A um gato

3 Comments


           
           
          Não são mais silenciosos os espelhos 
          nem mais furtiva a alba aventureira; 
          és, debaixo da lua, essa pantera 
          que nos é dado ver de longe. 
          Por obra indecifrável de um decreto 
          divino, buscamos-te com vaidade; 
          mais remoto que o Ganges e o poente, 
          é tua a solidão, teu o segredo. 
          O teu lombo condescende à morosa 
          carícia da minha mão receosa. 
          Estás em outro tempo. 
          És o dono de um espaço fechado como um sonho.
           
          Jorge Luis Borges
           
           
Nota Cafeana: depois de 14 anos de companhia a minha gata morreu. Parece que quis esperar que eu saísse de casa antes de definhar de forma irreversível. Segundo me dizem, morreu de velha. Os gatos são assim, até na hora da morte são bichos nobres. Que a terra te seja leve, Gata (sim, esse era o seu nome).




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3 comentários:

Tey Alexandre SilFonSoares disse...

Os meus pêsames... que a Gata esteja bem feliz onde estiver...

stamina disse...

:( lamento... Tb já tive um gato Gato.. E foi mto triste perde-lo... Fica aqui a recordação:

http://picasaweb.google.com/system.faillure/RandomPerceptions#5408454995963186210

bjo

mdsol disse...

I'm so sorry!

Abraço!

:)