Calculation in the Socialist Commonwealth”, em 1920, são:
1- “o socialismo é desastroso para a moderna economia porque a ausência de propriedade privada (bens e capital) impede qualquer tipo de fixação racional de preço ou estimativa de custos”;
2- “a intervenção do governo na economia, acção estratégica do socialismo para controlar o mercado, é contraproducente e deve ser revogada”;
3- “a expansão dos livres mercados, a divisão do trabalho e o investimento do capital privado são os únicos caminhos possíveis para a prosperidade e o desenvolvimento da humanidade.”
Se em 1920, era legitimo ter duvidas sobre as conclusões do artigo, hoje após o somatório de tragédias económicas e sociais a que o socialismo conduziu tantas nações e muitos milhões de seres humanos, reduzidos à escravidão e à pobreza (URSS, China, Camboja, Coreia do Norte e outrsos), é bom que não restem duvidas.

Não nos equivoquemos, o que está hoje em crise não é o capitalismo defendido pelos liberais, é antes uma disfunção deste, que pode ser adjectivado como um capitalismo corporativo e de Estado, resultante do sequestro dos Governos e das autoridades de regulação pela aristocracia da alta finança internacional. Não é liberalismo, o proteccionismo que os Estados europeus e americanos fazem aos seus produtos agrícolas, não é capitalismo os “Project-Finance” (camuflados de parcerias publico privadas) que geram sobre endividamento dos Estados, em que os bancos emprestam hoje e recebem amanhã o que as gerações futuras ainda vão produzir, e muito menos é capitalismo a produção com base em salários de miséria. Esta não é a ética do capitalismo. Temos, agora todos, que voltar à verdadeira ética do capitalismo, à responsabilidade, ao estímulo à poupança, ao trabalho, à produção e obviamente ao lucro.

Agora, espero que, não vamos matar o paciente por causa de um tumor, a convalescença não vai ser rápida nem indolor, mas o importante é sobreviver.

Pedro

Unknown disse...

Caro Pedro, obrigado pela contribuição.

1º Adorei que tivesses referido à pergunta como dialéctica “especulativa”. Soou bem no ouvido!

2º Dizes que uma das regras de ouro é a que nos diz que «a intervenção do governo na economia, acção estratégica do socialismo para controlar o mercado, é contraproducente e deve ser revogada». Mas não é isso que está acontecendo nos EUA e um pouco por toda a Europa? Quantos bancos foram NACIOALIZADOS nos últimos dias?

Claro que a pergunta não é inocente. É provocadora. Claro que não se defende aqui o chamado marxismo puro e duro, mas se houve algo que aprendemos com esta crise, é que falta regulamentação a este mercado da selvajaria. E ainda por cima cinico, porque se dantes as crises provocavam suicidios dos gestores envolvidos, hoje eles saem com chorudas indemnizações nos bolsos. E quem paga a factura?

Nem é preciso responder.

Anónimo disse...

“O Congressista Dennis Kucinich (Democrata), que vota contra o pacote de salvação Bush-Paulson, disse à jornalista Amy Goodman (nossa conhecida pelo que se bateu para denunciar o massacre de Santa Cruz em Timor Leste) para o programa “Democracy Now!”:
«Nós somos o Congresso dos Estados Unidos da América. Nós não somos o Conselho de Administração da Goldman Sachs. A Goldman Sachs está a lutar para sobreviver. E sabem, o seu antigo patrão é agora o Secretário do Tesouro dos EUA. Ele está em posição de direccionar os fundos de modo a ajudar a reforçar a sua própria situação financeira. Isto é, estamos perante um claro conflito de interesses. Isto é qualquer coisa que precisa de ser dita».
De facto Hank Paulson foi até há dois anos, antes de assumir a pasta de Secretário de Tesouro da Administração Bush, o Presidente-Executivo da Goldman Sachs.”
In Causa Nossa.

Na verdade, há fortes razões para não acreditar na bondade destes senhores. Acho que na génese do que vivemos hoje, está uma completa falta de ética. O capitalismo só sobrevive em sociedades humanistas e com valores éticos e morais, está na sua génese. O que mais falta, nos dias de hoje, são homens e mulheres “a sério”, não é o capital.

Pedro

Anónimo disse...

"As políticas de privatização da segurança social ficaram desacreditadas: é eticamente monstruoso que seja possível acumular lucros fabulosos com o dinheiro de milhões de trabalhadores humildes e abandonar estes à sua sorte quando a especulação dá errado." disse, com toda a razão,Boventura de Sousa Santos

Ana

Fresquinha disse...

Sou neta de uma cabo-verdiana de S. Vicente. Lopes da Silva .... obrigada pela linkagem ...