Perguntas Cafeanas

16 Comments




O facto de sermos capazes de diminuar a taxa de desemprego de 20 para 13%, mantendo o mesmo nĂºmero de Cabo-verdianas e Cabo-verdianos sem emprego, nĂ£o Ă© uma fantĂ¡stica prova do quanto estamos mesmo preparados para os tempos que aĂ­ vem?

À melhor resposta, ofereço um café





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16 comentĂ¡rios:

Breve Leonardo disse...

[os nĂºmeros sĂ£o "sempre" exactos, por nossa tĂ£o grande vontade; a contabilidade que os utiliza Ă© que revela uma criatividade digna dum novo Deus que tudo cria e desfaz no instante seguinte! Assim aqui, como em todo o lado...]

um imenso abraço,

Leonardo B.

AmĂ­lcar Tavares disse...

A EstatĂ­stica Ă© coisa marada!

Lina Arroja (GJ) disse...

Por alguma razĂ£o Portugal e Cabo-Verde se mantĂªm tĂ£o chegados.

argumentonio disse...

a pergunta Ă© difĂ­cil: muda a taxa e mantĂ©m-se o fundamental? ou hĂ¡ evoluĂ§Ă£o muito acentuada dos dados de base, aumentando muitĂ­ssimo a populaĂ§Ă£o em geral e a populaĂ§Ă£o activa, ou hĂ¡ sofisma na pergunta

j'entends rien...

EmĂ­lio Fernandes Rodrigues disse...

nĂ£o precisa publicar meu caro: apenas para alertar de que a alteraĂ§Ă£o serĂ¡ de 18% (taxa anterior) para 20%(mantendo o mesmo sistema de contabilizaĂ§Ă£o) ou para 13% (alterando os pressupostos de contabilizaĂ§Ă£o).

Abraço,

EmĂ­lio Rodrigues

Paulino Dias disse...

AlĂ´ meu caro,

Sorry, a pergunta estĂ¡ colocada com um quĂª de enviesamento, o mesmo enviesamento que tenho assistido, aliĂ¡s, em algumas intervenções pĂºblicas sobre o assunto. Parece-me que se quer fazer crer que este Ă© um artifĂ­cio estatĂ­stico a que o Governo lançou mĂ£o para "dourar a pĂ­lula" do desemprego em Cabo Verde. É uma falsa questĂ£o.

JĂ¡ agora, e para meter tambĂ©m a minha colher, a minha opiniĂ£o Ă© a seguinte: 1º) o INE fez muito bem em alinhar a metodologia de apuramento da taxa de desemprego com as melhores prĂ¡ticas internacionais, para permitir uma maior comparabilidade do paĂ­s na arena internacional; 2º)convĂ©m esclarecer que o Governo nĂ£o tem autoridade nem legitimidade para impĂ´r metodologias de cĂ¡lculo ao INE que, neste aspecto, rege-se por normas cientĂ­ficas, estabelecidas atĂ© por entidades supra-nacionais; 3º) de notar que o INE publicou a taxa de desemprego apurada nas duas metodologias - a anterior e a nova - precisamente para evitar este tipo de discussĂ£o (ver aqui: http://www.ine.cv/actualise/destaques/Files/APApresenta%c3%a7%c3%a3o_dados_IE_2009%20[Modo%20de%20Compatibilidade].pdf).

O que se devia destacar Ă© o facto de que o desemprego aumentou 3.1 pontos percentuais entre os dois perĂ­odos em anĂ¡lise, independentemente da metodologia de cĂ¡lculo utilizada! Esta a discussĂ£o que devĂ­amos estar a ter. As perguntas que se deveriam colocar sĂ£o: porquĂª? onde? como reverter?

De resto, Ă© exigir que pelo menos durante alguns anos de transiĂ§Ă£o, o INE continue a apresentar as taxas utilizando as duas metodologias para permitir a anĂ¡lise evolutiva sem distorções, evitando-se assim acusações de malabarismo estatĂ­stico.

Um abraço,
Paulino

mdsol disse...

A populaĂ§Ă£o aumentou assim tanto?

AnĂ³nimo disse...

Obrigada Paulino. Bali!

Unknown disse...

Excelente, excelente. E um ponto de ordem: encarem as Perguntas Cafeanas como suaves provocações para estimular o debate. NĂ£o pressupõe, na maior parte dos casos, qualquer juĂ­zo de valor prĂ©vio mesmo que por vezes possa parecer subentendido. E nĂ£o poucas vezes, entro no debate!

Jorge André disse...

O Paulino parece que nĂ£o aprendeu as regras bĂ¡sicas da estatĂ­stica no seu curso de economia.Como Ă© possĂ­vel dizer que,perante 2 metodologias diferentes e 2 amostras tambĂ©m diferentes,a variaĂ§Ă£o da taxa de desemprego Ă© de 3.1% tanto numa como na outra metodologia?
Se com a antiga metodologia o aumento do desemprego foi de 3.1% percentagem,jĂ¡ com a nova metodologia Ă© tecnicamente impossĂ­vel o aumento do desemprego ser o mesmo.

Paulino Dias disse...

Caro Jorge André,

Obrigado pela achega, mas sugiro mantermos a elegĂ¢ncia deste debate - o que o Paulino aprendeu ou deixou de aprender no seu curso de economia nĂ£o Ă© para aqui chamado, penso eu. NĂ£o creio que o JoĂ£o Branco fosse perder tempo e espaço no seu blog para este tipo de discussĂ£o... Vamos nos concentrar no que realmente estĂ¡ a ser discutido, pode ser?

O que eu quis chamar a atenĂ§Ă£o no meu comentĂ¡rio Ă© que o excessivo enfoque da discussĂ£o na metodologia adoptada pelo INE estĂ¡ a encobrir um aspecto que Ă© muito mais importante e que por isso deveria estar a ser mais debatido - o facto de que a taxa de desemprego aumentou 3,1 pontos percentuais (jĂ¡ agora, nĂ£o 3,1% como referes no teu comentĂ¡rio - note que a diferença Ă© significativa).

De todo o modo, deixo-te aqui a fonte da informaĂ§Ă£o: http://asemana.publ.cv/spip.php?article52759&ak=1

E se precisares dos dados mais detalhados, terei o maior prazer em ajudar-te a entrar em contacto com o pessoal do INE, mande-me um e-mail para paulinodias21@yahoo.com

Abraços,

Jorge André disse...

Caro Paulino,
vamos nos concentrar no ponto que estĂ¡ a ser aqui discutido,como dizes.EntĂ£o,vou repetir a minha pergunta,cingindo me ao essencial:

"Como Ă© possĂ­vel dizer que,perante 2 metodologias diferentes e 2 amostras tambĂ©m diferentes,a variaĂ§Ă£o da taxa de desemprego Ă© de 3.1% tanto numa como na outra metodologia?
Se com a antiga metodologia o aumento do desemprego foi de 3.1% percentagem,jĂ¡ com a nova metodologia Ă© tecnicamente impossĂ­vel o aumento do desemprego ser o mesmo".

Podes defender-te?

AnĂ³nimo disse...

A taxa nĂ£o diminui, propriamnete dizendo.
O metĂ³do de calcular a taxa Ă© que mudou.
Antes, quando a taxa era de 20%, incluia-se pessoas de entre os 15 e os 18 anos na contagem. O que Ă© um absurdo, uma vez que estas pessoas nĂ£o deviam estar a trabalhar, mas a estudar!
Agora com o novo mĂ©todo (que nĂ£o inclui estas pessoas), a taxa desceu para 13%.

Unknown disse...

Para mim os resultados sĂ£o todos obra do Houdini!he he !!

Sandra disse...

O sofisma existe mesmo Ă© nas contas... A questĂ£o neste momento Ă© jĂ¡ mundial alteram-se os nĂºmeros aqui e alĂ©m mas a saga do desemprego mantĂ©m-se, e apesar de muitas legislações bem intencionadas, a descriminaĂ§Ă£o de idades, gĂ©nero, etc., faz parte do problema do desemprego... Questões regionais Ă  parte, estamos essencialmente num mundo feito para meia dĂºzia de ricalhaços e para milhões de "deixa lĂ¡ ver se sobrevivo"...

Sandra disse...

Curiosa esta questĂ£o levantar acesos debates centrados em estatĂ­sticas e em metoologias, quando o essencial da questĂ£o Ă© mesmo existencial: ou seja, 3, 4 , 5 pontos percentuais aqui e alĂ©m, esta percentagem ou aquela, mudam a vida das pessoas que se debatem com as suas contas mensais, as suas despesas, o seu sentido de utilidade?!
Obrigado por estas questões existenciais, sĂ£o muito inspiradoras e devemos ter o cuidado e mesmo o humor de as debater dentro da sua essĂªncia, para o que Ă© necessĂ¡ria consciĂªncia aguçada para os aspectos ilusĂ³rios e de "fogo de artifĂ­cio" da realidade...