Soneto 13

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      Adoro esse teu ar quando me tocas.
      Começas por ficar transfigurada
      para, depois de unir as nossas bocas,
      te tornares uma fera não domada.

      Mordes-me o peito, os ombros, o pescoço.
      As tuas coxas nas minhas mãos são abraço
      tão forte e perigoso que não posso
      responder a seguir pelo que faço.

      Enlouqueço. Também sou uma fera
      há dias sem comer, à tua espera
      pra poder devorar-te e saciar-me.

      A luta assim é própria de quem ama.
      Se eu tiver de morrer, seja na cama
      a vir-me nos teus braços e a passar-me.

      Joaquim Pessoa



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3 comentários:

Maria disse...

Este Joaquim Pessoa é muito bom!!!!!!!

Unknown disse...

Mesmo!

Unknown disse...

Creio que o Pessoa exagerou e acabou por afogar a moça no oceano da sua sanha erótica...
Por outras palavras, neste zoológico do prazer não se sabe onde está a fera e onde está o domador...