As Coisas

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          A bengala, as moedas, o chaveiro,
          A dócil fechadura, as tardias
          Notas que não lerão os poucos dias
          Que me restam, os naipes e o tabuleiro,
          Um livro e em suas páginas a ofendida
          Violeta, monumento de uma tarde,
          De certo inesquecível e já esquecida,
          O rubro espelho ocidental em que arde
          Uma ilusória aurora.

          Quantas coisas,
          Limas, umbrais, atlas e taças, cravos,
          Nos servem como tácitos escravos,
          Cegas e estranhamente sigilosas!

          Durarão muito além de nosso olvido:
          E nunca saberão que havemos ido.


          Jorge Luis Borges



          Imagem: «Wrong» de Toyib




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3 comentários:

Alex disse...

Meu Caro

Obrigado pelos poemas visuais que vens publicando. Hoje o teu BLOG está particularmente feliz. Sempre difícil escolher entre poema (texto) e poema (foto).
Já que estás em tempo de sugestões, deixo-te mais esta. Constrói a tua FOTOGALERIA. O que tens dado ver merece-o.
1 Ab
José E. Cunha

Alex disse...

ERRATA
Há pouco esqueci-me de te dizer isto:
Para que este 'post' (é assim que se escreve, e se diz??) estivesse perfeito, e sublinho a excelência do mesmo, só faltava como música de fundo "AMAR ELO (AFLOR)", in Badyo, do Mário Lúcio.
José E. Cunha

Unknown disse...

José Cunha: obrigado pelas simpáticas palavras e pela sugestão. Vou estudar essa possibilidade da galeira. Ah e concordo com a sugestão de acompanhamento musical! 5 *****