Perguntas Cafeanas

54 Comments



A poligamia do macho crioulofaz mesmo parte da sua natureza
ou isso é apenas uma boa desculpa para justificar o injustificável?

À melhor resposta, ofereço um café




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54 comentários:

Anónimo disse...

Cá é sô monopolie de criol...;o)

Se bô alê quês teoria de base d'etologia, bô ta oia que animal-humano é quel mé na tud banda...

Braça

Unknown disse...

Antes pelo contrário: esta cafeana é uma boa oportunidade das mulheres crioulas dizerem de sua justiça...

Carlos Parreira disse...

Ambos os casos são validos João, tanto pode ser uma coisa ou outra, depende do ponto de vista que a pessoa preferir. E, como sabes, nós cabo-verdianos temos desculpa ou justificação para tudo ou, para à maior parte das coisas.

Mas com dizes e bem, às mulheres crioulas tem muito a dizer da sua justiça sobre esta cafeana, e, eu fico aqui a espera de os ver.

Abraç tds

Unknown disse...

Odair, amnbos os casos? Então, no fundo, no fundo, faz parte da nossa natureza? De criol? De seres humanos, simplesmente? É que se for assim, não nos podemos admirar se as mulheres tiverem o mesmo tipo de comportamento... Digo eu, claro, assim como quem não quer a coisa...

Alex disse...

A POLIGAMIA faz parte da natureza HUMANA, e não crioula. O que não é natural, mas artificial em toda esta estória, é a hipocrisia que a envolve, seja ela de ordem religiosa, cultural ou social. A monogamia, tal como o celibato, não são apenas formas capciosas da mentira instituida que teimam em nos ensinar ainda hoje, como são formas evidentes de violência e negação da nossa natureza. Podemos (mulheres e homens) apaixonar-nos por muitos filhos, irmãos, amigos, familiares, por tanta coisa no plural e ao mesmo tempo sem qq contradição, menos um HOMEM e uma MULHER apaixonarem-se por mais do que um parceiro. Tretas. Mentalidades castradas. Quando acontece com Ele, é um SAFADO, e com Ela, é PUTA. E nestas coisas o juizo social é muito, MUITO, mais severo com a mulher. Duro e até cruel, com Elas. Porquê? Porque a poligamia sempre foi vista, e tolerada, como uma prática masculina (em certas sociedades é até motivo de orgulho). Regras socias, preconceitos inventados por homens, para benefício e uso exclusivo dos homens, à margem das mulheres, como instrumentos de submissão, controlo, marginalização, culpabilização, castradora da vontade e do desejo( veja-se a "cultura" da excisão, p.e.x). À mulher estava destinado o 'complexo de Penélope' (coisa que não sei se existe), quando não mesmo a negação de direitos (em algumas culturas as mulheres deviam a companhar os maridos na morte deste).
Uma confusão muito frequente, é opor, poligamia a fidelidade. Poligamia a respeito. Nada a ver. São tudo amarras mentais. Preconceitos. Ordem social. O meu coração é livre. O ser humano deveria apaixonar-se, e amar, tantas vezes quantas pudesse, desde que se sinta bem com isso, e desde que isso lhe faça feliz. E apaixonar-se e amar não é uma questão de número, mas da qualidade das emoções e da gandeza dos sentimentos. Há quem se sinta feliz em amar uma única mulher a vida inteira. Legítimo. Desde que essa legitimidade programada, socialmente imposta, moralmente normalizada, não limite, negue, proiba a outra possibilidade.
Há seres humanos que, à conta da MONOGAMIA, viveram a vida infelizes, um verdadeiro inferno, só para se manter as aparências, em particular as mulheres (ainda hoje acontece).
Amarras ao amor? Nunca! E aqui a única regra admitida é o inquestionável direito à RECIPROCIDADE. E nada, nada é, ou deve ser imposto ao outro. Quem não se sentir bem nesta forma superior de partilha, não pratica, salta fora, naturalmente. Ninguém é obrigado a nada.
Ninguém é dono do corpo, dos sentimentos, das emoções e dos afectos d'outrém.

E agora?
Venham as críticas!

ZCunha

Unknown disse...

ZCunha, sabes que eu coloquei esta pergunta, um pouco acossado por ti, e já sabia que vinha aí bomba. Mas acho que estamos a falar de coisas diferentes, quando falamos de poligamia. Estamos a falar do quê? Estou convencido, que a poligamia não tem a ver com amor, mas sim com sexo. Tem a ver com a natureza (animal?) do Homem (com H grande), com o acto de - perdoem-me o termo, fornicar. Amor é outra coisa. Pode-se amar uma pessoa, e ir para a cama com outra, justificando isso com o acto natural que é fazer sexo uns com os outros? Essa é que é a grande questão. E a outra é o facto de a(s) resposta(s) sobre este assunto variar conforme estejamos a falar de homens ou mulheres. Aqui é que está a grande hipocrisia.

Agora, coloco outra questão: pode um homem (ou uma mulher) amar mais do que uma mulher (ou um homem), ao mesmo tempo? E aí, podemos falar de poligamia e/ou fidelidade?

A discussão segue dentro de momentos...

Anónimo disse...

Pela definição, poligamia envolve amor e sexo,mas ao meu ver ñ é possível amar duas ou mais pessoas ao mesmo tempo. Quanto ao sexo seria hipocresia acreditar que não. A única coisa que chega mesmo a irritar e que já foi referido pelo ZCunha, é a diferente visão que a sociedade tem da poligamia tendo em conta o género dos praticantes. se formos ver a fundo, a pligamia não é mais do que uma vertente do sexismo(mais precisamente machismo), porque até mesmo nas culturas e religiões onde a poligamia é permitido, não vemos nenhuma mulher casada com mais do que um homem. Desta forma,
respondendo a questão, eu acho que é desculpa para justificar o injustificável, porque acho k o k está aqui em questão nem é a fidelidade, mas sim o respeito. Contudo esta é apenas a minha singela opinião, e como dizia o outro, pode valer zero mas é minha :P.

Unknown disse...

Sisi, aqui a tua opinião vale muito, acredita! Espanta-me é esta (ainda) reduzida participação feminina. Como é, mulheres, nada para dizer sobre este assunto tão premente?

gicas disse...

Será que as (não crioulas) as "brancas" também podem participar?

A que se deve o silêncio das crioulas? Será conivência, ou mesmo algo cultural em que o facto de eles serem tão "procurados" faz com que elas vejam isso como algo viril, "de macho"???

De facto faz-me uma "espécie" de confusão e já anda ai muita boa gente a tentar escrever uma tese de mestrado sobre a poligamia dos cabo-verdianos, ao que parece está muito complicado porque se por um lado é cultural, faz parte da sua natureza, por outro esta "coisa" do cultural também é politicamente aceite por muitas mulheres, para elas próprias aceitarem o injustificável.
Ao que "muita" gente tem avaliado, constatado in loco, eles (cabo-verdianos) têm um coração imenso, onde cabem muitos amores e nenhum ao mesmo tempo, será que me fiz entender?

Unknown disse...

Gicas, claro que és bem vinda nesta conversa «margosa». Nunca tinha lido que a «vissarada na corp de criol» se podia definir como «um coração imenso». As crioulas tem o coração mais pequeno?

Alex disse...

Já volto ao debate, mas para já uma achega.
A pergunta éstá obviamente armadilhada, por um preconceito (do João, mas tb socialmente generalizado), de que a poligamia é INJUSTIFICAVEL ("justificar o injustificavel" João dixit). Atenção people, não se deixem condicionar por esta "armadilha"!
Pensai muito, mas pensai livres!

ZC

Unknown disse...

Estava a ver que nunca mais reparavas nisso! Hehe... acredita, foi propositado e para ti, ZCunha, só demorou mais do que eu imaginaria. Poligamia? Por mim, tudo bem, mas sem diferenças de género. Tem isso alguma coisa a ver com Amor. Penso que não...

Carlos Parreira disse...

Concordo em partes com o ZCunha, quando ele afirma, e passo a citar “é opor, poligamia a fidelidade. Poligamia a respeito. Nada a ver. São tudo amarras mentais. Preconceitos. Ordem social. O meu coração é livre. O ser humano deveria apaixonar-se, e amar, tantas vezes quantas pudesse, desde que se sinta bem com isso, e desde que isso lhe faça feliz.”
Mas é como disse, tanto pode ser da nossa natureza, uma herança dos nos avos ou pais, pois como se sabe, em Cabo verde antigamente os homens tinham (ou ainda tem, só que de maneira disfarçada) o hábito de casar, ou terem várias mulheres, ou então uma justificação para justificar o injustificável, como dizes.Na minha humilde opinião tudo tem uma justificação na vida salvo os casos que ultrapassam a nossa condição humana…
Uma coisa temos que aceitar, às sociedades são feitas com regras criadas pelo próprio homem, que erra, corrompe, cria fosses sociais, etc. O que para muitas sociedades é tida como certo, para outras não. Vivemos presos em “amarras mentais”? Ou, antes, somos nos que criamos em nossas mentes tenebrosas estas amarras? Do que é que temos medo …?
Respondendo a uma das tuas questão João, se às mulheres começassem a ter o mesmo tipo de comportamento, seria considerado um caos social da nossa sociedade, que apesar de ser evoluída em relação a muitas outras, ainda carece de um certo amadurecimento.
Eu sou adepto da igualdade social e de pleno direito e deveres. Se os homens podem fazer o que fazem, porque é que às mulheres não podem! Qual é a razão? É por ser feio? Então em que ficamos! Há um velho ditado que diz, não fazes aos outros aquilo que não gosta que os outros te façam a ti. Se alguém conseguir encontrar um argumento forte capaz de me fazer demover às minhas convicções, que me apresenta

Abraç tds

Anónimo disse...

Poligamia é falta de maturidade e emacipação sexual... nós somos livres de não nos comprometer...se queremos boémie du sexe....
e os homens e mulheres caboverdianos não são emacipados sexualmente: com a mulher não faz tudo que lhe apetece na cama porque é uma relação de respeito e esta não ousa... são hipocrisias enraizadas...mas a poligamia não é só do macho caboverdiano mas sim também da mulher...
Tudo isso é devido à má educação psico-social que temos em relação ao sexo.

Anónimo disse...

Os Caboverdianos não sabem amar ... é tão simples como isso... não sabem se entregar nem por quatro horas e fazer loucuras por amor(apesar de viverem sonhando com isso).... está naquela apatia continuada "se não der outro(a) dá" e conforma-se e vive uma vida sem paixão! E depois no fim faz tudo para não ficar sozinho... e suporta o proximo na boa!

Metade dos casais Cabo verdianos são assim ... e poligamia é refúgio para se ter a certeza de não entrega total...
Penso até que nem está ligado ao desejo e taradice em si mas sim é uma questão de seguranaça e auto-estima.
nem mais ....

Unknown disse...

Uau, koza djá kenta! Vamos lá, meninos, os últimos três comment's tem «provocações» que dá pano não só para mangas, como para um guarda-roupa completo! O Odair, diz, e eu concordo, que há questões de preconceito relativamente ao género nesta questão, isso para mim é claro. O Anónimo das dez e 36, fala de «falta de maturidade sexual», o Anónimo das 10 e trinta e seis II, lança aqui uma bomba que merece ser comentada: «os cabo-verdianos não sabem amar». Será?

Anónimo disse...

para amar é preciso espaço... e cabo verde é espaço para tudo menos pra amar descomplexadamente... esse é o espaço que construimos...fazemos manutenção...

Já joão... já pensaste nos teus anónimos?

Unknown disse...

Anónimo das 14 e vinte sete: sinceramente, não percebi a pergunta... Em que sentido?

Anónimo disse...

quem poderia ser os teus anónimos?

Anónimo disse...

Concordo com o anónimo das 10 e trinta e seis II que diz que os cabo-verdianos não sabem amar!

Têm medo de se entregar, de viver o amor na plenitude, e não fala do amor carnal, esse é fruto do desejo, da paixão...muitas vezes das hormonas (há quem culpe o clima) o amor e a paixão vivem numa corda bamba, lado a lado e os cabo-verdianos confundem os dois sentimentos e sinceramente não sabem amar! Preferem sempre dois pássaros na mão porque a sua masculinidade não permite a solidão! Prevalece a mentalidade de que macho, que é macho, tem muitas mulheres...

Não conhecem a palavra entrega, aquela sensação de sentir as pernas bambas, as maças do rosto corarem, o coração disparar como uma bomba contra-relógio, a ansiedade do primeiro encontro...

Jogam fora a palavra amor com a mesma facilidade que bebem grogue e amam, amam, sem amor...porque podem estar com uma mulher de manhã, outra à tarde e outra à noite, mas amam as três porque quando estão com uma, estão de "corpo e alma", será isto possivél?

Carlos Parreira disse...

Não consigo deixar de responder aos anónimos, que levantaram falsos juízos sobre os cabo-verdianos. Fazer tais acusações é preciso primeiro estar seguro do que se diz, e segundo dar a cara por elas, e não ficar no anonimato. A isto chama-se simplesmente covardia!
Cabo verde não é espaço para amar descomplexadamente? Será? Aconselho aos anónimos à visitarem Cabo Verde ou a prestarem mais atenção, porque definitivamente não tem prestado.
Cabo Verde é espaço para amar e para muito mais…, quem vive nestas ilhas ou quem às visite regularmente sabe seguramente do que estou a falar.
Abraç tds

PS: "Loucos são aqueles que não têm inteligência suficiente para compreenderem a minha loucura"

Anónimo disse...

Depois de tantos comentários.....já há pouco a dizer, só me espanta tanto anonimato nesta tão quente participação.........

De facto concordo com o Zé Cunha, a poligamia do macho crioulo é igual à poligamia do macho portugês, ou do macho holandês...da femea portuguesa ou da femea crioula, tudo o resto é cultura, sociedade, amarras, instantes de natureza em bruto, etc.... agora o que eu acho da poligamia na minha relação...só me ocorre dizer: Não mexam no meu queijo!!!!!

beijos

catarina cardoso

Anónimo disse...

senhor odair... Cabo Verde não é o país que os caboverdianos constroem diárimanente e auto-enganam!!! para o teu conhecimento sou uma caboverdiana atenta e observadora...

e não um ilusionista... espero que não seja machista

Anónimo disse...

acho debate está a se desenvolver saudavelmente... se calhar alguns comentários são chamadas de atenção à nós mesmos ... Homens Caboverdianos...

Anónimo disse...

gente gente ... sim mas a especialidade de Cabo Verde diferente dos outros países e apesar de sermos católicos... a poligamia é aceite, impulsionada e motivada pela nossa sociedade... e com isso como é que podemos aspirar e construir uma sociedade com estruturas familiares sólidas e sãs ... a familia reflete tb o nosso conjunto e Viva Familia e anonimato

Unknown disse...

Bem, estava a ver que isto nunca mais pegava fogo! Ora bem:

Anónimo das 16 e dezassete: o teu último paragrafo lança uma questão muito pertinente. «Será isto possível?»

Odair: já discutimos muito esta questão dos anónimos. Por mim, não me incomodam e tem o direito à palavra. Em Cabo Verde há, sem dúvida, espaço para o amor. Grande número das nossas mais belas mornas são sobre o amor, assim como quase todas as letras de Zouk Love... Mas estaremos assim tão longe da verdade se questionarmos o facto de muitas vezes a palavra amor sem invocada em vão? E essa questão da «poligamia crioula», como fica?

Ah Catarina, gostei da tua abordagem! Mas olha que há poligamias e poligamias. Há-as aceite até por lei, há-as aceite pela sociedade, conforme o género, há-as condenadas de forma hipócrita, embora se pratiquem, etc. Não penso que isso seja - apenas e só - uma questão da natureza humana, tout cour.

Anónima: a tua participação é ben.vinda, naturalmente, assim como o teu testemumho!

Unknown disse...

Anónimo das 17:35, também acho!

Anónima das 17:39, gostei desse apelo, «viva a familia e o anonimato».. hehe

Anónimo disse...

Cabo Verde espaço do amor? na calada da noite nos becos...dentro de casa com luz apagada, ou dentro do carros alinhados em frente das praias ou nas montanhas...

AHAHHAHAHAHplease odair
aqueles que amam a noite e não se cumprimentam de dia...
ou que anda dois metros a frente do outro ....

Unknown disse...

Como é bom amar na calada da noite nos becos, dentro de casa com a luz apagada ou dentro dos carros em frente de belas praias ou montanhas... Nada contra! Agora, não cumprimentar no dia seguinte... Bem, há quem não se cumprimente depois do acto propriamente dito!

Anónimo disse...

sim ... joão tens toda razão... mas estou a falar a filosofia caboverdiana desses rituais nocturnos do sexo/amor...

Unknown disse...

Pois, mas como disse, nada contra, antes pelo contrário. Basta não serem comprometidos com mais ninguém, ou sendo-o, que haja comum acordo para dar uma «pulada na cerca»...

Anónimo disse...

Só os homens Cabo Verdianos não aguentam um corno...

Unknown disse...

Só?! Olha que não...

Anónimo disse...

e porquê que as mulheres suportam então?

Unknown disse...

Uma excelente pergunta: os cornos doem mais na testa dos homens ou das mulheres? Ou o que estamos aqui a discutir não tem nada a ver com isso?

Anónimo disse...

Olá João
Tenho lido teu blog e discutido alguns dos temas com uma outra blogueira!
Não sou muito de deixar comentarios, mas sobre esta tua pergunta não resisti.
Sou "POLIGAMA" e não tenho nada contra quem seja ou a pratica, desde que seja de forma clara e assumida. E concordo com alguns dos comentários já aqui deixados, nomeadamente sobre o facto dos Cabo-verdianos não SABEREM amar de corpo e ALMA.
Já agora no dia que eu encontrar num homem/mulher tudo que me completa quem sabe me torno "monogamica"
Abraços

PS: ah sou de São Vicente e CABO-VERDIANA

Unknown disse...

Boa, kuskas! Tens é que participar mais vezes... Abraço!

Anónimo disse...

Conclusão: no geral, os homens cabo-verdianos nao sabem amar.

quando sentem que podem amar interrompem o processo, nao vá outra "melhor" aparecer ou terem várias a dar em cima e ficarem sem disponibilidade de corresponder a todas.

O problema é que nessa brincadeira deixam muitas "melhores" pelo caminho e perdem a oportunidade de fazer aquilo que é melhor na vida: VIVER. Porque realmente eles nunca estão lá, nunca se dão, nunca se tornam íntimos.

Chega a dar pena destes machos imaturos!

Carlos Parreira disse...

Anónimo das 17:33 - não sou machista, não! E, espero não ter ferido sensibilidades.

Anónimo das 17:45 - diga-me o que entende por amor?

Dizer que os cabo-verdianos não sabem amar é como dizer que os “pretos” são todos bandidos. Isto é rotular às pessoas com algum que não são.

O facto de muitos fazerem não quer dizer que todos o fazem, às generalizações podem constituir armadilhas que muitos não vêem.

Limitei a dar a minha opinião podem não concordar com ela, mas pertence-me e defendo-o.

Unknown disse...

Babe falou e disse. E agora?

Odair: era uma das coisas que ia dizer. Podemos discutir, conversar, dar com a cabeça nas paredes, mas não podemos generalizar. Além do todo social e cultural, há sempre o uno e indivisivel individual. O todo nunca foi a soma das partes.

Anónimo disse...

Odair ...desejo-te toda abertura do mundo para amares

Anónimo disse...

Eu acho que a questão ñ é bem saberem amar, mas sim acho que os caboverdianos têm medo de amar. Contudo, como disseste João ñ podemos generalizar pk todas as regras têm excepção.

Unknown disse...

Nem mais, Sisi. Isto aqui é «só» um canal para falar abertamente de alguns assuntos. Uns mais tabus que outros.

Anónimo disse...

Sou visceralmente polígamo. Gosto de o ser - é a minha natureza - e não tenho vontade de mudar.

Se assim não fosse, onde ficaria lugar para a novidade e a emoção?

Não se justifica a natureza, nem podemos mudá-la; mas podemos melhorá-la. Será por isso que se inventou o Amor?

Vou reflectir sobre isso.

Abraço fraterno

Unknown disse...

Virgilio, para acrescentar à tua reflexão, pergunto: pode uma pessoa visceralmente polígama, apostar numa vida a dois? Ou é preciso encontrar o amor primeiro?

Anónimo disse...

Há uns anos estava num ciclo de conferências em Bruxelas e uma das conferencistas – uma pessoa com uma educação formal e social muito acima da média, mesmo entre os ditos “esclarecidos” – dizia que o seu marido tinha mais duas mulheres e que ela não se importava com isso.

Chocou muita gente – principalmente mulheres, pois os homens ficaram todos a pensar (confesso que eu também – pois a mulher, além de revelar uma fina inteligência, era o que chamamos uma bela preta!, duas coisas, além de um bom coração, que aprecio em particular nas mulheres) “ó Deus, porque não tenho uma mulher assim?”

Justificou – ao seu atulhada de perguntas:

– Assim, eu e as outras mulheres do meu marido conseguimos mantê-lo ocupado e sabemos sempre onde ele anda e corremos menos riscos (falava de STD/DST, nomeadamente o HIV-SIDA em África). Sabemos que nunca será um monógamo, então há que saber viver com isso.

Eu, curioso, perguntei-lhe:

– Mas ele sabe disso?

E ela respondeu-me, sorrindo – aquele sorriso que só as mulheres inteligentes produzem:

– Não, não sabe. Isso é mais ou menos segredo nosso; assim é melhor para todos.

Eu percebi e concordei com ela. Olhei para ela e disse para mim mesmo: “aí está um homem que tem a felicidade de ter três mulheres que o amam de verdade”.

Acho que sim, João:
é possível um polígamo apostar numa vida a dois, sim. Amar alguém não é, necessariamente, ter uma relação exclusivamente monogâmica com ela – é compartilhar com ela a alma plena; inclusive essas divergências de postura de realização espiritual perante o sexo. O problema é encontrar quem compreenda isso – na Guiné-Bissau e na Guiné Equatorial (para falar de países com língua oficial portuguesa) isso não será nem é problema.

O que é certo é o seguinte: sem Amor, todas as relações dos polígamos estão fadadas ao fracasso. Não por querer, mas porque “o que tem de correr mal correrá mal”. O “nosso” sobrepõe-se à compreensão e, não raras vezes, ao amor. É que, para o polígamo, há sempre um outro objecto de desejo – a novidade – à espera, como uma droga gulosa.

O Amor, sim, é um travão (as vezes falha, mas é sujeita a afinação). É como uma cura que faz ferver a alma e condiciona todas as acções e reacções naturais perante o seu objecto. Mas Amor não é somente o “objecto de amor” do polígamo – o prazer, não. É muito mais – por isso o polígamo (além de questões de natureza, desejo e vontade) procura e por ele com diligência, como “buscador” do velo de oiro, da pedra filosofal ou do santo Graal no feminino.

O Amor, para o polígamo, é uma espécie de porto de abrigo que raramente encontra; como uma pérola rara está ao alcance de um homem pobre. Mas sonha com isso, na verdade deseja isso mais do que as mulheres poderão supor.

O ideal para o polígamo seria encontrar uma mulher como a conferencista que conheci em Bruxelas – mas que ame. Isso, sim – seria o paraíso na terra. Seria de tchá Céu pra lá…

Mas enquanto não encontra as portas do paraíso, o melhor mesmo é racionalizar as coisas e ir alimentando a alma com a beleza que sustenta o mundo – isto é, as mulheres.

Ah, o polígamo ama; ama é mais do que uma mulher ao mesmo tempo. Sabe amar, deseja amar e tem um coração grande o suficiente para quem desejar guarida. E quem foi que disse que o coração é quarto só para um? Eu, não. Hoje, porque é hoje. Amanhã, poderei ter a voz presa pelo velo de oiro…

O Amor é a correção que a natureza encontrou para contrabalançar a natural monogamia do homem. Mas por onde anda a que "tudo suporta"?

Ah, o meu jantar…

Abraço fraterno

Unknown disse...

Eu entendo-te, Virgilio, a sério que sim, mas tenho que colocar esta questão: e se fosse ao contrário? Poderias tu viver com uma mulher, por quem fosses loucamente apaixonado, aquela que te faz passar «os melhores momentos de cada dia», sendo ELA polígama? Terias essa capacidade (generosidade?) de partilhar esse amor? É, o amor, algo partilhável, dentro desse ponto de vista? Seria para ti compreensível, aceitável até, que a mulher que tu amas, te diga, abertamente: «querido, amo-te muito, mas também amo o ..., e o..., e para ser tua, tenho também que ser deles.»? Ou serias capaz tu, ou qualquer homem, de ter o comportamento «ideial» dessa mulher, aceitando (sem dizer e sem questionar, e mesmo em segredo com os outros homens dela) que houvesse outros homens para além de ti, porque pelo menos assim tu terias a certeza que o problema do AIDS estaria sob control?

Por onde anda «AQUELE que tudo suporta»?

Abraço

Anónimo disse...

João,

nessas coisas, em minha opinião, não existe género mas pessoa.

Não tenho problemas com a liberdade alheia. Respeito as pessoas na mesma medida que espero delas (mas mesmo quando são "quadradas" respeito o seu direito a ser o que são - sou assim e não prescindo desta postura na vida).

Não é uma questão de "compreenção" (nem de gestão de medos) mas de respeito pela individualidade alheia.

Sou da opinião de que devemos nos "encaixar" na liberdade individual dos outros e não limitá-la para a satisfação dos prazeres, sonhos, objectivos, etc.

As pessoas são (devem ser) mais que um mero objecto de satisfação de qualquer fim - mesmo o da felicidade sonhada. É claro que, como tudo o que é humano, por vezes a racionalidade falha(-nos). Mas isso é obra do Amor-posse.

Como dizia o Alvaro de Campos, "não gosto que me peguem no braço" (Lisbon Revisited).

Por isso entendo quem diz que "os homens cabo-verdianos" não capazes de amar (o que é um juízo perigosamente generalizador). É uma forma, respeitável, de entender as relações humanas.

Abraço fraterno

Unknown disse...

Vamos lá a ver, voltar á questao central, mesmo que minada (como diz o Zé Cunha): a natureza poligamica do macho crioulo é, afinal, não exclusiva, nem do macho nem do crioulo, fazendo algo tão natural como a necessidade de nos alimentarmos, dormir ou defecar. Mas o ser humano tem algo que não tem os outros animais, para mal (ou bem) dos nossos pecados: o livre arbítrio.

E a sociedade, de forma hipocrita, aceita, de alguma forma, a manisfestaçao da «natureza crioula» no caso do homem. No caso da mulher, já sabemos: é puta para baixo. Isto é que me custa a aceitar.

Abraço

Anónimo disse...

O Alex diz que: “A POLIGAMIA faz parte da natureza HUMANA”. O que é a “natureza humana”? Quem pode defini-la, e a partir de que critérios podemos definir isso de “natureza humana”? Ela não será aquilo que quisermos definir como tal? E para àqueles que afirmam que a PEDÓFILIA ou o CANIBALISMO fazem para da sua “natureza humana”? Em que ficamos?

Unknown disse...

Pois, a natureza humana é, por definição violenta, mas não é por isso que vamos defender a violência sem qualquer justificação, não é?

Anónimo disse...

Grande Debate: entre desabafos,psico-analises; embirrações; medos; euforia; ... pessoas vivas

Lúcia,

Unknown disse...

E vamos ficar sem saber qual a tua opinião, Lúcia? Já agora... (P.S. Volta sempre!)

Anónimo disse...

A poligamia do macho crioulo, como de qualquer ilhéu, não está na génese mas sim na formação.
A novidade para um ilhéu é básica.
Ora, juntando esta sede de "novidades" à intrinseca genética africana teremos entao um ser exclusivamente poligamo; até porque crioulo e muçulmano, em questão de mentalidade, andam bastante próximos: "muito" é a palavra de ordem.
Engraçado porque prezam bastante a palavra Honra, mas não sabem o verdadeiro significado desta.
Citando um grande amigo meu (poligamo) da Praia :
" Criol é parvo, moss "