Um Café Curto

2 Comments




Hoje várias pessoas me perguntaram: então, sobre as mudanças na cultura, não dizes nada? Está certo que a política cultural é um assunto que me fascina e que este espaço tem sido particularmente crítico em relação ao ministério de Manuel Veiga. A nova ministra tem uma grande vantagem: pior é impossível. Temo é que já venha tarde para que se note grandes mudanças de rumo. Assim que tiver um pouco de tempo desenvolverei o tema. 




You may also like

2 comentários:

Anónimo disse...

É da praxe dar o benefício da dúvida a quem entra. Aliás nisso de governos (da moda que veio da América) há os primeiros 100 Dias que é o estado de graça de qualquer governo. Frases como "pior impossível" não deveriam ser usadas no periodo do estado de graça. Vamos dar benefício da dúvida. Quem sabe se a Política Cultural se calhar precisará menos de "artistas" e mais de "cientistas".

Unknown disse...

Então, os consulados de Manuel Faustino, Leão Lopes, Ondina Ferreira, Úlpio Fernandes, Victor Borges e Jorge Tolentino foram melhores do que o do Manuel Veiga. Podes explicar e fundamentar as tuas razões?
Na minha opinião, os únicos ministros da cultura que deixaram marcas fortíssimas foram David Hopffer Almada e António Jorge Delgado. Do tempo da Ondina fica alupec, que, à sua revelia, foi adoptado a título experimental muito devido à persistência do linguista Manuel Veiga e do Mário Fonseca, então presidente do INAC e Ministro da Cultura de facto.
É verdade que Veiga não soube dissociar a sua condição de ministro do seu estatuto de linguista, não criou mecanismos institucionais que materializassem e socializassem políticas linguísticas bem fundamentadas, priorizou os aspectos mais jurídico-maximalistas da oficialização do crioulo, não soube dialogar com os artistas e criadores, apoiou-se em autistas e incompetentes, etc.
Mas só o facto de a sua perseverança na oficialização plena do crioulo dá-lhe um lugar cativo na história da nossa cultura e torna-o um dos ministros da cultura mais marcantes de Cabo Verde.
Ironicamente Veiga foi sacrificado porque defendeu a plena dignificação da língua caboverdiana, enquanto que o confuso e demagogo David Leite permanece no cargo de adido cultural na Embaixada de Cabo Verde em França, prosseguindo na sua sanha bairrista e de assimilado fora do tempo.
Abraços