11/08/10

Cafeína





«Não, a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflecte. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o património de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.»


Vinicius de Moraes



2 comentários:

  1. Passando por aqui pra provar um gosto margoso na boca,e fui surpreendida por um gosto doce no coração...
    deixo aqui um trecho do mesmo autor,para adoçar o coração esse blogue:
    De tudo ao meu amor serei atento
    Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
    Que mesmo em face do maior encanto
    Dele se encante mais meu pensamento.
    Eu possa me dizer do amor (que tive):
    Que não seja imortal, posto que é chama
    Mas que seja infinito enquanto dure.

    Beijos distraídos...

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  2. É isso Janaina...As coisas importantes das nossas vidas não o foram pelo seu volume temporal mas, simplesmente, porque aconteceram!

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