O gatinho
Havia um gato que todos os fins de tarde se aproximava do dono e lhe lambia os sapatos com a sua língua minúscula.
Vencendo uma certa timidez e uma certa precaução higiénica, o homem um dia decidiu descalçar-se para observar se o gato lhe lambia os pés como fazia aos sapatos.
Foi aí que o tigre, que se disfarçara de gato durante anos, decidiu quer o seu momento, e em vez de lamber, comeu.
Gonçalo M. Tavares in «O Senhor Brecht»

Excelente metáfora. Mas continuo a acreditar numas quantas lambidelas de gatinho.
ResponderEliminarConheci, infelizmente, alguns destes felinos, no decurso da minha já longa caminhada...Deles, guardo algumas cicatrizes, no corpo e na alma...
ResponderEliminarè caso para dizer: _be careful who you trust...
ResponderEliminarSó depois de ter sido comido pelo leão é que eu apercebi que o gato que eu acariciava todos os dias só existia na minha imaginação, pois afinal o leão estava lá sem disfarces, eu é que não queria ver com que felino brincava. Ainda bem que o fui parar na barriga do leão, hoje estou mais atento com os gatos.
ResponderEliminarÉ, há muitos assim! Eloquente.
ResponderEliminar:)))
Quantas vezes fomos nós o bichinho que se transforma em bicho? Cá eu me confesso, umas quantas pela vida. Umas quantas. Tenho alguns deditos de pé em frasquinhos. De outras vezes consegui tirar a perna. Anda aí um ou outro coxo por minha culpa, minha tão grande culpa.
ResponderEliminarEstão a ser muito injustos com os felinos quando o mundo está cheio de Hienas e cobras que que nos rodeiam de uma forma mais subtil
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