SMS Cafeano

6 Comments


"Para atravessar contigo o deserto do mundo..."

Sofhia de Mello Breyner Andersen




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6 comentários:

Lily disse...

É um poema lindo e gosto particularmente do título...
A travessia, o enfrentar, o vencer os fantasmas, quando a dois, torna as coisas mais fáceis. O refúgio no outro, dá a sensação de que podemos andar pela vida sem tanto medo...
Obrigada por me relembrar deste poema e da mensagem do mesmo.

Anónimo disse...

...Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio

É então que surges
com teus passos de menina
os teus sonhos arrumados
como duas tranças nas tuas costas
guiando-me por corredores infinitos
e regressando aos espelhos
onde a vida te encarou

Mas os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna

Longe
os homens afundam-se
com o caju que fermenta
e a onda da madrugada
demora-se de encontro
às rochas do tempo

(MIA COUTO)

a) RB, de volta, esbodegod de féria na CV

Tchale Figueira disse...

Só com AMOR!!!!!!!!!!!!! é possivel

Unknown disse...

Só contigo o mundo deixa de ser deserto!
Zito Azevedo

Tina disse...

Admiro muito a poética da Sophia, por isso permite-me deixar aqui o poema completo, que vos convido a ler em voz alta:

"Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade, para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei.

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso.

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo.

Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento."


Infelizmente, o Zito pôs o dedo na ferida humana. O Tempo tudo leva, por isso há primeiro que contar connosco para depois não ficarmos sós...

Unknown disse...

Cara amiga,
A metáfora do sózinho na multidão, que me parece ser o âmago deste "deserto do mundo" só finda
quando alguém nos ampara na travessia e nós nos damos conta disso e aceitamos a caminhada num mundo agora repleto!
Zito