Não sou a areia

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        Não sou a areia
        onde se desenha um par de asas
        ou grades diante de uma janela.
        Não sou apenas a pedra que rola
        nas marés do mundo,
        em cada praia renascendo outra.
        Sou a orelha encostada na concha
        da vida, sou construção e desmoronamento,
        servo e senhor, e sou
        mistério


        A quatro mãos escrevemos este roteiro
        para o palco de meu tempo:
        o meu destino e eu.
        Nem sempre estamos afinados,
        nem sempre nos levamos
        a sério
        .

        Lya Luft




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1 comentário:

Fonseca Soares disse...

Nem sempre nos levamos a sério... às vezes fazemo-nos de desconhecidos, mas não vale a pena esquivar-se. Estamos condenados a 'escrever juntos o nosso roteiro'
Tudo isso para dizer: mais um Belo Poema aqui no Margoso. Sáb!
Tchá