Declaração Cafeana

10 Comments


Hoje, supostamente o dia em que todos os românticos saem das suas tocas, carregados de corações vermelhos, ursos de peluche e quadros com declarações de amor personalizadas, é o dia em que eu não serei diferente do que sou em todos os outros dias.

Vou continuar a dizer «amo-te», a dormir aconchegado fazendo com aquela pessoa a segunda parte de mim, amar e ser amado, como nos outros dias. Se quiser fazer com que algum dia seja especial, não será certamente o calendário que mo vai dizer que hoje é que deve de ser.

O tão proclamado Dia dos Namorados é uma farsa - mais uma, como tantas outras hoje em dia - que tem como principal pretexto fazer o cidadão comum consumir de forma ainda mais frívola e leviana.

Quem precisa do dia 14 de Fevereiro para dizer sim ao amor, não entende nada da vida.

Como disse uma criança de 8 anos (fonte fedigna): "O amor encontra-nos mesmo quando nós tentamos nos esconder dele. Eu fujo dele desde os 5 anos mas as raparigas conseguem sempre encontrar-me."

Aquele abraço




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10 comentários:

Margarida disse...

Apoiado! Não passa de um dia comercial, em que o calendário obriga a suspiros demorados, peluches e outras piroseiras. Uma data muito fútil...

Unknown disse...

Margarida! Juntos hasta la vitória, siempre! Abraço

Anónimo disse...

João!
Estás certíssimo.
Quem ama de verdade não precisa de nenhum dia especial, marcado num calendário, para demonstrar os seus sentimentos. Muito menos dos apelos chamativos das lojas, ávidas de venderem tralhas ornamentadas com corações.
Amor revela-se no dia a dia, nos pequenos gestos, nas atenções, na partilha das responsabilidades quaisquer que elas sejam (mesmo as domésticas.
TP

velu disse...

Ai João, masi uma vez tiraste-me as palavras da pena... ia escrever algo do génro, demarcando-me destes dias únicos no ano, para quem não os tem realmente. E eis que me apareces com este post tão bem descritivo daquilo que sinto. Se me permites, far-te-ei um eco no Maktub. Viva nós, que temos os 365 ou 366 dias do ano para comemorar o amor.

Unknown disse...

TP: e eu diria, principalmente, nas domésticas!

Velu: estás à vontade para ecoares o que quiseres aqui do Margoso. Só me dá motivos de satisfação. E viva o amor!

Fonseca Soares disse...

Joâo, eu acho que - aqui no Margose - eu sou da oposição.
Embora estando de acordo, em parte, em relação ao dispendido aqui sobre amor o ano inteiro... que não será o calendário a impôr amor... não consigo ser radical em relação à data (efeméride simples) que tem tido até quanto a mim, um papel positivo, para além da parte bem comercial e 'de plástico' da mesma. Um dia em que muitos podem sair da rotina do dia-a-dia doméstico sempre igual... e já com um amor de irmão partilhado pelo casal...
Serão 'intrigas da oposição'?
Tchá

Unknown disse...

Oh Tchá, tás à vontade para fazer a tua campanha por aqui! O Margoso é um espaço de liberdade. Além disso, tu, mesmo sem reparares, tocaste no cerne da questão. Não é triste, quando as pessoas precisam de um dia definido pelo calendário (comercial), para sair daquilo que tu mesmo chamaste «rotina do dia-a-dia doméstico»? Eu acho! Podes é dizer-me que o S. Valentim não tem culpa nenhuma do actual estado de coisas, e até terás alguma razão. Mas esse, coitado, segundo rezam as crónicas, foi decapitado e morreu sem cabeça (mas com coração!). Abraço!

Paulino Dias disse...

Alo, Joao...

Moce, descreveste muito bem o que penso (tambem eu!) desses dias festivos. Estava a rabiscar alguma coisa ironica para postar hoje, mas acho que ja disseste tudo. Leia aqui um que escrevi em tempos sobre o Natal - quase que me escalpelaram neste dia!!!(http://blogdopaulino.blogspot.com/2006/12/papai-natal-e-venda-de-iluses.html

Unknown disse...

Oi Paulino, escalpados ou não escalpados, o que nos vale é a comunidade blogueira, grande espaço de liberdade de expressão. O resto, já sabes, é a caravana a passar, os cães a ladrar e olha eu, aqui da varanda assistindo a tudo! Abraço.

Anónimo disse...

S.Valentim já recenseá? :op