Um Café com Energias Renováveis

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Ou um café com o futuro, podia-se chamar assim este texto. Ou um café com um sonho chamado Cabo Verde. Porque a verdade é que chegamos a um ponto em que desconfiamos até daquelas que, em circunstância normais, consideraríamos excelentes notícias. É o caso desta, que nos informa que o governo do arquipélago acaba de criar a Sociedade gestora dos parques eólicos, da Praia, São Vicente, Sal e Boavista. Esta sociedade denominada CABEOLICA conta com a participação do Estado, da Electra e dum parceiro estratégico, denominado Infraco - uma Sociedade de capitais públicos envolvendo 5 países europeus.

As condições institucionais já estão criadas e 2010 é apontado como o ano para o arranque efectivo do projecto eólico em Cabo Verde, afirma, entusiasmado, o director-geral de Industria e Energia garantindo mesmo já existirem vários projectos em execução no domínio das energias renováveis no terreno. E quando pensamos que o que temos mais por aqui é mesmo Sol e vento, isto bem gerido até podia transformar o arquipélago cabo-verdiano num Estado modelo para o resto do mundo (eu sei, já pareço o Primeiro-Ministro a falar, mas neste assunto facilmente me deixo levar pelo entusiasmo!)

Mas depois ouvimos falar de mais um apagão na capital do país e lemos a entrevista do responsável máximo da Electra - uma das empresas mais mal-amadas de Cabo Verde - e torcemos o nariz. Em português vernáculo, perde-se logo a tesão, e olhem que há por aí uma senhora chamada Electra que parece especialista em resolver este tipo de problema! Seja como for, sabemos que não há outro caminho.

A propósito ainda ontem via um documentário impressionante sobre a revolução verde em curso no Estado da Califórnia que pretende não só tirar proveito da quantidade enorme de Sol e vento que possui ao longo do ano, como alterar radicalmente as mentalidades de todos os envolvidos: agentes económicos, empresários, políticos e, sobretudo, os consumidores cidadãos. E os resultados são surpreendentes.

Haja, pois, fé de que estes projectos verão mesmo a luz do dia. Porque mais do que tudo serão um factor decisivo para o desenvolvimento sustentado de Cabo Verde. Ou renovamos a forma como andamos a utilizar a energia ou hipotecamos o futuro das próximas gerações.

Notícia completa, aqui.





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2 comentários:

Unknown disse...

Há cerca de 50 anos, o Engº Duarte Fonseca fez estudos bastante completos de uma espécie de turbina eólica, a colocar numa das vertentes do Monte Verde e que, segundo os cálculos da época, produziria energia electrica suficiente para abastecer toda a ilha. Que será feito desse estudo?
Zito

Unknown disse...

Olha, também gostava de saber...