Café em Silêncio

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José Saramago
(1922 - 2010)

«Despediu-se de uma forma serena e tranquila.»


Só para contrariar, o meu romance preferido deste escritor maior, chama-se «Todos os Nomes». Ficamos mais pobres. Todos.




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6 comentários:

Maria disse...

E o meu chama-se 'Levantado do chão'.
Pronto.

Departamento de Português disse...

Gosto imenso de Memorial do Convento. E Viagem a Portugal é um livro fascinante para conhecer esse país, enquanto A Viagem do Elefante é uma história muito bela (além de engraçada).

José María

Joshua disse...

É curioso que fales neste. Não é o meu preferido mas foi o que teve mais impacto em mim porque enquanto o lia e depois de o ler sonhei repetidamente com a história. E isto já foi há tantos anos...
Como escritor li quase tudo e só os últimos não achei tão brilhantes, como A Viagem do Elefante.
Já como homem, a voz , a postura física, tudo, cheguei até a estar com ele lado a lado, provocava-me aversão.
Gostava dos seus livros mas não gostava dele.
Mas fui muito feliz com o que escreveu!
:-)

Anónimo disse...

Pior a emenda que o soneto
Acabo de ouvir S. Exa. o Sr. Presidente da República Portuguesa (PR) Cavaco Silva (CS) a justificar, e tentar desdramatizar, a sua ausência nas exéquias fúnebres de José Saramago. Como sempre CS, pouco hábil com as palavras, continua a cometer gaffes que, mesmo supondo que são involuntárias, são imperdoáveis. Diz que cumpriu o seu papel de Chefe de Estado emitindo uma Nota Oficial de condolências. Até aqui tudo bem. Mas sinceramente, com tanto dinheiro mal gasto neste país, não vejo como é que o Falcon da Força Aérea não estivesse disponível para o ir buscar aos Açores, aqui ao lado, e trazê-lo para a homenagem presencial em nome do povo português. Tinha interrompido as férias por algumas (poucas) horas (afinal isto de ser PR tem os seus incómodos), e teria regressado pouco depois às belezas açorianas. Uma tarde chegaria. Aparentemente tudo bem. Até tê-lo escutado à pouco na TV. Achei que a polémica que os jornalistas estavam a provocar com o caso era excessiva e tinha um fundo politico por demais evidente, e era francamente inoportuno. Mas a nossa imprensa tornou-se numa corja de canibais e abutres, que já só buscam farejar, escândalos e polémicas, sujos e podres. E afinal o que disse S. Exa. CS:
1- Que a cerimónia fúnebre em si era mais para familiares, amigos e conhecidos;
2- Que nunca conheceu pessoalmente José Saramago. O que não me soou a lamento.
Vejamos. A cerimónia teve a cobertura e o apoio do Estado Português, e muito bem, por isso esse argumento não colhe. O Governo Português decretou 2 dias de luto nacional. Saramago não era um escritor qualquer, o seu nome, obra e imagem ganharam dimensão mundial, sendo Portugal beneficiário directo desse efeito mediático, sem contar o contributo para as letras e a cultura nacionais. Saramago era pois uma FIGURA NACIONAL. O PR não era obrigado a vir, mas com estas duas declarações acaba por deixar muitas dúvidas quanto aos verdadeiros motivos. Saiu-se mal a meu ver, muito mal mesmo. Antes tivesse ficado calado como até aí. O que nos leva à afirmação seguinte. Então é admissível que um PR (e não o cidadão CS, este sim tem o direito de conhecer quem quer e lhe apetece, e não tem que conhecer toda a gente muito menos quem não quer ou quem não gosta, mas um PR não tem direito a estes luxos) não conheça pessoalmente o único Prémio Nobel da literatura portuguesa, e o único Prémio Nobel vivo? Nunca teve curiosidade de o chamar nem que fosse para lhe agradecer o prémio, o mérito e a honra? O facto de não conhecer tão insigne figura não devia ter sido motivo de sobra para o fazer, reparando esse lapso? Vindo de quem não lia jornais quando era 1º Ministro, diria que está tudo dito. Mas vindo daquele cujo governo censurou uma obra de Saramago, com o conhecimento e conivência dele CS, fica tudo explicado. Até este facto, nunca esquecido, devia tê-lo incentivado a vir para mostrar que nada o movia contra o escritor. Agora penso que PR devia ter suspendido as férias por algumas horas para prestar homenagem ao escritor José Saramago EM NOME DO POVO PORTUGUES. Não o fez, fez mal. Porque com as declarações que agora prestou reavivou a sombra Sousa Lara, e reabriu a ferida da censura. A sua ausência é censurável, mostra pouca dignidade, e comete a meus olhos (com base no que disse) um segundo e inaceitável acto de censura. E desta vez nem precisou do Lara. Ou então inspirou-se nas declarações do seu Turquemada de meia tigela, que voltou a confirmar, e assumir orgulhosamente, o seu acto espúrio e canalha de outrora. O Presidente da Republica CS colocou-se numa perigosa zona de sombra, quando o que se exigia é que se demarcasse dela de uma vez por todas. Repito, antes ele tivesse continuado calado.
ZCunha

Anónimo disse...

Leiam isso se quiserem, claro:
A morte de Saramago

As mortes não se festejam. Sejam de um facínora ou de um herói. As mortes lamentam-se. Mas não aceito que tentem transformar um morto naquilo que ele não foi em vida. E que estes momentos sirvam para apagar da história o que as pessoas fizeram. Aos familiares e amigos de José Saramago o meu respeito. Compreendo que as instituições portuguesas prestem homenagem àquele que é o único Nobel português da literatura. Isso também não pode ser apagado da história. Mas esta é também uma altura para relembrar o passado negro de José Saramago.



Não sei se Saramago era adepto da democracia norte-coreana do camarada Bernardino. Mas esteve na linha da frente para contestar a liberdade em Portugal no PREC. Saramago nunca perdoou ao país por não ter seguido a via soviética em 1975. Eu nunca gostei da personagem: do activista, do político, do saneador, do amigo de ditaduras e do anti-semita. José Saramago era um homem mau, amargurado e zangado com a fortuna que a vida lhe trouxe. Nunca demonstrou respeito e compaixão por aqueles que não gostava, usando e abusando da arrogância para destratar os seus adversários. Também Portugal não foi bem tratado por ele, apesar de o encarar com uma reverência exagerada. Várias vezes insultou o país e os seus dirigentes políticos. E mesmo insultando o país, não deixou de aproveitar as benesses que o regime lhe ofereceu, como sucedeu em Lisboa. As suas guerrilhas contra a Igreja Católica e os crentes são uma evidência da sua intolerância e falta de respeito pelos outros. No entanto, a Igreja Católica que ele tanto detestava e insultava, ajudou-o imenso. Os insultos vergonhosos que lançava para a praça pública eram sempre anteriores ao lançamento de um novo livro. A liberdade também não era uma palavra que ele apreciava. Ajudou a promover ditaduras como Cuba no mundo, e nunca denunciou os crimes do comunismo. Aliás bem na senda de outros comunistas que se esquecem de referir os milhões de mortos causados pelos regimes criminosos.



Muito mais haveria para dizer sobre o homem José Saramago. Aconselho a leitura de um excelente artigo do David Frum hoje no National Post com o titulo elucidativo: "Death of a Jew-hater". E partilho este post também muito pouco politicamente correcto do Rui Calafate. Termino como ele: "Paz á sua alma. Mas não sentirei a sua falta".

publicado por Nuno Gouveia às 16:44
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/
Big Drops.

Joshua disse...

Faço minhas as palavras do último anónimo.