Cafeína II

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«Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?»

Miguel Esteves Cardoso - escritor




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5 comentários:

Lily disse...

O Amor, contagiado pelo espírito económico mundial, também vive um momento de crise profundo...

Anónimo disse...

amei...bjos titass

... disse...

Amar dá muito trabalho, impera a lei do menor esforço e não só no amor

argumentonio disse...

essa tremideira existe sim!

mas entende-se que algum sentido de defesa e muita abstracção arrefeça os corações, pois há mar e mar...

de contrário, o cálculo apodera-se e vai dar ao mundo em que (tão mal) vivemos

;_)))

Ten disse...

Houve recado!