Cafeína Comentada

2 Comments




«Apesar do Governo não ter decretado feriado nacional quando morreste; apesar de a CMSV insistir em não te homenagear; apesar da Zau insistir em dar a uma praça da cidade o nome de um Luís qualquer de Portugal; apesar de não haver uma rua com o teu nome no Mindelo que tanto amaste; apesar de não haver um busto teu na ilha onde nasceste, nós não te esquecemos no sopro do teu clarinete que por estes dias invadem as nossas vidas, na saudade, no aperto no coração sempre que ouvimos BOAS FESTAS. Mas também na alegria do teu sorriso eterno, nos milhares de abraços apertados ao som do teu clarinete. Ha! Da crioula linda no peito ao som de um bolero ou de uma cumbia. Não te esqueceremos, nunca… So mas um solim, Luis?»

Eduíno Santos - Jornalista


Comentário: o som do clarinete de Luis Morais nos últimos dias do ano fazem tão parte da paisagem sonora da realidade cabo-verdiana que estas músicas desaparecerem subitamente do nosso quotidiano seria tão espantoso como se, de repente, deixássemos de ouvir as ondas do mar no arquipélago. O Luís Morais foi um homem que deixou marcas profundas como músico e foi o primeiro professor de música de gerações de cabo-verdianos. Raro é o mindelense que não tenha uma história relacionada ou sobre o Luís Morais. Aquela que mais me marcou - além do facto de ele sempre que me encontrava nas ruas da cidade me dizer, meio a sério meio a brincar, que um dia haveria de me oferecer um clarinete, tivesse eu tempo e paciência para aprender a tocar o instrumento - foi um concerto que ele deu num dos momentos musicais de uma das edições do festival Mindelact, onde no pátio do Centro Cultural do Mindelo fez o seu célebre número de ir desmontando, peça por peça, o seu inseparável clarinete sem nunca parar de o tocar. Luís Morais deixa muitas saudades, mas nesta altura do ano está mais presente do que nunca.




You may also like

2 comentários:

Anónimo disse...

Como é tão verdade tudo isso! Manel D´Novas e Luís Morais são os Pais Natais de todos os mindelenses, que todos os anos por essa altura alegram os nossos dias, as nossas festas e confortam os nossos corações.

Esses não precisam de coroas para serem reis, nem de medalhas para serem heróis. Es ê de nôs, es ta morá na nôs coração pa eternidade.

Vida eterna para eles!

Pimintinha

Álvaro Ludgero Andrade disse...

Há muito não aplaudo um post, aliás dois, como esses aí. De facto, o Luis Morais, que por sinal nem inimigos tinha, parece um ilustre desconhecido para a nova geração e ele que foi um formador de gerações, pelo menos a nível da sua qualidade como músico. Feliz quem o conheceu e guarda gratas recordações desse SENHOR da nossa cultura. Boas Festas, de preferência com o clarinete de Ti Liz.