Mais uma vez vem aqui à baila esta pergunta cafeana do Margoso que continua a dar muito que falar. A Margarida, no seu espaço Pedaços de Mim, escreveu um texto frontal que toca na ferida, no ego e em outros pontos críticos. Vale a pena ler.
Então ela escreve assim:
«Não sou especialista, mas sinto a ausência de sentimento, nem que seja o sentimento de não haver sentimento. Percebo quando falta a alma, o espírito, o sentido do artista. Quando não há linguagem, quando a obra que se contempla não fala, não diz nada, nem põe o contemplador a falar.
Assim tem sido nalgumas das exposições que tenho visto. Meras montras de tudo e de nada, aglomeradas em mostras "de arte".
Expõe-se o ego, muito mais do que as peças. Expõe-se a vaidade de se conseguir expôr. A exposição passa a ser o fim e não a consequência da obra, do trabalho, do caminho do artista.
Na "mostra" os artistas visitam-se e muitas vezes deixam o sentido crítico à porta. Lá dentro, por solidariedade de profissão, trocam mimos e elogios, numa espécie de "masturbação colectiva do ego". Juntos em irmandades intelectuais, "maçonarias de arte". Fechadas, exíguas, de acesso muito limitado.
Começa a sentir-se a falta de sangue novo, ideias arrojadas.. outras gentes talvez. Quem paga é a arte em si.»
Quem escreve assim não é gago.
Assim tem sido nalgumas das exposições que tenho visto. Meras montras de tudo e de nada, aglomeradas em mostras "de arte".
Expõe-se o ego, muito mais do que as peças. Expõe-se a vaidade de se conseguir expôr. A exposição passa a ser o fim e não a consequência da obra, do trabalho, do caminho do artista.
Na "mostra" os artistas visitam-se e muitas vezes deixam o sentido crítico à porta. Lá dentro, por solidariedade de profissão, trocam mimos e elogios, numa espécie de "masturbação colectiva do ego". Juntos em irmandades intelectuais, "maçonarias de arte". Fechadas, exíguas, de acesso muito limitado.
Começa a sentir-se a falta de sangue novo, ideias arrojadas.. outras gentes talvez. Quem paga é a arte em si.»
Quem escreve assim não é gago.
Uma vez, daquela minha forma muito caracteristica de dizer as coisas na cara (que tenho vindo a controlar), eu disse a um artista que não tinha gostado da exposição dele, nem das outras 2 que ele tinha realizado.
ResponderEliminarDisse-lhe que os quadros não me diziam absolutamente NADA. A sua reação foi "quem és tu para criticar a minha arte??? quem pensas que és?"
Respondi-lhe chamo-me fulana de tal e sou simplismente uma pessoa que veio ver a tua exposição e que não gostou.
Simples não é?
Vai lá entender o ego dos artistas
Kuskas, o ego dos artistas é um mistério insondável. E quanto mais artista se julga ser, maior o ego que se tem!
ResponderEliminarPois, mas este ego e esta postura fechada a críticas não ajuda nenhum artista, e quem quer que seja, a progredir. E pessoas que,como a Kuskas, conseguem ser assertivas e dizer aquilo que pensam sobre o trabalho do artista, sem o deitar abaixo, deviam ser vistos pelos artistas como seus maiores aliados.
ResponderEliminarOlha, é isso mesmo. Os maiores criticos são os maiores aliados. Pelo menos a médio prazo. No curto, admito, doi um bocadim... hehe
ResponderEliminarMuita verdade. Todos tem esse problema do ego. Mesmo os que reconhecem o problema. Todos...Somos o unico pais onde não há criticos. as reportagens dos nossos "jornalistas" são "copy-Paste" das palavras dos "artistas"
ResponderEliminarSe dói João.
ResponderEliminarmas olha que hoje os melhores amigos que tenho são aqueles que sempre me criticaram de forma a fazer-me melhorar :)
Nem mais, Anónimo. Felizmente, ainda há alguns jornalistas que vão fazendo um trabalho competente. Mas agora apetece perguntar, onde estás Matilde Dias?
ResponderEliminarKuskas, 1000% de acordo...
Sou fotógrafo profissional, e numa exposição colectiva, em Portugal, onde estávamos por convite da galeria e da C. Municipal, na abertura oficial, comentei em voz alta, para um colega, "impressionante, tenho centenas de fotografias deste marco e nunca fiz a que queria. É isto que eu procurava e tu conseguiste. Esta é a foto que eu queria ter feito" Das reações dos demais profissionais e público presente, aceitam-se apostas...
ResponderEliminarPor curiosidade, o referenciar que sou profissional, não tem nada de ego-qualquer-coisa-má. Apenas para indicar que é com a fotografia que pago a renda de casa e outras despesas correntes. A diferença entre um fotógrafo um profissional e um amador é só essa. Um ganha dinheiro com a fotografia e o outro gasta.
Nota - fotógrafo não é a mesma coisa que pessoa que tem máquina.
Caro Fernando: gostei do seu comentário, da sua história e da sua postura. Volte sempre aqui ao Margoso! Abraço
ResponderEliminar