Café Comemorativo

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A FNAC comemorou 10 anos de lojas abertas em Portugal. 10 anos que revolucionaram os hábitos culturais dos portugueses tradicionalmente pouco dados ao consumo cultural. Apesar disso, e paradoxalmente, a Fnac em Portugal regista records europeus de vendas e de receitas. O conceito de loja Fnac, em que o cliente pode usufruir de alguns produtos sem o comprar (como o livro) e circular as horas que quiser pelo espaço), assentou arraiais em Portugal e em muitos países da Europa.

Essa foi uma das razões porque festejei o acordo de Parceria Especial entre Cabo Verde e a União Europeia. Quem sabe, os senhores que mandam na FNAC não se lembram de nós, da pobreza que é a nossa oferta cultural a todos os níveis, e montam uma lojinha, uma FNACzinha, como quem não quer a coisa. Não há mercado? Aposto que há, até porque sempre que vou à FNAC por lá, o que mais vejo é pessoal de cá, todos contentes, a comprar (ou a ler, ou a ouvir) discos, livros, material informático.

Se depender da FNAC, escolho a inveja como pecado capital do dia, porque eu queria estar a passear numa daqueles templos. Seja como for, parabéns.

Imagem: fabulosa campanha publicitária da FNAC espanhola, intitulada «Vinil never dies»




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9 comentários:

Anónimo disse...

Pois é João Branco, a FNAC é o máximo! Vou sempre à FNAC, e pa fazeb ciúmes... n ti ta ba daqui a nada pa FNAC. ehehehe
Sim, essa parceria tem de levar alguma coisa interessante para Cabo Verde como uma loginha da FNAC, quem sabe aí perto da Praça Nova. Era sabim, nera?
Aquele abraço!

Unknown disse...

Só por causa deste Anónimo das 19:57, vou ali à sondagem dos pecados e escolho INVEJA! Ah, só mesmo a FNAC...

Fonseca Soares disse...

hahaha!
FNAC ê mesme um sabura! E faz-nos uma falta tremenda!
Mas para fazer ciúmes, tb, eu digo que me apaixonei pela FNAC mãe. Quando ainda não havia a tal FNAC filha, de que voces se enamoraram...
Bons velhos tempos de estudante, onde essa tal FNAC mãe me enfeitiçara...
PS: Pena é que na qualidade de estudante... comprava mais a 'escuta de boa música' do que os LP's e CD's.
Tchá

Unknown disse...

Olha que eu conheci as duas, e a filha é bem mais charmosa que a mãe: mais moderna, mais bem «equipada», com mais argumentos para triunfar na vida... Autêntica destruidora de corações!

Ivar C disse...

João Branco, nem tudo é uma maravilha. As fnacs conseguiram acabar com algumas livrarias tradicionais que eram, a meu ver importantes. Posso por exemplo dizer-te que editei um livro em 2005 e que a FNAC se recusou a vendê-lo por ser duma editora pequena. Além disso, os preços baixos nessa loja são um mito. Abraço. :)

Unknown disse...

Oh Bagaço, tiveste azar, não? Por exemplo, no campo da música muitos novos valores são-lhes dados oportunidade de se mostrarem nos pequenos auditórios das lojas. Nem me digas isso... Olha, eu se fosse gerente da FNAC também não aceitava vender livros teus que tivessem a colectanea do site «não compreendo as mulheres», porque ele tem piada é assim mesmo! Abr.

Ivar C disse...

joão branco, pois, mas vais ver como esse eles vão vender. ;)

Alex disse...

Eis um bom tema para debate. Quando é que é mesmo aquela cena que o nosso MGM*Lopes está a preparar?
As FNAC's, e agora a BYBLOS (a nova 'Catedral', que em livros, deixa a FNAC a léguas, e o conceito comercial é mt menos agressivo), são espaços de cultura, ou são simplesmente business as usual?
A relação entre cultura e negócio é benéfica? Para quem?
Qual a diferença, nos tempos que correm, entre o negócio da cultura e a cultura do negócio?
O negócio serve a cultura, ou SERVE-SE DA CULTURA?
As FNAC's servem para ganhar dinheiro ou para difundir a cultura? E que cultura é essa que difundem?
Levar as pessoas a consumir concentrado-de-cultura é servir a cultura ou é servir o negócio?
As FNAC's são simplesmente uma nova cultura de negócio (a new concept, but 'all that jazz'), i.é uma nova forma de embrulhar a cultura, ou é mais do que isso? E que 'mais' é esse?
E continue-se por aí fora perguntando, perguntando...
Nada de confusões, que eu tb sou frequentador.
A verdade é que ultimamente, sinais da crise ou não, a secção de música (dita erudita) minguou de tal maneira, a coisa está tão espremidinha (que de erudita passou a erudida) falo da FNAC-Almada, que até parece que estão a saldar refugo. Para já só aconteceu com a música clássica (que os Ecran's de Plasma, os PC's e os Video Games, continuam em grande). A ver vamos.

ZCunha
*Metro Goldwin Mayer=Leão (Ars Gratia Artis)

Unknown disse...

É obvio que a FNAC é um negócio. Um negócio onde se vende cultura. Mas isso não muda em nada o facto de eu adorar lá estar, fartar-me de gastar dinheiro, muitas vezes deixar de comer um almoço para poder trazer aquele livro ou aquele cd.

é um lugar onde dá gosto estar e onde se pode estar sem ter funcionários a pressionarem-te para comprares. Podes passar um dia inteiro a ouvir música e ninguém te chateia por isso. Ler os livros que quiseres. Mexer no produto.

É uma boa forma de fazer negócio, tanto do ponto de vista de quem vende como de quem compra.

Eu também vendo bilhetes para as minhas peças de teatro ou para as peças do festival mindelact. E faço-o, convicto de que estou a oferecer um produto de qualidade. E não estou, como é obvio, a vender a minha alma de artista ou criador por causa disso.

Esse conceito personificado pela FNAC e por essa nova livraria gigante agrada-me. Eles estão ali para ganhar dinheiro, mas desde que isso sirva os interesses de quem compra... Nem tudo são rosas e este é um tema que daria - e vai dar, certamente - muito que discutir.

Continuarei nas cenas de um próximo post.

Abraços