Cafeína

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«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»

José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148



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3 comentários:

Anónimo disse...

Então o que se faz é bater na puta que os pariu? Joga bosta na Geni, afinal ela dá para qualquer um -- nos dizeres de Chico Buarque de Holanda. Como pode ser tão machista e ofensivo. A raiva do autor contra a privatização é transmitida pelo fio do ódio contra as putas.

Paulino Dias disse...

Genial!!!!!

Anónimo disse...

É triste ver um homem com o talento de Saramargo entregue à amargura, à frustração e que nem a escrita e uma senhora esposa, de grande integridade e amor, puderam mudar. O pior é que essas tiradas ainda são consideras poéticas, de um grande homem. Triste realidade. Eu também critico a privatização extrema, mas que caminho alternativo Saramago apresentou? A União Soviética e os princípios do Partido Comunista Português. Medíocre, mas não se pode ser bom escritor e homem ao mesmo tempo???!!!! É pedir muito a Saramago.

Ãntonio Silva (tony22@gmail.com)