Declaração Cafeana

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Caio Fernando Abreu, escritor que aprecio particularmente, escreveu uma vez que desejava ««que Setembro seja melhor e supere todas as angústias, medos, inseguranças e azar de um agosto fodido» e eu senti-me logo identificado. Agosto pode ser para muita gente sinónimo de férias, de praia ou de descanso. Para mim é apenas um mês demasiado longo e demasiado quente. E agora que acabou, até parece que o mundo ficou mais leve.

Vem aí Setembro, o melhor dos meses de Verão, e com ele, o anúncio de um Outono que é a época em que a natureza se renova, se transforma e nos permite contemplar os mais belos castanhos, amarelos e laranjas que o mundo já viu; é época das chuvas, das sementeiras, do retomar dos hábitos e rotinas e isto, para quem as tem boas, não é nada negativo, antes pelo contrário. Setembro é pois a época das reentrés, das novas grelhas de programação, das estreias absolutas, dos renovados votos de que a última parte do ano seja a melhor e, claro, o mês onde o teatro invade por todos os poros a cidade do Mindelo.

Esta é ainda a época em que a terra se junta ao céu, o pó se casa com a água da chuva, onde a natureza se mostra, vaidosa e altiva, mudando o seu figurino. É o mês dos encontros e desencontros, das certezas que nunca mais chegam, de um tempo que anda um pouquinho mais depressa, de uma aragem que passa e nos refresca. Que corra lesto, este mês de Setembro, que nos traga o festival de teatro e nos tire de cima dos ombros este calor e esta depressão húmida, por vezes, pouco suportável.




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