Um Café na Islândia

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A partir de um e-mail:

Por incrível que possa parecer, uma verdadeira revolução democrática e anticapitalista ocorre na Islândia neste preciso momento e ninguém fala dela, nenhum meio de comunicação dá a informação, quase não se vislumbrará um vestígio no Google: numa palavra, completo escamoteamento. Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do povo por outra sociedade. 

Quando retumba na Europa inteira a cólera dos povos sufocados pelo garrote capitalista, a actualidade desvenda-nos outro possível, uma história em andamento susceptível de quebrar muitas certezas e sobretudo de dar às lutas que inflamam a Europa uma perspectiva: a reconquista democrática e popular do poder, ao serviço da população.  (ver aqui)

Desde Sábado, 27 de Novembro, a Islândia dispõe de uma Assembleia constituinte composta por 25 simples cidadãos eleitos pelos seus pares. É seu objectivo reescrever inteiramente a constituição de 1944, tirando nomeadamente as lições da crise financeira que, em 2008, atingiu em cheio o país. Desde esta crise, de que está longe de se recompor, a Islândia conheceu um certo número de mudanças espectaculares, a começar pela nacionalização dos três principais bancos, seguida pela demissão do governo de direita sob a pressão popular. As eleições legislativas de 2009 levaram ao poder uma coligação de esquerda formada pela Aliança (agrupamento de partidos constituído por social-democratas, feministas e ex-comunistas) e pelo Movimento dos Verdes de esquerda. Foi uma estreia para a Islândia, bem como a nomeação de uma mulher, Johanna Sigurdardottir, para o lugar de Primeiro-Ministro. (ver aqui)

Comentário Margoso: com os processos revolucionários em curso em alguns países, outros anunciam, a medo, profundas mudanças regimentais com receio do efeito dominó. É o caso de Marrocos e Arábia Saudita. Na Europa, as manifestações sucedem-se. O exemplo português é muito interessante, com 300 mil cidadãos na rua, sem ligações a qualquer partido político, de várias gerações, numa iniciativa que começou com um apelo numa rede social. Para onde caminha o mundo hoje? 

É a pergunta que fica. 



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5 comentários:

Bitim disse...

O mundo caminha para um colapso geral inevitável.
Aconselho ver o filme documentário sobre as mensagens de Nostradamus, caso não tenha conhecimento.

Anónimo disse...

Vê-se mesmo que você é filho do seu pai revolucionario comunista!

E' o que eu digo, esses revolucionarios comunistas de Abril de 74 nunca aprendem!

Com que entao anticapitalismo, processo revolucionario, bancos capitalistas?!

Oh comunista va impor comunista na sua terra em Portugal. Você é artista de teatro ou artista de intervençao politica comunista?!

Veja la se aprende um pouco de economia em vez de estar com discursos ideologicos de processos revolucioanarios "na terra de gente"! (ja sabes crioulo para perceberes as aspas?!!)

Unknown disse...

ehehhe ou Zeitgeist. O III ja saíu e esta espetacular :)

Tey Alexandre SilFonSoares disse...

O Mundo caminha, à sua velocidade própria para a implementação do projecto Vénus... Zeitgeist(mente) falando... http://pt.wikipedia.org/wiki/Projeto_Venus

Anónimo disse...

Não tem a ver nem com a Direita, nem com a Esquerda. Aliás, esses concertos nem existem! O que existe é o Bem e o Mal, as inverdades e a deturpação das verdades. Julgamos que países e pessoal do lado do Bem são os mais ricos e poderosos; assim como pensamos cegamente que países e pessoas que estão no lado Mal são os mais pobres e desprotegidos da sociedade. Essa é a deturpação, essa é a regra do jogo, porque nós seres humanos somos gananciosos e queremos sempre e cada vez mais e mais sempre para o nosso lado. É só o "venha a nós", "ao vosso reino" nunca! Os que entram no início até poderão ser santinhos ... mas quando lá estão e principalmente na hora da saída, Diabo não chega nem aos seus calcanhares. É sempre assim, quer lá, quer cá, quer no Céu ou no Inferno!