Um café com... César Schofield

11 Comments


O César Schofield escreveu no seu blog que «tropa na rua é ridículo». E diz, «Vamos parar de dizer que este país é acima da média. Vamos parar de dizer que somos um destaque em África. Por falar em África, o cenário de tropas nas ruas não vos lembra nada? Ai de nós se começarmos a encaminhar para uma lógica de poder militar. Vamos parar de dizer que somos um país da morabeza. Vamos encarar os factos: socialmente estamos na M... E tropas nas ruas só confirma isso.»

E eu digo,

Tens razão quando falas no que está a provocar a desegragação social do tecido urbano cabo-verdiano. Tens razão nas soluções que propões. Não tens razão por achares que a tropa não pode ser parte dessa solução. Não resolve o problema, mas entre estarem soldados dentro dos quarteis a não fazer rigorosamente nada e a vir para a rua, nem que seja como factor de dissuasão da malandragem, por mim tudo bem. Não tenho nada contra nem vejo como isso possa ser comparado com alguma proximidade de um golpe de estado militar ou anarquia militarizada. Se as diferentes polícias, mais a tropa, mais a judiciária, mais os próprios cidadãos se juntam para tentar combater esta onda de criminalidade, qual é o problema?

Caro César, por enquanto que estivermos em Foruns a discutir «desenvolvimento humano» e andarem bandos «de pardais à solta», provocando uma total falta de autoridade nas artérias urbanas da capital, tropa na rua, sim!

Devias era questionar então, para quê tropa, numa país como Cabo Verde?

Para mim um homem com uma arma na mão é um homem com uma arma na mão. Se representa a autoridade do estado, e por conseqguinte o direito (e o dever) do cidadão, para mim tanto pode estar vestido de azul escuro como de verde tropa. É o mesmo. Desde que cumpra o seu dever e faça a paz voltar para as ruas. Por mim, podem até colocar capacetes e boinas azuis, se te parecer bem.

Quanto às comparações. Cesar, quando arranjares tempo e dinheiro, vai viajar por alguns paises africanos. Rapidamente concluirás que vives num paraíso. Mesmo que tenhas alguns soldados nas ruas da tua cidade a impedir que a violência urbana tome conta do nosso dia-a-dia e nos impeça de sair de casa.

Abraço Fraterno




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11 comentários:

Anónimo disse...

Boa! Felizmente, alguns estão a prestar atenção à realidade. Temos que ter noção dos berros que soltamos e dos exageros que dizemos.

Tropa, sim senhor!

Cesar Schofield Cardoso disse...

Pessoal, há uma coisa. Questões sensíveis têm posições CONTRA e A FAVOR. Eu sou CONTRA. Expliquei, fundamentei e resolvi que nesta questão não sou meio-termo; sou contra.

Já disse no meu blog e torno a repetir aqui: tropa para fiscalizar os mares, vigiar as fronteiras, atacar grupos identificados e localizados (porque estão todos localizados e identificados), com acções musculadas, localizar e destruir depóstitos de droga e armas, aí sim, concordo.

Parece que ainda ninguém entendeu que o meu ponto é: tropas dentro de uma cidade, dita normal, é um MAU INDÍCIO. Eu não gosto.

E vamos falar sobre isso. Por favor esqueçam César, João, Fulano e Sicrano, se assim, ou assado, atrevido, ou feio. Vamos é falar do PROBLEMA.

Att
César

Catarina disse...

Copy paste do comentário que fiz lá na tasca no césar:

Fui a uma conferência do Manuel Faustino há já uns meses atrás e fiquei a gostar ainda mais dele... acrescentou e densificou imenso as questões de desenvolvimento e direitos humanos... e tal não caberá num comentário a post... claro está!

Mas, o que mais me chamou a atenção foi a infortmação de que Bogotá era a capital mais violenta do mundo e a violência em apenas 3 anos baixou 70%!!!!!!!!! E tudo isto à polícia de proximidade e a 5 chaves que o ministro da adm interna local se baseou para revolucionar as coisas...

Há governadores de vários estados brasileiros que se estão a deslocar pessoalmente para estudar tudo!

Vão ao google e escrevam polícia de proximidade bogotá... interessantíssimo.

Seria bom que os nossos governantes fossem lá dar uma espreitadela (apesar de que já se sabe que não existem receitas milagrosas, mas inspiração... quem sabe?)

Unknown disse...

Cesar, isto não é pessoal, nunca foi. E concordo contigo numa coisa: tropa na rua é um mau indicio, um péssimo sinal. Muito melhor seria se a realidade das ruas nos permitisse nunca sequer coagitar tal possibilidade. Eu também não gosto de ver tropa na rua. A questão não é gostar-se ou não se gostar, nunca foi. A questão é saber se é ou não é, na actual conjuntura, necessária tal medida. Eu acho que sim. Tu achas que não.

Abraço Fraterno

Unknown disse...

Excelente, Catarina!

Anónimo disse...

E quando a tropa ferir ou matar alguem, como se vai resolver o assunto? Penso que se perde quando se cede em algo do tipo em troca de segurança. Normalmente começa assim, aos poucos. Desculpem lá... cai mal, muito mal, a meu ver. Gato Esteves.

Unknown disse...

Gato, mal, mal é tu não poderes sair de noite com medo de seres assaltado. Mal é haver cidadãos inocentes que todos os dias são feridos ou mortos. Ainda recentemente foi morto à bala um condutor de autocarro público. Pode? Não!

MYA disse...

»Parece que ainda ninguém entendeu que o meu ponto é: tropas dentro de uma cidade, dita normal, é um MAU INDÍCIO. Eu não gosto.« diz o CESAR.

Realmente uma cidade "dita normal" nao tem tropa à solta, nem à noite nos bares. Reflecte então, amigo, porque será que na tua a tropa passeia livremente a qualquer hora. Indicio de segurança e bem-estar nao é concerteza.
Se tens o poder de alterar ou induzir "em mentes" disseca no papel a origem do problema. Mas abana mesmo o problema. Aí poderás chamar atenção de muita gente.
Nao a atitude de "TROPA NAO GOSTO". Isso é frase de menino mimado Cesar. Tu podes melhor que isso brother!

Unknown disse...

E agora, grande Cesar?

Anónimo disse...

Epá, pessoal, é assim,... discutir se gosta ou não gosta da tropa na rua numa cidade normal nesse caso é como discutir se um casaco fica bem ou mal num copo de água... ou seja, não tem nada haver uma coisa com a outra.
Pois cá para mim pergunto aos meus botões, Praia está uma cidade normal???

Pedro Gomes disse...

Se um dia forem vitimas dos caço bodes(Deus queira que nunca)pedirão para a rua um pelotão de fuzilamento.