Mais um café sobre o Eden-Park

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Há poucos dias recebi de um dos maiores defensores do Éden-Park a seguinte mensagem:

«A petiçao já atingiu mais de mil pessoas e a pergunta que vai no ar é esta: e agora o que se vai fazer com os resultados desta petição? Penso que a questão deve ser repensada e entrar em acção com propostas plausiveis. Na altura te propuz a criação duma comissão para conduzir este combate junto dos organismos municipais e do Estado. Agora como vamos ter uma Associação de Defesa do Patrimonio liderada pelo Maurino Delgado porque não unir as forças em defesa do património de São Vicente? Não deixe morrer a ideia e diga-nos qualquer coisa através do teu blog.

Um abraço, Luiz Silva»

Pois bem, pretendo aqui relatar os últimos desenvolvimentos relacionados com esta questão:

1. Tive um encontro, por iniciativa dos próprios, com dois deputados eleitos pelo círculo eleitoral de S. Vicemte, do PAICV, que quiseram saber o que se passava relativamente a esta questão;

2. Expliquei o melhor que pude o que me motivava na petição em defesa do Éden-Park, e expus o facto de uma petição com mais de quinhentas assinaturas ter, por direito próprio e legal, pelo menos a oportunidade de ver o assunto agendado na Assembleia Nacional;

3. Os deputados aceitaram ser portadores por mãos próprias da petição,  a ser entregue ao Presidente da Assembleia Nacional, na altura com cerca de setecentas assinaturas. Neste momento, já ultrapassou o milhar;

4. Foi prometido ainda que os deputados, em sede de Comissão Parlamentar própria, iriam propor e pressionar para que o assunto fosse, pelo menos, debatido na plenária;

5. Nunca mais soube em que corredores se encontra a petição e em que ponto se encontra a motivação dos ditos deputados sobre este assunto.

Entretanto, um outro acontecimento teve lugar e que passou praticamente despercebido, pelo que penso ser importante dele dar conta neste espaço. Foi editada em Portugal, pela Associação Cena Lusófona, com lançamento público à pouco mais de uma semana, uma revista chamada Sete Palcos, dedicada exclusivamente ao teatro cabo-verdiano. Dada a importância extrema desta edição de tão vasto conteúdo e qualidade gráfica, e tendo em conta o investimento nela colocado, foi pedido pela associação editora um texto ao então Ministro da Cultura, Dr. Manuel Veiga, para abertura da revista, ao que este respondeu positivamente. Num texto sem grandes novidades intitulado «Desafios do desenvolvimento do Teatro em Cabo Verde», algo ficou lá escrito que merece um destaque e mais do que isso: uma publicitação.

Escreveu Manuel Veiga, enquanto Ministro da Cultura (e este ponto é essencial):

«A questão do Éden Park ultrapassa a capacidade imediata de solução por parte do Ministério da Cultura. Há a disponibilidade para a procura de uma solução partilhada. Para já, o edifício já faz parte de um pacote de espaços que serão declarados patrimónios nacionais pelo Governo(sublinhado meu)

Ora bem, cá está uma notícia interessante e que nos faz apenas solicitar ou até mesmo lembrar, enquanto cidadão, à nova titular da pasta da Cultura, o quanto importante é fazer cumprir esta promessa, que está escrita, publicada e assinada por um representante do Governo de Cabo Verde.

Até porque a cada dia que passa mais facilmente se percebe qual a estratégia desta espécie de solução terminal para aquela que foi a mais importante sala de espectáculos e cinema do país: deixar apodrecer, até que algum engenheiro nos venha dizer que o edificio não tem outra solução senão a sua demolição pura e simples. Já vi este filme muitas vezes.




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