Café Insólito

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O larápio olhou-se ao espelho: cansado, barba por fazer e na ânsia por um pouco de nicotina, decidiu renovar o seu suprimento numa loja na esquina.”

O trecho acima lembra uma tentativa qualquer de literatura, mas é, na verdade, o relato de um roubo escrito por um policia “erudito” num boletim de ocorrência.

Os relatórios de ocorrência elaborados por Ilka Iivari, o “policia poeta”, chamaram a atenção das autoridades de Hameenlinna, no sul da Finlândia. Ele foi advertido pelo Ministério do Interior, mas disse que vai continuar a seguir a sua vocação literária. “Eu posso preservar o meu estilo, desde que não confunda os factos com ficção”, diz o policia.

O porta-voz da polícia não vê problemas. “A polícia pode registar factos até mesmo em versos, desde que eles respeitem o regulamento”, diz Marko Luotonen. Iivari é estudante de redação na universidade local e diz que até agora só recebeu elogios.

Gostei desta ideia! Como seria uma «ocorrência literária/policial» escrita pela nossa polícia?




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8 comentários:

Eileen Almeida Barbosa disse...

Um gajo armado em artista-buldonh, preto como um mandiga entrou em casa de várias pessoas na zona do Madeiralzinho, de madrugada e levou vários objectos de valor, como telecomandos, videocomandos e comandos de aparelhagem. Peguei o suspeito em plena casa de bamba, onde eu havia ido investigar uma ocorrência mui subtil e onde ele se dava a prazeres estranhos, do género de se aproveitar dos comandos subtraídos de casas de gente de bem, para os enfiar em orifícios de gente de mal. Rolámos ambos pelas escadas, quando me dei conta de que o fidalgo tinha na mão uma faca do tamanho de uma bisnaga de lubrificante e espetei-lhe o focinho num vaso de barro do Tito. Não poderei assim ser acusado de violência durante o serviço, se agi por pura e legítima defesa.

(Eileen, versão hard, que não posso exercer em Soncent... hahahah)

Unknown disse...

Eileen, está certo, mas essa ocorrência é bem mais narrativa que poética... Mas também serve! Abr.

Anónimo disse...

Poesia na nossa policia, João? só se tiver um "portanto" a cada 5 palavras. Aproveito para dar-te parabéns pela tua generosidade em partilhar connosco este blog magnifico... e já agora, o "teu" teatro, também.Abraços.Miro.

Unknown disse...

Miro, esqueces do «de facto», também muito utilizado na nossa poética discursiva... Obrigado, já agora, pelas tuas palavras. Abr.

Anónimo disse...

João
A nossa policia mal consegue escrever/lavrar uma ocorrencia de por exemplo: " o cidadão dissi qui perdeu o Bilheti di Identidadi nos arredores do Liceu di Palmarejo" em um portugues correcto, vai lá agora armar-se em policia/poeta ou policia/trovador???

A ultima vez que tive a sorte de ir a uma esquadra da nossa policia fazer um BO, EU tive que escrever a ocorrencia, pois o nosso agente de plantão não se entendia com a lingua( nem a materna nem a nacional)

Abraços

Unknown disse...

Escreveste tu a ocorrência? Hehehe, essa é muito boa...

Anónimo disse...

escrevi a ocorrencia letra a letra e ainda tive que ler em voz alta, e depois explicar em criolo para que o nosso agente entendesse ....

Abraço

Unknown disse...

A gente nem sabe se deve rir ou chorar depois de um relato desses... hiiii!