Se houvesse um cinema...

17 Comments
... adoraria ir ver este filme.


Além de ter um cartaz absolutamente deslumbrante, é sobre mulheres num salão de cabeleireiro, uma temática que eu já encenei com a peça «Salon», de Mário Lúcio Sousa (e cuja colectãnea teatral é lançada pela Associação Mindelact hoje, no Mindelo).

Caramel (Sukkar Banat) marca a estreia cinematográfica da realizadora libanesa Nadine Labaki. O cenário é um salão de beleza em Beirut, onde 5 mulheres se encontram regularmente para conversar, cortar o cabelo e se depilar com uma pasta “caramelada”. Estreou no Festival de Cannes, e foi o filme escolhido do Líbano para disputar a vaga na categoria de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar 2008.



You may also like

17 comentários:

Fonseca Soares disse...

Na qualidade de ‘viciado eterno’ do cinema, não me lembres, João, desse hediondo handicap cabo-verdiano do sec. XXI. À falta de melhor, procuro ‘esquecer’ me metendo em sessões nocturnas diárias de cinema na sala de casa… Não é nada parecido, nem de perto, nem de longe… mas é um mal menor. À espera de melhores dias (a esperança, como sempre, é a última a morrer… e recuso-me a deixá-la morrer em mim!
Porque ‘Cinema é na Sala’!!!
Tchá

Alex disse...

Eu vou ver!
Depois dou feed-back!

Já agora, um tanto 'farto' destas tuas bocas (Já vi que conheces aquele ditado "Água mole em pedra dura...", tem muita paciência porque aí a pedra predominante é o basalto!) pergunto-me por que razão, tu e a malta aí no Mindelo não criam uma Videoteca? Um clube de cinema, mesmo sem cinema, mas em homenagem à nobre arte, em Video? Sempre dava para alargarmos o âmbito destas conversas, e criavas aí um Café-Cinema para debate. Pelo menos uma vez por semana, um filme por semana sobre a mesa do café.
Desculpa lá, mas de vez em quando dou em IDEIAotices.
Fica bem.

Anónimo disse...

não ha duvida o cartaz é excelente , el ta fazem pensa na "Figure at a window" de dali

Mr Elefante

Anónimo disse...

O filme parece no mínimo curioso, até porque retrata uma realidade bem típica de CV.
Também está para estrear, ñ sei daqui a qto tempo, um filme que com certeza vais adorar João (se fizer jus ao livro é claro)"Amor nos tempos de Cólera" baseado no livro de Garcia Márquez, com a actriz brasileira Fernanda Montenegro.

Abraço!!

Anónimo disse...

e se houvesse um cinema eu convidava-me para ir contigo....oh saudades de uma boa sala de cinema, de preferência climatizada....ou nem sequer era preciso isso, bastava a tela, as cadeiras e o escurinho!!!!!

um abraço

catarina cardoso

Unknown disse...

Tchá, definitivamente, não é a mesma coisa...

Alex, eu explico. Nao vai resolver. Eu gosto do cinema, que se paga, se entra, se olha, se sente, se ouve, no escuro de uma grande sala, com outras tantas pessoas, dezenas, a ver o mesmo que eu, mesmo que não as conheça de lado nenhum. Com projecção e filme a rodar como no cinema Paraiso. Alugar filmes em clubes de video e projectar numa parede branca, pode disfarçar, mas é isso mesmo que se trata, um disfarce. Acaba por me dar ainda mais saudades do cinema «a sério».

Elefante, pois, o cartaz é divinal. E vi a tralha na SIC, deu mesmo vontade de ir ver este filme!

Sisi, eu soube dessa adaptação, já vi inclusivé cartazes do filme, mas até tremo de medo. O livro é O meu livro de eleiçao... a adaptação, hum, nao sei não. Basta lembrar-me de «A Casa dos Espiritos» de Isabel Allende. Um livro magistral e um filme de vómito.

Catarina, gostei desse auto-convite comigo! Podia até ser ao ar livre! Ai, ai...

Anónimo disse...

Vi o filme aqui Bruxelas no ano passado, filme de autor como se diz por aqui. Um grande filme cheio de poesia e sensibilidade ao feminino. Acontecimentos do dia a dia que mudam às vezes a vida das pessoas. A ver sem hesitar com uns "rubçods na boca"...

Unknown disse...

Moreia, se houvesse um cinema, aqui era de se ver, mas com um saquinho de mancarra, Ah que saudade... Abr.

Alex disse...

Cá estou a cumprir a promessa.


Caramel em ponto de puxada.

Desta vez não partilho da opinião do Moreia. Sorry, brother! Para ser sincero pareceu-me um Pedro Almodôvar soft. O casting escolhido a dedo, duas ou três mulheres muito bonitas, onde incluo a velha Rose (uma costureira a ver passar a vida enquanto cuida da irmã meio-louca), a lindíssima Nadine Labaki, actriz principal e Realizadora, e uma... como dizer, uma… bem João não sei como dizer-te, aquela mulher não existe, é uma miragem, um erro da natureza (entenda-se, um prodígio, uma maravilha, uma aparição) LIIIIIIIIINDAAAAA pôrra, como já não via há muito. No filme não tem nome e nem precisa, entra e sai, aparece e desaparece, ela é um rosto a encher o ecran, o BELO NO FEMININO, rosto/figura por quem Rima se apaixona (e Eu tb, e se calhar tb o Moreia, não? olha a concorrência!). Ela chama-se Siham Fatmeh Safa! Até o nome é bonito caramba. Mas cuidado, todas elas belíssimas actrizes. Não são só um palmo de rosto a arrastar corpos sensuais. O Filme? À pois, voltemos ao filme. A história é banal, mesmo que o cenário libanês nos deixasse alguma expectativa na abordagem. Desenganem-se, passa-se no Líbano mas podia passar-se em qq parte do mundo. O País, e a cidade, neste filme não são personagens. Há mesmo, a meu ver, o claro propósito de rasurar o fantasma do Líbano violento e dilacerado. Afinal há um Líbano e uma Beirute normalizados, onde a vida corre ao sabor dos dias. Típico mundo feminino a funcionar em circuito fechado – o cabeleireiro – numa espécie de huis-clos com o mundo circundante, a tal outra Beirute que conhecemos da TV – alguns gag’s óbvios, a cada personagem a sua petit-histoire, paixões, paixonetas, obsessões, mentiras e hipocrisias, amores não correspondidos, sonhos e ilusões desfeitos, mas tudo acaba bem. No essencial dejá vú. Aliás estas personagens fizeram-me lembrar aquelas meninas (lindas, moderníssimas) num descapotável a visitar Beirute bombardeada pelos Israelitas, e que ganhou a World Press Photo no ano passado. Só que neste filme aquela Beirute dos Jornais e da TV, como já disse, não existe, nem sequer ecos dela. Realização eficaz (um único deslize de monta, a primeira cena no lavatório entre Rima e a misteriosa cliente sem nome por quem se apaixona - câmara desastrada, mas nas seguintes corrige bem já que a cena ritualiza-se), a montagem por vezes descosida. Típico filme de costumes, bom ritmo, bons close-up’s (uma das melhores armas do filme, muito bem explorada), a dar-nos a ver sem complexos talibânicos a beleza daquelas mulheres e a sua sensualidade (não se podia pedir mais sem que se arriscasse a alguma acusação de concupiscência ou obscenidade, se não pior, e isto só pelos decotes, note-se), com as limitações culturais e ideológicas que o meio impõe (muita liberdade na abordagem ao Catolicismo, muita reserva e respeito ao Islamismo). Passa-se numa Beirute em crise, ocidentalizada, normalizada (católicos e muçulmanos convivem naturalmente – será a msg, o recado, ideológico do filme??) onde nem o soldado/polícia nos remete para as feridas dilacerantes da cidade-mártir. Apesar de ser um filme de grande sensualidade e beleza (a realizadora faz questão de que a câmara namore aqueles rostos, corpos, mãos, olhares, com prazer) de 0 a 5 daria um 3. Portanto, a ver. Não mais.
Pois é o título? Faltou falar do título. Direi apenas, para não matar a surpresa, que se trata de uma técnica como outra qualquer, e que pretende sublinhar aquele sentido de sensualidade em que o filme ‘navega’, mais do que de erotismo (embora este fosse o lado mais interessante a explorar, pelo interdito, pelo tabú).
THE END: João, eu que sou fã da mancarra (que fascínio em pisar aquelas cascas todas no final de cada sessão, sentir o CRUNTCH debaixo dos pés), neste caso estou mais de acordo com o Moreia. Mancarra não pega bem. É de se levar uns CARAMELOS, ou uns TOFEE’s, ou mesmo uma PUXADA, se é que ainda há disso. Recomendo vivamente aqueles feitos pela Luísa (doceira da Praia que vendia o seu produto, em particular um caramelo igualzinho ao do filme, à porta do Cinema todas as noites! Daí o título deste texto, uma singela homenagem à Luísa, que, espero, ainda esteja viva e a morar aonde a deixei há já uns anos, em casa do Arménio.) A todos, bom cinema.

Unknown disse...

Carissimo, isto merece um post «a solo». espero que não me leves a mal. Pode ser?

Alex disse...

É todo teu meu irmão!
Ob
ZCunha

P.S.- Esqueci-me de assinar. Se puderes mete lá pf ZCunha. É que isto do anonimato já me está a provocar urticária nas micoses.

Unknown disse...

Carissimo, irá devidamente assinado. Mas agora já nem sei, dado que abri a secção das mulheres cafeanas, a ver vamos.

Quanto à comichão, felizmente que coçar nos ditos cujos pode ser considerado um acto cultural!

Anónimo disse...

Cada um com a sua sensibilidade e a minha foi no sentido poético, sem fazer uma análise técnica do filme (deixo isso para os pros).

Interessante o teu ponto de vista. Gostei do teu entusiasmo (como diz o Jodorowsky)...;o)

Moreia, sexualmente neutra no virtual e mulher na vida real.

Abraços

Alex disse...

MOREIA??????
Touché!!!
Sorry!
Quase fiquei sem fala.
Pelo menos a provocação funcionou. Ob pelo esclarecimento! Pública vénia.
Quanto ao entusiasmo era só foguetório virtual a ver se "o" Moreira mordia. Afinal mordeu "A". Não deixa de ter a sua graça.

Quanto ao filme, se calhar estamos a falar do mesmo, usando imagens e expressões diferentes. Quando falas de 'poético', e eu de 'sensualidade', faço-o no sentido literal da palavra, mas também, e de certa forma, da delicadeza com quem ela filma, o que não exclui um certo sentido poético. O filme inevitavelmente remeteu-me para aqueles grandes realizadores que abordam o universo feminino, e aí achei que, faltou, aquela inteligência, humor, e perspicácia de um W. Allen, e a ousadia (e até crueza) do Almodovar. Mas tem a seu favor a sensualidade que nem um nem o outro têm, o que é uma mais valia. Mas, no geral, e como disse, a Ver sem reservas, mas nada de especial. Mas "cinema de autor" (tendo em conta a carga simbólica que a expressão carrega), não.
Não falei do cartaz. Uma jóia. Belíssimo. Só por ele convence qq um a entrar na sala. Uma das melhores peças (hors)filme.

Abç's Moreia

ZCunha

P.S.- Não sou, nem de perto nem de longe, "os pros". Puro prazer. Aqui sim, entusiasmo genuino.

Unknown disse...

Dois comentários rápidos sobre este último texto: aprecio particularmente os dois realizadores aqui referidos, mas não considero que o W. Allen seja particularmente feliz a retratar universos femininos. O Almodovar sim. E quanto à crueza. Bem, depende do filme. Mas no geral, concordo com as observações feitas.

A segunda leva deste comentário é para enfatizar o cartaz deste filme. É qualquer coisa, porra. Eu adoro luz, os amarelos e os castanhos e a imagem de uma mulher de costas. O cartaz tem tudo isso, e muito mais. Brilhante.

Ivar C disse...

joão branco, eu tenho este filme mas ainda não tenho legendas. provavelmente vou ter que as traduzir a partir do inglês ou espanhol. consegues fazer um download de quase 800 megas?

Unknown disse...

Um quê, Bagaço? Aqui para Cv isso deve ser mais caro do que comprar um resort, por inteiro... Mas se tiver legendas, não me importo mesmo nada que mo envies pelo correio. Pago-te um café quando passar por Aveiro. Se sim, manda-me um mail e a gente combina. Abr.