DDM 16 - Ócio

8 Comments


Dicionário do Diabo Margoso

Ócio
Uma quinta-modelo na qual o Diabo experimenta as sementes de novos pecados e cultiva os vícios de primeira necessidade.

Ambrose Bierce





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8 comentários:

Alex disse...

Fonte de (quase) toda a criação.
'Ócios do ofício', meu caro (creio que era o título de um livro do David M. Ferreira).
Ab
ZC

Unknown disse...

Além disso, é uma palavra perigosa (não são todas elas), porque basta tirar um «c» e colocar um «d», e nem o Diabo a soletra...

Virgilio Brandao disse...

O ócio tem uma bela estrutura. Será por isso que é a mãe de todas as boas virtudes?

Talvez, talvez…

Cunha, é provável que tenhas razão: a solidão ou o ócio (são gémeos monozigóticos da vontade) de Deus é a causa de estarmos aqui…

Abraço fraterno

Unknown disse...

A mãe de todas as virtudes... Será?

Alex disse...

Virgílio, essa é uma BOA hipótese, improvável.
Mas, monozigóticos ou homozigóticos, uma coisa é certa, solidão e ócio quase nunca são homótropos (não vão na mesma direcção). Veja-se a solidão de Cristo no deserto, e na cruz (apesar da companhia). Nada mais atormentado e difícil (o oposto de ócio). O ócio predispõem-nos (é mesmo condição sinequanon) para a solidão criativa. A imagem, romântica, do artista atormentado já fez valência, mas hoje é moeda sem valor cambial (A propósito disto, leia-se o que diz Pablo Neruda em "Confesso que vivi" no capítulo em que ele fala da criação poética). Mas isto dá uma bela conversa por estes dias, quando o João passar por cá. Estás convidado para uma tertúlia Cafeana.
Abç's
ZC

Unknown disse...

Nem mais, ZCunha, marca aí n'agenda. Final de Maio. No dia 02 de Junho vou dar uma conferência na Universidade Nova de Lisboa, sobre o festival mindelact como rede de trocas, afectos e pessoas. Depois dou-te as coordenadas certas.

Anónimo disse...

Ok, Cunha - deixemos isso para essa altura... Será bem mais interessante.

Mas não resisto a dizer isto: Sabes que Jesus, quando esteve 40 dias no deserto, não estava só?

Esteve com os essénios (seita monástica do judaísmo que vivia no deserto) e cujo ensinamento é plasmado no seu ministério - isso e alguns aspectos da seita dos fariseus (que, aos contrário dos saduceus não acreditavam na vida depois da morte).

Jesus, Cunha, sempre esteve só (exceptuando a companhia do "Pai") - daí ter gritado na cruz «Eli, Eli, lama sabatsami»: Deus meu, Deus meu, porque me abandonaste?

A solidão não é falta de companhia, nem o ócio ausência de coisas para fazer.

São estados de alma. E para onde caminha esta? Sabes, sei que sabes...

Ah!, como vês e dizes: «O ócio predispõem-nos (é mesmo condição sinequanon) para a solidão criativa.»

João, disse «boas» virtudes - pois estava a pensar nessas... As outras, em regra, são pregões de "supulcros caiados". uma pessoa "normal" não é poço de vitudes - tem vícios. Assim entendia Francisco Vitória e concordo. Especialmente agora que toda a gente olha para o meu cigarro como se fosse uma pistola...

Dia bom.

PS: Está um dia belíssimo em Lisboa. Vou ver um preso em Caxias e depois vou beber uma(s) cerveja(s) à beira-mar, em Carcavelhos ou Cascais - um sucedáneo imperfeito aí do Mindelo, mas o que um exilado de alma pode fazer?

Pensarei que estou aí no Mindelo, também de corpo.

Unknown disse...

Virgilio, como se diria aqui: um comment dakel bom. Volta sempre!