Um Café com Salvador Allende

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«Altos funcionários norte-americanos discutiram o desejo de impedir a posse do então recém-eleito presidente chileno, o esquerdista Salvador Allende, em 1970.»
Associated Press




O 11 de Setembro não se resume ataque terrorista contra os EUA. Nem pensar. Alguns anos antes, mais concretamente a 11 de Setembro de 1973, era assassinado o Presidente democraticamente eleito do Chile, Salvador Allende, num golpe patrocionado pelos EUA, esses mesmos, os grandes defensores da democracia mundial, e que daria origem a um dos mais fraticidas regimes do século XX, com o General Pinochet à cabeça. Nesta nova era personificada por Barack Obama, não seria mau que fossem os próprios norte-americanos a reconhecer alguns dos crimes cometidos no passado em nome da liberdade e da democracia. Só lhes ficava bem.


"E foi assim que eles fecharam o país para o Mundo por uma semana, enquanto os tanques rolavam, os soldados arrombavam portas, o som das execuções pipocava dos estádios e os corpos se empilhavam ao longo das ruas e flutuavam nos rios, os centros de tortura iniciaram suas actividades, os livros considerados subversivos eram atirados a fogueiras, e os soldados rasgavam as calças das mulheres aos gritos de no Chile as mulheres usam saias."

William Blum, Killing Hope, p. 215




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8 comentários:

CEBE disse...

Ainda bem que não esqueceste este 11 de Setembro, muitos mais houve como este de 1973 (e não 1073, olha o zero) para demonstrar que a infâmia não é propriedade exclusiva dos ditos "infiéis".

Como curiosidade, aqui vão mais dois outros 11 de Setembro a recordar:

11/09/1942 - morte de Bento Gonçalves no Campo de Concentração do Tarrafal

11/09/1982 - saída das tropas da ONU de Beirute, no seguimento da invasão do Líbano por Israel. 5 dias depois, aconteciam os massacres nos campos de refugiados de Sabra e Shatila. Sobre isto, importa ver o filme "Waltz with Bashir"

E mais ainda aqui: http://en.wikipedia.org/wiki/September_11

Ainda não é desta que vou assistir a um Mindelact, aos que vão e participam, muita m*rda!

Abraços,

JP

Tchale Figueira disse...

Conheci muitos exilados Chilenos na Suíça e lembro das nossas lutas solidarias, manifestações etc.

O Henry Kisiger é procurado pelo tribunal internacional para ser julgado por crimes contra a Humanidade ( Operação Condor)engendrado por ele em vários países da América do Sul naqueles tempos horriveis. É verdade joão será que esta nova América irá reconhecer as suas brutalidades? Oxalá!!!!!

Sarabudja disse...

João, o comentário não necessita publicação. É só um alerta sobre o erro na data do assassinato.
Fique bem.

J. Maldonado disse...

De facto é uma data que pouca gente recorda (mea culpa!), mas é uma das mais marcantes da história contemporânea.
A ditadura de Pinochet foi das piores da América Latina, por isso é de lamentar que esse facínora tenha morrido sem ter sido julgado.

Anónimo disse...

E é bom não esquecer a patética justificação dos militares ´chilenos para a morte de Allende, afirmando sem pejo que ele se tinha suicidado!

Com o corpo crivado de balas, como se sabe!

a) RB

Unknown disse...

JP, obrigado pelas preciosas informações e pelos votos ao mindelact.

Tchalé, não creio que isso vá acontecer. Nem com Obama.

Sarabudja, comenta-se e publica-se. E corrige-se quando erros são cometidos, como foi o caso. Obrigado pela chamada.

Maldonado, esse foi dos tais que nunca pagou em vida o que fez. mas convém lembrar, lembrar sempre.

RB, assim como as patéticas e hipócritas justificações norte-americanas em todo este processo...

Unknown disse...

Todos os 11 de Setembro, todos, são
sinistros!
Zito

Anónimo disse...

Então vamos recordar alguns crimes cometidos pelos americanos no Chile.

“Pouco anos depois de chegar ao poder no Chile em 1974, Pinochet chamou para o governo vários economistas que se tinham formado na Universidade de Chicago, cuja liderança pertencia já então ao economista Milton Friedman (Prémio Nobel da Economia, 1976) - os chamados Chicago boys. Um vasto programa de liberalização da economia, que se encontrava fortemente estatizada sob o regime democrático de Allende, que incluiu a privatização de empresas públicas, a entrega ao sector privado de áreas de actividade até aí desempenhadas pelo sector público, e até genuína inovação em matéria de política social - como foi o caso da reforma da segurança social -, em breve tornariam o Chile o país de maior crescimento, não só na América Latina, mas em todo o mundo ocidental.”

Mas por outro lado esta de “um dos mais fraticidas regimes do século XX, com o General Pinochet à cabeça”, é um manifesto exagero e uma desconsideração com Mao, Estaline, Hitler e Pol Pot.

Pinochet não é certamente um inocente, mas quantos salvou da fome e da doença que inundou a América Latina?

E, além disso, cumpriu a promessa de restaurar a democracia.

António