Um Café com Psamético

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Psamético, um dos últimos faraós do Egipto (século VII a. C.) desejoso de saber qual seria a língua original dos homens, mandou que dois gémeos recém-nascidos fossem isolados de qualquer comunicação verbal até à idade de 2 anos, e a dada altura privados de alimentação, para se saber que língua usariam: contam os relatos que as crianças pediram pão em cíntio (uma língua falada na zona do que hoje é a Ucrânia) e o faraó decretou que o cíntio seria então a língua original da humanidade; 19 séculos mais tarde, o rei germânico Frederico II (1194-1250) resolveu repetir a experiência, mas desta vez os gémeos morreram.

A que propósito vem isto? De nada. Mas ao ouvir mais uma discussão oca e sem sentido sobre os crioulos, a valorização da língua portuguesa, a oficialização, o ALUPEC ou de que "um crioulo acabará, inevitavelmente, por prevalecer", lembrei-me desta história. Ainda não percebi porquê, mas pode ser que por aí haja quem saiba. Doutores em linguistica e em psicologia é o que não falta neste país. 

 


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1 comentário:

Jack Sk. disse...

Vocês, caboverdianos, com os crioulos, nós, brasileiros, com os índios. A maravilha cultural é justamente essa.

Cara, na minha opinião, todo debate que defende a preocupação para com a valorização de nossa maravilhosa língua portuguesa em qualquer aspecto, sempre beira a imbecilidade, primeiro porque não há exatamente o que valorizar em sentidos práticos e segundo porque a valorização de qualquer coisa sempre parte de um sentimento íntimo, e tal só se proporciona através educação, que sempre é esquecida nessas horas.

Como sempre, é mais uma discussão com um pé na política e outro nas necessidades pessoais de poder do que exatamente um interesse genuíno na cultura humana de uma forma mais geral.