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Ainda não li, mas foi-me aconselhado, aqui mesmo no Margoso. Uma obra que revela os segredos da amizade entre duas das maiores figuras latino-americanas da actualidade, Fidel Castro e Garcia Marquez. Uma relação pessoal, política e literária.

Castro, que durante anos não tornou fácil ao Nobel colombiano aproximar-se da sua guarida insular, aceitou mais tarde sem dissimulação as suas carícias conspiradoras. Gabo, obcecado pelo poder, os caudillos e a mediação diplomática de mais alto nível, viu no patriarca cubano o modelo a partir do qual a América Latina poderia um dia construir um socialismo próprio.

Castro, que não teve na sua ilha um intelectual que lhe servisse de joker para a difusão dos seus longos discursos revolucionários, encontrou em García Márquez o ser mais hábil que o Caribe dera à luz desde os tempos de cólera. Gabo, que sempre recusou as propostas de partidos políticos e líderes colombianos no sentido de ser ministro, embaixador ou presidente, vestiu o seu fato de campanha para fazer política à sua maneira: deambulando nas imediações do poder, controlando-o e dirigindo-o, mandando sem ceptro, levando propostas de um país para outro, como embaixador único e siamês do “comandante barbudo”.