Mulheres Cafeanas 07

4 Comments



Nome: Nicole Kidman
(Principalmente, em «Dogville», de Lars von Trier)

Nacionalidade: Austrália

E Deus criou a mulher...




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4 comentários:

Alex disse...

Ninguém viu?????????????
Este Post não pode morrer órfão. Nem que seja pelo olhar fulminante da Nicole, ou pela excelente matéria fotográfica.

Unknown disse...

E o filme?! O filme, caro ZCunha?! Uma das grandes obras primas do cinema moderno. Além de ter conseguido fazer a Nicole Kidman uma actriz excepcional, tem uma imagem, um cenário, um som (o som daquele filme, Deus!) verdadeiramente antológicos. É, talvez, o filme mais teatral da história do cinema, lado a lado com «A Corda» que Hitckock filmou como se fosse um plano único...

Alex disse...

Como deves ter reparado no desafio que lancei eu não tencionava deixar passar em claro. Infelizmente, e como temia, ninguém mais pegou. Sobre o filme, visto há já algum tempo, cá vai.

Um filme atípico na carreira de Nicole Kidman, acompanhada de um naipe invulgar de bons actores para este “cinema-da-crueldade”. Como diz o João, este foi certamente o filme em que ela mais cresceu como Actriz. Depois deste filme ela não deve ter tido muita dificuldade em fazer “As Horas” ou esse magnífico “Eyes Wide Shut”. Um filme sem subterfúgios, ou efeitos, que exige dos actores capacidades para lá do que a maquilhagem, os efeitos especiais, ou as montagens por vezes ajudam a disfarçar, remendar ou consertar. Mais do que sobriedade, direi mesmo uma certa nudez e crueza. Uma austeridade em que o guarda-roupa, as luzes e o som, são todos os 'artifícios' que o realizador se consente. E não se sente falta de mais nada. Tudo o resto é o desfiar tenso, e intenso, do fio narrativo, em que a natureza humana se vai revelando na sua mais refinada mesquinhez. Pela euforia do João já perceberam que este filme é antes de mais uma apaixonada aproximação ao universo do teatro, tanto na forma como na linguagem. Os actores estão entregues ao seu talento, actuando no arame, em confronto directo com a câmara de Lars von Trier (Realizador de outros dois bons filmes "Ondas de Paixão" e "Dance in the Dark"). Um filme amargo, e cruel, que nos fala dessa natureza humana maculada pelos vícios que as circunstâncias impõem. O homem é as suas circunstâncias, a frase de Ortega, que cito de memória, faz aqui todo o sentido. Quem usa quem? Quem é vítima de quem? Dogville não é uma metáfora dos EUA, ou da grande depressão americana dos anos 29/30, mas uma alegoria. Podia ser também Cabo Verde sob o olhar cru e impiedoso de um certo Luís Romano, de “Famintos”. O essencial deste filme não tem geografia. A não ser a humana. Mas não nos enganemos, este é um filme-peça sem actos de heroísmo ou gente exemplar. Antes pelo contrário. É do ser humano e das suas falhas de quem aqui se fala, sem nobreza, sem heroísmos. Afinal gente vulgar, como nós, mesquinhos, perversos, cínicos e cobardes. Sempre o velho confronto entre ‘nós’ e o ‘outro’, com a sua habitual paisagem de excessos, uso e abusos, intolerância, por vezes num sobre-realismo a roçar o absurdo, com a tragédia da(s) miséria(s) humana(s) como pano de fundo. Um universo claustrofóbico, de simulacros, máscaras, e enganos, onde nem sempre o que parece é. Onde o cordeiro pode ser lobo, e vice versa, onde o anjo pode esconder um terrível demónio. Não há inocentes, nem vítimas. Ser-se carrasco é só uma questão de tempo e circunstâncias. Se até os cães domésticos sofrem de raiva, então os cães com raiva são mesmo para abater. Mas isso passa-se em Dogville, claro. Não se assustem, ok!

ZC

P.S.- Já que falaste em filme teatral, falo agora de um filme sobre o teatro, melhor, sobre a descoberta do teatro e a paixão pela repesentação: ESTHER KAHN, de Arnaud Desplechin, 2000. Recomendo. Vê, e dá a ver.

Unknown disse...

Belo comment, pá! Mas às vezes esqueces-te que eu estou em Cabo Verde. Como raio vou fazer para conseguir ver esse tal filme? Agora fiquei curioso! É frances? Bem, vou ali ao google e já venho...Abr.