Cafeína

28 Comments



"O Kula acabou de me ligar e me deu a notícia da colisão da contingência mais severa na rota do teu destino. A experiência da perda e do luto é provavelmente a mais significativa crise que a maioria de nós terá jamais que encarar em nossa ínfima e ignóbil condição. Talvez neste momento os dedos de tua alma não alcancem a consistência do mundo, talvez te sintas atordoado, desamparado, perdido. Talvez te resignes aos suspiros que te escapam sem que os possas conter. Talvez sintas o pescoço rígido e o estômago vazio sem que tenhas fome. Talvez te sintas simplesmente vazio e anestesiado. Não podendo (ninguém pode) penetrar a sombra que minha pálida noção imagina agora invadir-te, resta-me atirar-te daqui os meus ombros. Conta com eles para o punção das lágrimas, para a vociferação da revolta, para o sussurro da angústia ou simplesmente apoiar os teus braços se te aprouver. Minha própria experiência me sussurra (e me sussurrará eternamente) dentro do peito, como é atroz enfrentar e aceitar a perda, como magoa agitar a dor, como é bizarro adaptar-se a um mundo onde nos falta alguém, o desmedido esforço psicológico que é preciso despender para se reconciliar com o ente que se foi e levou consigo o não dito e o não escutado."


[Texto enviado por um amigo, a propósito do falecimento da minha mãe, Isabel Alves Costa]




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28 comentários:

Redy Wilson Lima disse...

Os meus pêsames.

G.Silva disse...

So te tchob um power JB! Coragem irmon!Abraço.

... disse...

... depois deste texto nada mais há a dizer...

Álvaro Ludgero Andrade disse...

Prezado João, subscrevo o texto enviado pelo teu amigo. Os ombros dos amigos são para esses momentos. Pena que só agora deu para conhecer a tua mãe. Um obrigado por ela te ter trazido a este mundo e ter permitido que te tornasses crioulo.
Abração

Unknown disse...

Com um forte abraço de solidariedade nesta hora amarga, dou por reproduzido, aqui, o comentário que ontém deixei no post de Teatrakacia sobre esta infausta ocorrência...Eu sei como é profunda a dor de uma tal perda!
Zito Azevedo

beija-Flor disse...

Não é fácil, já passei pela perda do meu Pai. Não temos palavras, sons, emoções... tudo rodopia, e ao mesmo tempo somos espectadores das cenas da nossa vida... As emoções vem depois... quando alguém nos recorda algo que vivemos com nosso ente querido, quando passamos por algum sitio que ele/ela gostava, quando cheiramos o seu cheiro, do perfume que usava... quando vem as datas especiais.
A nossa sociedade não nos ensina a vivenciar a perca das pessoas, a morte delas... e o impacto que isso provaca em nós e todos que nos rodeia.
Sei que eternamente a pessoa está viva , dentro de nós, nos nossos filhos, irmãos, netos mas deixa-la de ar ver, ouvir, cheirar, tocar...
Não tenho palavras... mas estou aqui.
Forte Abraço para Ti e Família

Anónimo disse...

... :( um abraço e meus sentidos pesames.

Hiena

Brito-Semedo disse...

Amigo João Branco,

A perda é grande e nessas horas as palavras são poucas para expressar a nossa tristeza e solidariedade.

Daqui do Alentejo, envio-te um rijo abraço de sentidos pêsames!

Brito-Semedo

Miguel Barbosa disse...

Os meus pêsames.

Unknown disse...

Os meus sentimentos, João. Forte abraço.

gl disse...

as minhas sentidas condulencias
GL

Tey Alexandre disse...

JB lamento imenso a tua perda, por acaso li no blog teatrakácia, mas não criz compreeender o texto em condições. Tinha ainda esperanças que tivesses perdido uma mãe e não A tua mãe. Tipo alguem que gostasses como uma mae mas que nao fosse necessariiamente a tua preciosa e estimada mãe biológica. Mas agora perante a confirmação, favor aceita as minhas condolências, que a resignação perante algo que nos ultrapassa e extravaza não impeça que te lembres com o sorisso, os momentos que tiveste com a tua progenitora.

Abraços e força companheiro neste momento em que nos sentimos mais impotentes perante as forças que regem o nosso Universo, abraço que estendo a ti e a toda a tua família...

KAZA di LIMARIAS disse...

Sei exactamente do que se trata. As minhas solidariedades e muita força!

Abraço,

mrvadaz

Lily disse...

Não sei o que lhe dizer, penso que não há palavras que possam ser reconfortantes para a dimensão da perda da nossa Mãe.
Sinto muito.
Não fazendo ideia do vosso grau de parentesco, queria dizer-lhe, como cidadã, que a Isabel Alves Costa é uma referência para os habitantes da Invicta, uma figura muito marcante para a cultura do Porto (e de todo o país). Lamento muito a sua partida. Paz.
Muita força para si e família.

Deina disse...

Os meus mais sinceros pesâmes! Um abraço

Pedro Moita disse...

Força João.
Abraço grande.

PEDRO MOITA E SORAIA DEUS

Rony Moreira disse...

Os meus mais sinceros pêsames! Um abraço

Amílcar Tavares disse...

os meus mais profundos pêsames nesta hora difícil.

Um forte abraço.

Djoy Amado disse...

" A missão de quem ama não é evitar a dor ou acabar com ela, mas de reforçar o ombro dos que devem carregar a cruz ". ( Neylon Tonin )


As minhas sentidas condolências.

Valdevino Bronze disse...

A vida é a infância da nossa imortalidade! (Goethe)

O meu pai foi tinha eu 15 anos... mas nunca o perdi!

MUITA FORÇA!

Um abraço amigo,

Val

Maria Nunes disse...

também eu quero deixar-lhe aqui o meu abraço de solidariedade nesta hora amarga.

Unknown disse...

As palavras nem sempre são um veículo fácil, porque as coisas que se sentem e se pensam têm de ser todas traduzidas e é nesse esgar de quem queria dizer mais do que as palavras que julga conhecer deixam, que redemoinha a frustração de não conseguir exteriorizar nada.



O que eu queria neste momento era dar um grito a todas as palavras, que se colocassem em sentido, e que, obedientes, fossem ter contigo e no momento certo deslindassem um oásis de possibilidades e cores e aromas de modo a dar-te o espaço de um grito que sempre acaba por vencer o estrangulamento dos sentidos.



Mas nada, as minhas palavras mal conseguem entregar-te as flores que me assaltaram quando perdi o meu pai. E como não há máquinas de fotografar pensamentos, fico-me por estas toscas palavras de quem tanto queria dizer e afinal, deixa apenas o ramo de flores silvestres que a tua imaginação conseguir colher deste texto...

Adriano Reis (conta.storia@gmail.com) disse...

João, os meus pêsames, subcrevo o texto.

AR

Anónimo disse...

As mais sentidas condolencias.

kukinha disse...

Os meus pêsames...não há palavras que possam amenizar a dor da perda mas ainda assim: Força e coragem nesta hora!!!
Abraço!!!

Mic Dax disse...

Mes condoléances, João. Força.

Carlos Parreira disse...

Os meus pêsames João. É difícil encontrar palavras nestes momentos que aliviam a dor, mas fica aqui uma palavra amiga, força e coragem!

pura eu disse...

Meus pêsames,João! Só no presente minuto soube desta triste perda...força.

Margarida