Dois Cafés do Brasil

10 Comments



As duas notícias mais comentadas do dia, por aqui:

1. A aluna Geisy Arruda, que foi alvo de um ataque animalesco por cerca de 700 universitários (!) por causa de um vestido cor de rosa, como milhões que se vêm por todo o lado (ler post sobre a notícia aqui), acabou expulsa da Universidade, por conduta imprópria. As reacções foram tão generalizadas por todo o Brasil que a reitoria não teve outra solução que não anular essa decisão e readmitir a aluna logo de seguida. A discussão sobre o que se veste e não veste em cada situação do dia, sobre os direitos das mulheres e sobre os falsos e hipócritas moralismos no país do samba, do fio dental e do Carnaval, é a temática que tem dominado todas as televisões brasileiras nos últimos dois dias.

2. Um apagão completo em quase metade do Brasil, incluindo S. Paulo e Rio de Janeiro, abanou toda a estrutura destas duas grandes cidades ontem à noite, provocando pânico e muita confusão. Ainda não se sabe qual a causa de tão ampla e inusitada ocorrência, mas por alguns momentos não pude deixar de pensar com os meus botões, "pelos vistos, não é só em Cabo Verde!" A grande questão aqui é como foi possível um apagão desta dimensão, num sistema de energia considerado "dos mais seguros do Mundo."




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10 comentários:

Anónimo disse...

1. Hipocrisia ao poder!

2. Al Qaeda? Em Cabo Verde Al Psu e Al Cagá!

a) RB

David disse...

Houve 2 apagões e o primeiro foi no juízo dessas 700 pessoas ( muitas creio num mero fenómeno de imitação de massas ) e na direcção dessa escolinha... puta preconceito!!!!!

David disse...

Houve 2 apagões e o primeiro foi no juízo dessas 700 pessoas ( muitas creio num mero fenómeno de imitação de massas ) e na direcção dessa escolinha... puta preconceito!!!!!

Unknown disse...

Duplamente bem visto, caro David. Abraço e volte sempre!

HF disse...

Ciúme da beleza go é duedu!!!

Lily disse...

A minina Arruda já pediu uma indemnização pelos danos causados e obrigou a que todos os videos da net fossem retirados...
Quem sabe se no sambódromo não vamos ter o "caso do vestido rosa" a inspirar alguma escola de samba...

Virgilio Brandao disse...

João,
a Geisy Arruda foi convidada para ser coelhinha da Playboy brasileira... e aposto que a revista «vai arrebentâ». Ninguém vai se sentir escandalizar, de certeza.

E o vestido dela não tinha nada de especial, mas nada mesmo. O apagou brasileiro foi uma constipação (nem gripe foi), e nós temos um cancro que ou se cura ou nos mata.

Ah, o apagão! Deve ter sido um festim tal para os bandidos que o melhor mesmo é nem saber.

Amílcar Tavares disse...

Vi os vídeos na Net sobre o episódio da Geisy Arruda e pareceu-me uma cena passada no Afeganistão ou sítio semelhante! Lamentável.

Unknown disse...

Moral da "estória": os hipócritas, porque são cegos, não necessitam de luz...

argumentonio disse...

todos necessitamos de luz

o preconceito e a propensão para a histeria colectiva estão mais presentes do que tentamos crer

quanto ao apagão (blecaute !!!) brasileiro, acontece num país com energia para dar (os roubos são maiores que em Cabo verde) e vender (o Brasil exporta energia) mas com um sistema eléctrico tão poderoso e frágil como a generalidade por esse mundo inteiro

nas suas proporções, episódios semelhantes sucederam em Portugal, Itália, Espanha, Alemanha, Estados Unidos e noutros locais com menos aparato mediático - por vezes não chegamos a saber, mas acontece

além da confluência, desastrada, de um conjunto de condições desfavoráveis, como sucede sempre em casos de sinistro, a realidade é que a energia eléctrica é produzida em locais distantes dos centros de consumo - tem que ser transportada à distância e não se armazena, é consumida ao momento, o que exige: a) redes de transmissão que constituem pontos críticos e vulneráveis do sistema energético; e b) equilíbrio total e permanente entre a produção e o consumo

imaginemos o motor de um carro a trabalhar para transmitir o movimento às rodas

é garantido pelo sistema de transmissão mas pode accionar-se o pedal da embraiagem ou fazer ponto morto, suspendendo a transmissão

ora, na electricidade não há maneira de suspender a transmissão (em rigor pode haver alguns mecanismos de deslastre e recurso a sistemas interligados, mas o equilíbrio essencial provém do encontro instantâneo entre a oferta (o motor) e a procura (as rodas)

um conjunto de factores desfavoráveis podem limitar drasticamente os meios disponíveis e a reserva de segurança das redes de transmissão, com risco de colapso do sistema

a construção de alternativas para evitar casos assim tão excepcionais levaria a duplicar ou triplicar as redes de transmissão, com custos incomportáveis para um país e para os consumidores

por outro lado, a extensão territorial do Brasil torna algumas regiões como ilhas em termos de abastecimento eléctrico - como em Cabo Verde, capacidade de produção e distribuição (Cabo Verde não tem rede de transporte, nem precisa) de uma das ilhas é irrelevante para as restantes, não pode ser chamada a socorrer uma eventual falha de abastecimento noutro ponto do país

a solução, além dos investimentos adequados para os sistemas críticos serem bem concebidos, redundantes (como é tecnicamente exigível e, em termos de segurança, muito desejável) e com alternativas de produção distribuída, isto é, meios de produção próximos dos locais de consumo, o que se traduz em pesados investimentos

dramático foi o problema causado ao abastecimento de água pois as infraestruturas respectivas estão dependentes de sistemas de elevação electromotrizes...

em Cabo Verde, é a própria produção de água que depende da electricidade...

daí a importância de assegurar a atractividade de investimentos em condições de estabilidade!

por tudo, há que ter sempre em conta que algumas destas situações podem sempre acontecer, ninguém pode estar sempre totalmente preparado contra o improvável, o custo seria incomportável

mas uma boa medida de produção e transmissão com proporções razoáveis exige investimentos elevados, que se traduzem inevitavelmente num custo elevado a suportar

sem isso, só podemos culpar o azar!!

e a falta de visão dos decisores, o que é outro azar!!!


;:)))