Para não ser memória

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          O peso da vida!
          Gostava de senti-lo à tua maneira
          e ouvi-la crescer dentro de mim,
          em carne viva,

          não queria somente
          rasgar-te a ferida,
          não queria apenas esta vocação paciente
          do lavrador,
          mas, também, a da terra
          e que é a tua

          Assume o amor como um ofício
          onde tens que te esmerar,

          repete-o até à perfeição,
          repete-o quantas vezes for preciso
          até dentro dele tudo durar
          e ter sentido

          Deixa nele crescer o sol
          até tarde,
          deixa-o ser a asa da imaginação,
          a casa da concórdia,

          só nunca deixes que sobre
          para não ser memória.

          Eduardo White


Imagem: "nude beach" de Edward Weston




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1 comentário:

Tina disse...

Lindo!

Se há Amor, nunca sobra.