Obrigado Alex Zé Cunha

2 Comments

Recebi uma encomenda! Não há coisa mais cabo-verdiana, diga-se de passagem. Receber e dar encomendas é um acto de cultura. E como tal, um cliente aqui do Margoso enviou de Portugal um conjunto de objectos cafeanos que fazem qualquer um deixar de ter razões para não tomar um café de categoria. O pacote tinha:

- Sete grãos de café com um cheiro magistral
- Uma base de copos do «Il Caffe di Roma»
- Dois pacotinhos de açucar branco do «Il Caffe de Roma»
- Um pacotinho de açucar torrado do «Il Caffe de Roma»
- Três guardanapos de papel do «Il Caffe de Roma»
- Uma bolachinha do «Il Caffe de Roma»
- Um pequeno chocolate do «Il Caffe de Roma»
- «O Pequeno Livro do Café»

Confesso que fiquei comovido. De imediato foi ao sempre prático Google procurar uma imagem do livro oferecido para colocar aqui no Margoso e noticiar a oferta com toda a pompa e circunstância. Assim fiz, encontrei a imagem. Cá está o livrinho:


No site onde encontrei a imagem - o Webboom.pt - vem a descrição do livro, uma pequena sinopse - «Para não esquecer os momentos mais marcantes da vida, os sentimentos, os pequenos prazeres, as frases célebres... Esta é uma forma original de presentear quem mais gostamos.» - e uma informação muito curiosa.

Diz-nos o site ainda que quem compra este livro, por regra também adquire estes dois títulos:

1. Cartas a Deus
2. O Livro da Ignorância Geral

Só pode ser mesmo uma coincidência!


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2 comentários:

Alex disse...

Acredita que nem eu, nem o Mito, conheciamos a totalidade do conteúdo. Foi a tal moça que juntou as peças. Caso contrário nem o chocolate nem a bolachinha tinham sobrevivido. O Café di Roma em questão é o do C.C.Colombo. Um dia que passes por lá ficas a saber a quem deves as 'graçinhas'.
Quanto ao livrinho, por mero acaso tropecei nele na Byblos e não resisti. As coisas que foste desenterrar nesta sinfonia de acasos. A Net é deveras terrível. O verdadeiro Big Brother "1984"! Ou antes, a verdadeira "Garganta Funda".
1 ab
ZCunha

NOTA: Hoje na Net percorri os sítios da imprensa, os Blogues, e nada.

HOJE

Hoje
tenho pavor deste dia,
de o olhar nos olhos e saber
que já não estarão lá os teus.
Hoje
por mais benigna que seja
a pedra, ó afeiçoado canto,
diz-me de que escandido rigor
se vestem hoje as palavras
nas laudes da lua nova.
Hoje,
só o lupino silêncio uiva
pelas sebes mostrando caninos
de medo às horas glaciares.
Hoje
é para lá do sono
o nosso lugar de encontro,
lá onde as palavras cantantes
se abrem para o sul do ler.
Hoje
despeço-me deste olhar de pastorícia
desta consumação de não saber dizer-te
o quanto te amei por palavras em comunhão
eu que um dia as julguei escritas só para mim
Hoje
não sei quem me entrará pela noite,
quem me trará notícias do teu jardim
Hoje
sinto-me órfão das palavras
que velam o teu rosto,
sudário de flores fragrantes
cobrindo o chão que já não pisas.

Hoje, dizem, morreu aquela que, um dia, de si disse: "Tenho a firme vontade de não esperar louvores do mundo. Que me esqueçam, mesmo os mais próximos, e me deixem estar sozinha____não há texto autobiográfico."1)
São sempre tão exageradas as notícias.
Pelo sim, pelo não, esta noite farei dos teus versos a minha cama. Esta noite vou-me embriagar-me, porque não me chegam os gomos das tuas dádivas, ou a fragrância do teu canto. Esta noite quero embriagar-me para esquecer a tua imperdoável mortalidade. Ó divina providencia. Testemunhai! Esta noite não tolera infidelidades. Quero estar a sós contigo. Como em tantas outras noites, és tu quem eu espero na minha cama. Não, não sei dizer-te, ainda. Ainda não aprendi contigo, o peso da leveza.
Hoje, dizem, morreu Maria Gabriela Llansol. Que exagero!!! "...eu parti para o interior da Casa, porque esta é a Casa do silêncio."2)

Alex, 4/MAR/08
1) e 2), in "Os Cantores de Leitura", 2007, Assirio & Alvim

(Versão parcial de um texto ainda em construção.)

Unknown disse...

Um comentário absurdo, este meu, apenas para dizer, «sem comentários». E marcar presença, claro. Que um cliente nunca se deixa sem resposta. Abraço de Cabo Verde