Arquipélago

2 Comments

Eis-nos como ilhas submersas:
À tona bóiam os restos que nos consentem,
Iluminados por um luar que a poesia recusa.
Do Dilúvio - se afinal o foi -
Tudo foi inútil,
Como há muito o éramos,
Ilhas que fôramos.

Como ilhas de ódio cercadas,
Estagnando o sangue e o sonho,
Como ilhas vivíamos...
Se a vida era o olhar indiferente
E o gesto petrificado.

Como ilhas éramos todos, ilhas agora submersas:
À tona, bóiam
Os restos que nos consentem.

Tomaz Kim

Imagem: pintura de Shikhani


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2 comentários:

Alex disse...

Dedico este Post ao Mário Fonseca, grande fan do Tomaz Kim.
ZCunha

Unknown disse...

Assino. Um abraço ao Màrio Fonseca. (Será que ele consulta blogues?)