Perguntas Cafeanas

12 Comments



Quando alguém nos diz que o nosso trabalho é «muito interessante» foi porque gostou, porque detestou ou porque não percebeu nada de nada?


À melhor resposta, ofereço um café.




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12 comentários:

Unknown disse...

Para abrir hostilidades vou desde já dar aqui a minha vivência pessoal e que motivou o aparecimento desta pergunta cafeana:

Quando alguém depois de ver uma peça minha me diz que a achou «interessante», foi certamente porque detestou o que viu.

Sinceramente, não percebo porque é que as pessoas não falam simplesmente a verdade e dizem a sua opinião.

Olha, a Eileen, por exemplo. Quando lhe perguntei se ela tinha gostado da peça «A Casa de nha Bernarda», a sua resposta foi imediata e sem qualquer hesitação: «NÂO!». Fiquei espantado, até um pouco ofendido, tipo menino mimado a quem não se faz a vontade, mas passou depressa. Percebi porque é que ela não havia gostado e entendi, mesmo não concordando com alguns aspectos. Simples.

O mais grave que pode acontecer é eu nunca mais ter coragem de perguntar à Eileen se ela gostou de uma peça minha... hehe

Abraço

Anónimo disse...

...porque é interessante ... mesma coisa que intrigrante... que chamou a decisão... que ainda não tem uma opinião consolidada mas sim transitória!

Unknown disse...

O teu blog esta "interessante". Falando sério, gostei mmo! Plo teu artigo sobre Eden e Dª Luisa, o poema do Armenio e o "Mail do Jota",etc, já adiccionei aos favoritos
Paulo Cabral
(sim eu mmo)

Unknown disse...

Paulo! Maravilha, adorei a tua visita ao café margoso.

Um Abraço!

Alex disse...

Viva João

Creio que só pode ser porque gostou. A tua dúvida cai por terra sob o peso da adjectivação. Quando alguém nos diz apenas “Interessante!”, a coisa é bem diferente. E mesmo assim ficaria por esclarecer o ‘tom’ em que é dito, o que só o grão da voz, pela entoação, permite. É claro que “Muito interessante" é no mínimo positivo. Muitas vezes é a forma, e a fórmula, instintiva, de se dizer “Gostei!”. Direi mesmo, forma e fórmula legítimas, porque a exigir, de quem afirma, reflexão, e a necessária distância crítica que ajuda a procurar, e a fundamentar, o quê da questão. A mim acontece-me muitas vezes. Outras vezes é uma simples defesa a uma pergunta feita de chofre, à queima-roupa, a exigir de nós resposta pronta, automática, quantas vezes à pergunta fatal do “chato” do autor, incapaz de conter a sua ansiedade. "Muito interessante" é pois a antecâmara de uma opinião positiva, e uma promessa de uma opinião mais fundamentada a futuro. “Muito interessante!” … mas dá-me espaço para reflectir, ok!
Neste caso “Muito interessante” é tão, ou mais, interessante que um simples “Gostei!”, ou “Não gostei”. Prefiro a promessa de reflexão que um “Muito interessante!” encerra. Quantas vezes um simples “Gostei!” não se limita a isso? E então serve para quê? Para afagar o ego, nada mais!!
Quantas vezes (entre nós) um “Não gostei!” não foi motivo de zangas, insultos, vendettas, ajuste de contas, ou simples amuo, e casos de insanáveis ressentimentos?
É claro que, como tudo, depende sempre das circunstâncias: quem diz, como se diz, quando é dito, onde é dito, etc.
Mas quando a afirmação não é sincera, e muitas vezes não é de facto, então concordo, não só não é resposta que se dê (saída diplomática? cortesia? pqp!), como é, a meu ver, outras duas coisas: uma não-resposta, e uma resposta "de merda".
A questão não é assim tão trivial como parece. Protocolos sociais. A crítica nos meios pequenos. As consequências claustrofóbicas da sinceridade (exclusão, isolamento, pessoalização, et altri!).
Mais um café a merecer reflexão. Mais uma bica à solta, a arder no teu blog.
Por aqui me fico … hoje.
Bons cafés!
Abraços.
Alex, Al-Cunha, José Eduardo Cunha
(Es e tudu kel mé! Apenas sinónimu di nha incompetencia bloguista! E só kel! Sorry!)

Unknown disse...

Caro José Eduardo

Estás na pool-position para tomar um café às minhas custas! Excelente comentário.

Abraço

Anónimo disse...

Depende da maneira como for dito, neste ponto concordo com alex.
Na minha opinião quando a alguém é perguntado a sua opinião sobre, e essa mesma pessoa reponde apenas interessante, é das duas uma, ou é porque não sabe avaliar o que tem em presença, ou porque não gostou e tenta disfarçar a sua inquietação a nossa percepção, ou simplesmente porque (caso de algumas pessoas) não conseguem reconhecer o mérito dos outros.
No meu entender “interessante” é equivalente a não gostei, com afirma o João Branco, passo a explicar: quando se aprecia um quadro, uma peça teatro, um musical, ou outro, interiormente é formalizado uma opinião crítico em relação ao assunto, que não passa seguramente por ela ser “interessante” ou não.
Atenção, por vezes o interessante pode assumir o significado de um excelente, se tivermos em conta o nível socioeducativo, a sensibilidade artística e cultural da mesma. Sem rodeios não vejo em Cabo Verde os jovens ou as pessoas no geral a serem educadas para certas áreas.
Fico por aqui porque não quero levantar contradições e muito menos discussões sobre o estado do ensino artístico em Cabo Verde.

Saudações a todos!
daka

Unknown disse...

Daka

Olha que estamos bem precisados de discussões sobre o estado do ensino artítico em Cabo Verde!

Obrigado pela participação!

Anónimo disse...

Quando a pessoa achou realmente interessante, tende a pormenorizar e dizer porquê, não fica pelo interessante. Contudo, as vezes, simplesmente a pessoa não está por dentro daquilo que lhe é mostrado e receia expôr a sua ignorância, o que também é mau pq desta forma, continuará sempre ignorante, e conhecimento nunca é demais.

Anónimo disse...

O problema é as gentes não estarem habituadas a verdade, considerando-a quase como algo que se dita ofende.

MYA disse...

Nao percebeu nada de nada mesmo, e mais: nao gostou.

Unknown disse...

Mya, desta vez parece que estamos sintonizados! Algum dia teria que ser... hehe