Café Comemorativo

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O Conde é Prémio Camões 2009


Vocês não imaginam como fiquei contente, feliz, eufórico com esta notícia. Tenho tornado público várias vezes, pelo menos desde que existe o Café Margoso, a minha profunda admiração por este escritor e poeta. Acabei de encenar a peça "No Inferno" que, como sabemos, é uma adaptação de um romance deste autor. Posso dizer que somos amigos e que o nosso relacionamento ficou bem mais próximo depois desta enorme aventura cénica. Tivemos a honra de ter Arménio presente no dia da estreia e a sua subida ao palco no final da peça, para ser aplaudido de pé por todos, foi o maior momento da noite (na foto). Por tudo isto, não podia estar mais entusiasmado com esta fantástica novidade. 

De há muito que Cabo Verde vinha reclamando um Prémio Camões. Instituído em 1988 (há 21 anos, portanto), é o maior prémio literário atribuído a escritores de língua portuguesa e nomes como Miguel Torga, João Cabral de Melo Neto, José Craveirinha, Vergílio Ferreira, Jorge Amado, José Saramago, Pepetela, Sophia de Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Rubem Fonseca, António Lobo Antunes ou João Ubaldo Ribeiro fazem parte da galeria dos notáveis escritores e poetas já contemplados.

Arménio Vieira, o Conde, disse que, "a título pessoal, eu esperava o prémio. Mas por causa de ser Cabo Verde, admiti que fosse ainda um bocado cedo. É pequeno em relação à imensidão do Brasil, que tem centenas de escritores óptimos. E Portugal também. Seria muito difícil Cabo Verde apanhar o prémio", disse, visivelmente emocionado.

"É uma honra pessoal. Eu é que sou o autor dos livros que ganharam o prémio, porque é atribuído à obra e não à pessoa. Acho que é uma honra para Cabo Verde. É histórico, Cabo Verde nunca tinha ganho. Desta vez lembraram-se do nosso pequeno país". O galardoado manifestou a esperança de que, a partir de agora, a sua obra venha a ser estudada em Cabo Verde e no estrangeiro. "Espero bem que sim, (a sua obra) será mais estudada. Mas ainda não se estuda. Às vezes as pessoas compram livros mas não os lêem", referiu.


Ver notícia do Público





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3 comentários:

Lily disse...

Parabens a Arménio Vieira, parabens a Cabo Verde!
Uma vitória de toda a Lusofonia!

Minhokinha disse...

Olá João, não imaginas como partilho a tua alegria! Inquestionavelmente merecido, a melhor surpresa que poderíamos ter e por nós refiro-me a todos os admiradores do Conde que lhe reconhecem o valor devido.
Só me apetece gritar, gritar muito "Bravo Arménio!!!"

Tina disse...

Fiquei contente com a notícia, pois faço parte do grupo de admiradores invisíveis da obra de Arménio Vieira. Dos que compram os seus livros e os lêem porque sabem que vão aprender, ao contrário dos que dizem que a sua poesia é difícil porque não se dão ao trabalho de investigar para entender a sua poética e crescer com isso.
Tive a sorte de, em férias em Mindelo em 2001, após 36 anos de ausência, ter encontrado o livro de poesias à venda no Centro Cultural. E ainda tive mais sorte quando, no lançamento de Mitografias (que não chegou a tempo mas depois consegui adquirir) na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa, no ano passado, de assistir a uma sessão das mais interessantes. Arménio Vieira galvanizou a assistência com a sua prosa muito culta e irreverente, a falar calmamente das suas convicções sobre tudo e mais alguma coisa, mesmo sobre o que se considera politicamente incorrecto, pois até sobre o Alupec disse da sua justiça com toda a sua calma. Muitos estiveram presentes, mas ninguém atingiu o brilho da sua palavra.

Parabéns ao Arménio Vieira e parabéns a Cabo Verde, que assim teve a oportunidade de crescer aos olhos do Mundo!