Li Sin

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Quando se convida uma pessoa como Vasco Martins para uma entrevista, temos que estar preparados para o que isso significa. Falar com o Vasco é como falar com a ilha que ele mais ama, é como subir ao Monte Verde e contemplar, num raio de 360 graus, a beleza inusitada das montanhas rodeadas por mar e abraçadas pela areia branca. Aliás, foi isso mesmo que ele começou por dizer-me quando o contactei para a gravação desta conversa. “Eu vou, porque é contigo, mas sou eu que escolho o local. É melhor trazeres um casaco, porque ali faz algum frio”. Fomos para o Monte Verde, claro. Parou o pequeno jipe já envelhecido por muitos passeios, a uma boa centena de metros do sítio escolhido e fomos por ali acima, conversando sobre a vida, a natureza, os amigos. Este é o homem que mandou construir um arco de pedra, no início da estrada que liga a Baía das Gatas ao Calhau e que hoje é monumento de S. Vicente. É o homem que inventou o Tibete crioulo, para onde convida amigos e desconhecidos para o ouvirem tocar em sua casa. E marca a compasso a história da música de Cabo Verde. Conversamos, sentados no chão de uma colina, ouvindo apenas o silêncio que tanto o inspira. No final, ofereceu-me o seu novo disco, maravilhosa obra a que deu o nome de Li Sin, com composições para guitarra e quarteto de cordas. Faz-me companhia agora mesmo. A vida é mais bela, aqui sim. Obrigado, Vasco.

A entrevista, enquadrada na rúbrica Dôs, poderão lê-la na próxima edição do jornal A Nação. Olhem que vale mesmo a pena. 



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